Amigo internauta,
O libreto da"ópera de rua", de Jorge Antunes, está disponível em http://www.americasnet.com.br/antunes/opera-de-rua. A obra se chama "Auto do Pesadelo de Dom Bosco", e pretende ser executada nas ruas de Brasília.
Para participar, contacte o compositor em antunes@jorgeantunes.com.br
domingo, 31 de janeiro de 2010
sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
DVD Mozart - As Nozes de Fígaro
Amigo internauta,
Um DVD duplo de uma das melhores composições de Mozart, com um elenco de primeiríssima categoria.
Tendo entre as cantores Anna Netrebko, o maior nome do canto lírico feminino de sua geração, a ótima gravação ainda conta com a regência de Nikolaus Harnoncourt.
Harnoncourt é um dos protagonistas da interpretação de música antiga em instrumentos da época. Com outros grandes músicos, revolucionou a forma como ouvimos o repertório barroco, e esteve à frente de projetos grandiosos como a gravação integral das Cantatas de J.S. Bach. Nos últimos anos têm criado efeito similar no repertório clássico, em especial de Mozart. Ele têm dado um vigor, uma alegria, uma intensidade, contrastes e ritmos a esse repertório que, desgastado por interpretações sem imaginação, já estava cansando. A revitalização que Harnoncourt têm proporcionado a esse repertório é fantástica, e vale a pena conferir como ele executa esse repertório.
Para comprar esse DVD e apoiar esse blog, siga este link.
Um DVD duplo de uma das melhores composições de Mozart, com um elenco de primeiríssima categoria.
Tendo entre as cantores Anna Netrebko, o maior nome do canto lírico feminino de sua geração, a ótima gravação ainda conta com a regência de Nikolaus Harnoncourt.
Harnoncourt é um dos protagonistas da interpretação de música antiga em instrumentos da época. Com outros grandes músicos, revolucionou a forma como ouvimos o repertório barroco, e esteve à frente de projetos grandiosos como a gravação integral das Cantatas de J.S. Bach. Nos últimos anos têm criado efeito similar no repertório clássico, em especial de Mozart. Ele têm dado um vigor, uma alegria, uma intensidade, contrastes e ritmos a esse repertório que, desgastado por interpretações sem imaginação, já estava cansando. A revitalização que Harnoncourt têm proporcionado a esse repertório é fantástica, e vale a pena conferir como ele executa esse repertório.
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quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
Sobre o vilarejo em que meu pai nasceu
Povoado Ibipira
A origem do povoado Enjeitado.
Na década de trinta, depois do movimento dos tenentes, prestaram uma homenagem ao tenente revolucionário Siqueira Campos - morto em um naufrágio na travessia do Rio Uruguai quando viajava em companhia do também tenente João Alberto, nascido em Rio da Barra, distrito de Sertania (PE) -, dando um novo nome ao povoado, que passava a se chamar Siqueira Campos como nome oficial, mas o tradicional Enjeitado continuou em evidencia até o presente momento.
Na década de quarenta ou cinqüenta surge um padre na região chamado Padre Borgeia e, como a Igreja é uma instituição que tem um poder de influencia muito grande nos dias atuais - imagine há cinqüenta anos atrás -, o Padre Borgeia fez a cabeça do povo nos seus sermões insinuando que não era justo homenagear um revolucionário, um comunista, e que tinha que mudar o nome do povoado. Então, impondo a sua vontade, e com a concordância dos menos esclarecidos, mudou o nome oficial do povoado para Ibipira.
O povo que ali habitavam eram oriundos do estado do Ceará. A migração ocorreu no século XIX, pelos idos de 1877 a 1880. Fugindo da grande seca de 1877 partiram muita famílias para o estado do Maranhão em busca de água e terras férteis. Estas eram as famílias Rodrigues, Canário, Leite, Domingo, Santiago, Santos, Assis, Oliveira, Guedes, Pereira, Baiano da Silva, Brito, Souza, Quirino, Leonardo, Bezerra, Castro, Belizário, Mateus, Bernardino, Carolino, Nogueira, Ferreira e Fonseca.
Parte destas famílias (Bernardino, Carolino, Rodrigues, Medrado), ficaram num povoado chamado Mata Velha, próximo aonde já existia o povoado Mata do Nascimento. Mais tarde a fusão dos dois povoados deu origem à cidade de Dom Pedro. As demais famílias seguiram para o povoado de Mirador, lugar banhado pelo rio Itapecuru. Lá alguns membros da família Bezerra ficaram, e outros seguiram, pois foram informados de um lugar não muito distante que tinha muita água e terras férteis, só que era um lugar abandonado, situado entre duas serras aonde fica a nascente e por onde corre o riacho São João. Era o vão do Enjeitado, assim chamado porque tinha animais ferozes e dava muita malaria ou cesão (como é conhecido na região).
E para lá eles se foram. Povo desbravador, muitos deles traziam algum recurso. Lá se assentaram, espantaram os felinos, e em pouco tempo transformaram o lugar num centro de produção de arroz, milho, feijão, fava, algodão, mandioca, enfim, tudo para o próprio sustento, e aproveitavam também os recursos nativos região, em especial o Babaçu. Dele se aproveita tudo: a palha é usada para cobrir casas; a castanha extraída do coco é rica em óleo, que serve para alimentação, para fazer sabão, para fabrição de cosméticos; a casca contém alto teor de combustão, serve para ser queimada em fornos de siderurgia, dá um carvão de primeira para ser usado em casa; a palmeira de babaçu tem uma haste grande, então quando morre e apodrece faz um adubo natural para a terra. E há babaçu em abundancia na região, além de muitas terras férteis (terra de barro massapé).
Passaram a cultivar cana, criar gado, e fabricar rapadura e cachaça, que ainda hoje é uma das atividades principais do povo da região.
Este pessoal veio de vários lugares do Ceará. Meus bisavós maternos, que eram Domingo Santiago, vieram do lugar que deu origem à cidade de Campos Salles direto para o povoado Enjeitado, aonde já moravam muitos conhecidos. Chegando lá, compraram uma propriedade já formada, construída pelo meu bisavó paterno, o senhor José Canário. Os meus bisavós maternos se chamavam José Domingo Santiago e Maria dos Santos Santiago. Zé Domingo, como era conhecido, era um homem de bem, muito conceituado, amigo dos coronéis da Guarda Nacional, de tal modo que quando as tropas comandadas pelo General Isidoro Dias Lopes passou pela região procurando aqueles que tinham aderido a coluna Prestes eles receberam recomendação expressa do coronel José Brandão do Povoado Picos (que veio a ser depois a cidade de Colinas), para que não perturbassem o cidadão Zé Domingos e família.
Muito trabalhador, Zé Domingos ali fez patrimônio. Quando veio falecer, deixou bastante terra e gado para seus filhos. A família de Zé Domingos e Maria era pequena para os padrões da época, com apenas seis filhos: Ana Maria (conhecida por Naninha), Tertulina Maria (conhecida por Terta, minha avó), João Domingo, Domingo Santiago, Antônio e Osterno. Dos irmãos da minha avó Terta conheci Domingo e Osterno.
Tio Domingo era ferreiro e trabalhava de forma bem primitiva. A fundição dele era um assoprador chamado forja que ele mesmo fazia, assoprava o fogo no carvão (que atingia altas temperaturas), daí o ferro ficava flexível e ele moldava a peça conforme o que ele pretendia fazer. Ele tinha o molde da peça, então o metal era derretido e colocado na fôrma. Em pouco tempo a peça estava pronta. As peças eram para arreios usados em animais, peças para revolveres, pistolas, espingardas, rifles. Ele fazia coisas interessantes.
Osterno gostava muita da minha mãe. Ele era muito engraçado, contador de estórias, botava apelido em todo mundo. Certa vez, me lembro, ele contou uma historia relatando os caprichos do homem de palavra que era o pai dele. Zé Domingos certa vez conversava com uns amigos contando estórias do Ceará, sua terra natal. Na região em que ele nasceu e se criou, em conseqüência das constantes secas que assolam a região, um lago tinha secado ao ponto do peixes virarem pedra, o que foi motivo de risada dos presentes e ele ficou muito chateado. Então arrumou uma viagem e mandou seu filho Toinho, em companhia de outra pessoa, que fossem ao Ceará e trouxessem vários peixes-pedra (como eram chamado), e que hoje chamamos peixes fossilizados. Então Toinho seguiu mundo afora. Passados alguns meses ele chegou com as pedras, aí Zé Domingos convidou aqueles que antes tinham sorrido dele e, ao ver as pedras, ficaram todos cabisbaixos.
O interessante, segundo meu tio Osterno, era que, quando Toinho viajou para o Ceará e perceberam a falta dele, perguntavam "Cadê Toinho?", e eles respondiam que ele andava para a Travessia cuidando do retiro de gado. Travessia é uma região próxima do Enjeitado que tem muita água e pasto nativo, então no período da seca (que vai de junho a outubro) costumam levar o gado para aquela região para o que chamamos de retiro.
Meus outros bisavós maternos, Francisco Leite de Souza (conhecido por Chiquinho) e Maria Pereira Leite (conhecida por Pereira), tinham como origem Santana do Cariri (CE). A família deles era de quatorze filhos: Maria, Ana Amélia (conhecida por Losa), Rita, Josefa, Antônia, Otília, Ramiro, Almerinda, Vicente, Júlio, Luís, José, João (conhecido por João Chiquinho, meu avô) e Francisco, que faleceu quando criança. Aí começa a mistura, isto é, o casamento entre as famílias. Dois filhos de Chiquinho e Pereira casaram com filhos de Zé Domingos e Maria: João Chiquinho e Terta, meus avós, e Antonio Domingo e Rita Pereira. Os irmãos do meu avó João Chiquinho, José e Almerinda casaram com os irmãos da família Rodrigues de Oliveira e Castro, Maria Rodrigues de Oliveira (sinhá) e Antonio Rodrigues de Oliveira Castro (Antonio Aguida), filho de Raimundo Pereira de Castro (Raimundo Aguida) e Maria Rodrigues de Oliveira (Marica Rodrigues).
João Chiquinho e Terta tiveram seis filhos: Josina, minha mãe, Antônio Francisco (que faleceu ainda criança), Rosalina (conhecida por Rosa), Maria (conhecida por Mariinha, falecida em 1989) e Rita. Minha avó Terta faleceu em 1944 e meu avô casou novamente com Antonina Oliveira Brito e tiveram quatro filhos: Benta, Nildete, Almeron e Gilvan (que faleceu em 26/04/1993, aos 36 anos). Meu avô João Chiquinho faleceu em 13/02/1993, com 93 anos. João Chiquinho era analfabeto, mas era inteligente e dotado de uma memória extraordinária. Ele fabricava e vendia cachaça, tinha pagamento dos trabalhadores e outros pequenos negócios tudo na cabeça. Fazia conta de soma e multiplicação com rapidez. Não perdia em negocio nem passava troco errado. Foi um homem muito trabalhador. Para ele todo dia era dia de trabalhar. Ele tinha um sítio aonde plantava cana e fabricava cachaça e lidava com vários homens trabalhando. O pessoal no interior vive procurando dia santo, então o peão dizia "Seu João, amanhã é dia santo". A reação do meu avô era espontânea e falava assim: "A questão é esta, rapaz: é dia santo mais você come." Aí o peão confirmava que sim, ele reiterava "Então é dia de trabalhar." Não quero dizer que o meu avô não respeitava o dia de descanso do trabalhador, o domingo era dia de descanso, e os principais dias santos, como São João, Nossa Senhora Aparecida, que é a padroeira do nosso povoado, Sexta feira da Paixão, e outros que não me lembro.
Outra dele: às vezes era sábado e surgia um problema corriqueiro do dia-a-dia que só podia ser resolvido na segunda feira. Então o trabalhador dizia "Seu João, tem um problema para ser resolvido na segunda feira", de imediato ele respondia "A questão é esta, rapaz: se o problema é pra segunda feira, deixe pra se preocupar com ele na segunda feira, porque só se tira as alpercatas na beirada do rio."
Na família dos meus bisavós Chiquinho e Pereira existiu uma supertição com o nome Francisco. Um irmão do meu avô chamado Francisco não se criou, meu avô deu o nome de Francisco a um filho e não se criou, e Luis Pereira, irmão de João Chiquinho, deu o nome de Francisco a um filho que também não se criou e faleceu de maneira trágica queimado. Então, diante destas coincidências, não tem neto e nem bisneto de Chiquinho e Pereira chamado Francisco.
Do lado paterno, os pai de minha avó Izabel Canário dos Santos (conhecida por Biluca), era José Canário (conhecido por Zé Canário). Zé Canário foi casado três vezes, duas com irmãs. Dos três casamentos gerou vinte e seis filhos. Só sei o nome de alguns. Minha avó Izabel, por ser muito mimada, ganhou o apelido de Biluca. Ela era a filha caçula do segundo casamento de Zé Canário. Dos irmãos da vó Biluca sei apenas o nome alguns: Otávio, Maria, Luís, Joana, Benta, Belinha, Raimunda, José Canário.
Minha avó era prima primeira dos Baiano da Silva. Meu bisavó Zé Canário era um homem rico. Tinha muitas terras, plantação de cana e gado mas, segundo a minha vó, Zé Canário era um homem desprendido do que tinha. Era farrista e jogador de baralho. Apostava dinheiro, gado terra, cavalo de sela, arma, jóias. O velho era um bicho tão doido que fazia cigarro em cédulas de mil réis, mas fracassou e, quando veio falecer (estava viúvo, tendo sido casado três vezes), dos bens que possuiu não tinha mais nada.
Biluca casou com Gonçalo Rodrigues da Silva (conhecido por Amâncio). Sobre a família do meu avô Amâncio, assim, pai e mãe, eu não sei nada. Sei apenas que tinha muitos irmãos que eram da família Rodrigues Feitosa, de Inhamum (CE) e que, quando vieram para o Maranhão no inicio do século XX, não vieram todos. Ficaram alguns em Inhamum e o que sei é que nunca mais tiveram contato com eles. Vieram Leonarda, Selisjoana (ou Sabida), Maria José. No Enjeitado casaram Rodrigues com Canário, com Belizário Nogueira, com Quirino, com Albino, com Mateus. Meu avô Amâncio e minha vó Biluca tiveram sete filhos: Cícero, Benta, Velomina, Maria, Amélia (todos falecidos), Raimundo (conhecido por Bizinza), José (conhecido por Zé Biluca, meu pai). Meu avô Amâncio faleceu homem novo, em 1932. Minha avó Biluca faleceu dia doze de agosto de 1976, aos oitenta e quatro anos. Meu pai Zé Biluca casou com Josina, filha de João Chiquinho e Terta, neta de Zé Domingo e Maria e de Chiquinho e Maria Pereira.
Antônio Alves dos Santos (Antônio Biluca) - 1951-2004
A origem do povoado Enjeitado.
Na década de trinta, depois do movimento dos tenentes, prestaram uma homenagem ao tenente revolucionário Siqueira Campos - morto em um naufrágio na travessia do Rio Uruguai quando viajava em companhia do também tenente João Alberto, nascido em Rio da Barra, distrito de Sertania (PE) -, dando um novo nome ao povoado, que passava a se chamar Siqueira Campos como nome oficial, mas o tradicional Enjeitado continuou em evidencia até o presente momento.
Na década de quarenta ou cinqüenta surge um padre na região chamado Padre Borgeia e, como a Igreja é uma instituição que tem um poder de influencia muito grande nos dias atuais - imagine há cinqüenta anos atrás -, o Padre Borgeia fez a cabeça do povo nos seus sermões insinuando que não era justo homenagear um revolucionário, um comunista, e que tinha que mudar o nome do povoado. Então, impondo a sua vontade, e com a concordância dos menos esclarecidos, mudou o nome oficial do povoado para Ibipira.
O povo que ali habitavam eram oriundos do estado do Ceará. A migração ocorreu no século XIX, pelos idos de 1877 a 1880. Fugindo da grande seca de 1877 partiram muita famílias para o estado do Maranhão em busca de água e terras férteis. Estas eram as famílias Rodrigues, Canário, Leite, Domingo, Santiago, Santos, Assis, Oliveira, Guedes, Pereira, Baiano da Silva, Brito, Souza, Quirino, Leonardo, Bezerra, Castro, Belizário, Mateus, Bernardino, Carolino, Nogueira, Ferreira e Fonseca.
Parte destas famílias (Bernardino, Carolino, Rodrigues, Medrado), ficaram num povoado chamado Mata Velha, próximo aonde já existia o povoado Mata do Nascimento. Mais tarde a fusão dos dois povoados deu origem à cidade de Dom Pedro. As demais famílias seguiram para o povoado de Mirador, lugar banhado pelo rio Itapecuru. Lá alguns membros da família Bezerra ficaram, e outros seguiram, pois foram informados de um lugar não muito distante que tinha muita água e terras férteis, só que era um lugar abandonado, situado entre duas serras aonde fica a nascente e por onde corre o riacho São João. Era o vão do Enjeitado, assim chamado porque tinha animais ferozes e dava muita malaria ou cesão (como é conhecido na região).
E para lá eles se foram. Povo desbravador, muitos deles traziam algum recurso. Lá se assentaram, espantaram os felinos, e em pouco tempo transformaram o lugar num centro de produção de arroz, milho, feijão, fava, algodão, mandioca, enfim, tudo para o próprio sustento, e aproveitavam também os recursos nativos região, em especial o Babaçu. Dele se aproveita tudo: a palha é usada para cobrir casas; a castanha extraída do coco é rica em óleo, que serve para alimentação, para fazer sabão, para fabrição de cosméticos; a casca contém alto teor de combustão, serve para ser queimada em fornos de siderurgia, dá um carvão de primeira para ser usado em casa; a palmeira de babaçu tem uma haste grande, então quando morre e apodrece faz um adubo natural para a terra. E há babaçu em abundancia na região, além de muitas terras férteis (terra de barro massapé).
Passaram a cultivar cana, criar gado, e fabricar rapadura e cachaça, que ainda hoje é uma das atividades principais do povo da região.
Este pessoal veio de vários lugares do Ceará. Meus bisavós maternos, que eram Domingo Santiago, vieram do lugar que deu origem à cidade de Campos Salles direto para o povoado Enjeitado, aonde já moravam muitos conhecidos. Chegando lá, compraram uma propriedade já formada, construída pelo meu bisavó paterno, o senhor José Canário. Os meus bisavós maternos se chamavam José Domingo Santiago e Maria dos Santos Santiago. Zé Domingo, como era conhecido, era um homem de bem, muito conceituado, amigo dos coronéis da Guarda Nacional, de tal modo que quando as tropas comandadas pelo General Isidoro Dias Lopes passou pela região procurando aqueles que tinham aderido a coluna Prestes eles receberam recomendação expressa do coronel José Brandão do Povoado Picos (que veio a ser depois a cidade de Colinas), para que não perturbassem o cidadão Zé Domingos e família.
Muito trabalhador, Zé Domingos ali fez patrimônio. Quando veio falecer, deixou bastante terra e gado para seus filhos. A família de Zé Domingos e Maria era pequena para os padrões da época, com apenas seis filhos: Ana Maria (conhecida por Naninha), Tertulina Maria (conhecida por Terta, minha avó), João Domingo, Domingo Santiago, Antônio e Osterno. Dos irmãos da minha avó Terta conheci Domingo e Osterno.
Tio Domingo era ferreiro e trabalhava de forma bem primitiva. A fundição dele era um assoprador chamado forja que ele mesmo fazia, assoprava o fogo no carvão (que atingia altas temperaturas), daí o ferro ficava flexível e ele moldava a peça conforme o que ele pretendia fazer. Ele tinha o molde da peça, então o metal era derretido e colocado na fôrma. Em pouco tempo a peça estava pronta. As peças eram para arreios usados em animais, peças para revolveres, pistolas, espingardas, rifles. Ele fazia coisas interessantes.
Osterno gostava muita da minha mãe. Ele era muito engraçado, contador de estórias, botava apelido em todo mundo. Certa vez, me lembro, ele contou uma historia relatando os caprichos do homem de palavra que era o pai dele. Zé Domingos certa vez conversava com uns amigos contando estórias do Ceará, sua terra natal. Na região em que ele nasceu e se criou, em conseqüência das constantes secas que assolam a região, um lago tinha secado ao ponto do peixes virarem pedra, o que foi motivo de risada dos presentes e ele ficou muito chateado. Então arrumou uma viagem e mandou seu filho Toinho, em companhia de outra pessoa, que fossem ao Ceará e trouxessem vários peixes-pedra (como eram chamado), e que hoje chamamos peixes fossilizados. Então Toinho seguiu mundo afora. Passados alguns meses ele chegou com as pedras, aí Zé Domingos convidou aqueles que antes tinham sorrido dele e, ao ver as pedras, ficaram todos cabisbaixos.
O interessante, segundo meu tio Osterno, era que, quando Toinho viajou para o Ceará e perceberam a falta dele, perguntavam "Cadê Toinho?", e eles respondiam que ele andava para a Travessia cuidando do retiro de gado. Travessia é uma região próxima do Enjeitado que tem muita água e pasto nativo, então no período da seca (que vai de junho a outubro) costumam levar o gado para aquela região para o que chamamos de retiro.
Meus outros bisavós maternos, Francisco Leite de Souza (conhecido por Chiquinho) e Maria Pereira Leite (conhecida por Pereira), tinham como origem Santana do Cariri (CE). A família deles era de quatorze filhos: Maria, Ana Amélia (conhecida por Losa), Rita, Josefa, Antônia, Otília, Ramiro, Almerinda, Vicente, Júlio, Luís, José, João (conhecido por João Chiquinho, meu avô) e Francisco, que faleceu quando criança. Aí começa a mistura, isto é, o casamento entre as famílias. Dois filhos de Chiquinho e Pereira casaram com filhos de Zé Domingos e Maria: João Chiquinho e Terta, meus avós, e Antonio Domingo e Rita Pereira. Os irmãos do meu avó João Chiquinho, José e Almerinda casaram com os irmãos da família Rodrigues de Oliveira e Castro, Maria Rodrigues de Oliveira (sinhá) e Antonio Rodrigues de Oliveira Castro (Antonio Aguida), filho de Raimundo Pereira de Castro (Raimundo Aguida) e Maria Rodrigues de Oliveira (Marica Rodrigues).
João Chiquinho e Terta tiveram seis filhos: Josina, minha mãe, Antônio Francisco (que faleceu ainda criança), Rosalina (conhecida por Rosa), Maria (conhecida por Mariinha, falecida em 1989) e Rita. Minha avó Terta faleceu em 1944 e meu avô casou novamente com Antonina Oliveira Brito e tiveram quatro filhos: Benta, Nildete, Almeron e Gilvan (que faleceu em 26/04/1993, aos 36 anos). Meu avô João Chiquinho faleceu em 13/02/1993, com 93 anos. João Chiquinho era analfabeto, mas era inteligente e dotado de uma memória extraordinária. Ele fabricava e vendia cachaça, tinha pagamento dos trabalhadores e outros pequenos negócios tudo na cabeça. Fazia conta de soma e multiplicação com rapidez. Não perdia em negocio nem passava troco errado. Foi um homem muito trabalhador. Para ele todo dia era dia de trabalhar. Ele tinha um sítio aonde plantava cana e fabricava cachaça e lidava com vários homens trabalhando. O pessoal no interior vive procurando dia santo, então o peão dizia "Seu João, amanhã é dia santo". A reação do meu avô era espontânea e falava assim: "A questão é esta, rapaz: é dia santo mais você come." Aí o peão confirmava que sim, ele reiterava "Então é dia de trabalhar." Não quero dizer que o meu avô não respeitava o dia de descanso do trabalhador, o domingo era dia de descanso, e os principais dias santos, como São João, Nossa Senhora Aparecida, que é a padroeira do nosso povoado, Sexta feira da Paixão, e outros que não me lembro.
Outra dele: às vezes era sábado e surgia um problema corriqueiro do dia-a-dia que só podia ser resolvido na segunda feira. Então o trabalhador dizia "Seu João, tem um problema para ser resolvido na segunda feira", de imediato ele respondia "A questão é esta, rapaz: se o problema é pra segunda feira, deixe pra se preocupar com ele na segunda feira, porque só se tira as alpercatas na beirada do rio."
Na família dos meus bisavós Chiquinho e Pereira existiu uma supertição com o nome Francisco. Um irmão do meu avô chamado Francisco não se criou, meu avô deu o nome de Francisco a um filho e não se criou, e Luis Pereira, irmão de João Chiquinho, deu o nome de Francisco a um filho que também não se criou e faleceu de maneira trágica queimado. Então, diante destas coincidências, não tem neto e nem bisneto de Chiquinho e Pereira chamado Francisco.
Do lado paterno, os pai de minha avó Izabel Canário dos Santos (conhecida por Biluca), era José Canário (conhecido por Zé Canário). Zé Canário foi casado três vezes, duas com irmãs. Dos três casamentos gerou vinte e seis filhos. Só sei o nome de alguns. Minha avó Izabel, por ser muito mimada, ganhou o apelido de Biluca. Ela era a filha caçula do segundo casamento de Zé Canário. Dos irmãos da vó Biluca sei apenas o nome alguns: Otávio, Maria, Luís, Joana, Benta, Belinha, Raimunda, José Canário.
Minha avó era prima primeira dos Baiano da Silva. Meu bisavó Zé Canário era um homem rico. Tinha muitas terras, plantação de cana e gado mas, segundo a minha vó, Zé Canário era um homem desprendido do que tinha. Era farrista e jogador de baralho. Apostava dinheiro, gado terra, cavalo de sela, arma, jóias. O velho era um bicho tão doido que fazia cigarro em cédulas de mil réis, mas fracassou e, quando veio falecer (estava viúvo, tendo sido casado três vezes), dos bens que possuiu não tinha mais nada.
Biluca casou com Gonçalo Rodrigues da Silva (conhecido por Amâncio). Sobre a família do meu avô Amâncio, assim, pai e mãe, eu não sei nada. Sei apenas que tinha muitos irmãos que eram da família Rodrigues Feitosa, de Inhamum (CE) e que, quando vieram para o Maranhão no inicio do século XX, não vieram todos. Ficaram alguns em Inhamum e o que sei é que nunca mais tiveram contato com eles. Vieram Leonarda, Selisjoana (ou Sabida), Maria José. No Enjeitado casaram Rodrigues com Canário, com Belizário Nogueira, com Quirino, com Albino, com Mateus. Meu avô Amâncio e minha vó Biluca tiveram sete filhos: Cícero, Benta, Velomina, Maria, Amélia (todos falecidos), Raimundo (conhecido por Bizinza), José (conhecido por Zé Biluca, meu pai). Meu avô Amâncio faleceu homem novo, em 1932. Minha avó Biluca faleceu dia doze de agosto de 1976, aos oitenta e quatro anos. Meu pai Zé Biluca casou com Josina, filha de João Chiquinho e Terta, neta de Zé Domingo e Maria e de Chiquinho e Maria Pereira.
Antônio Alves dos Santos (Antônio Biluca) - 1951-2004
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
DVD Família Assad
Amigo internauta,
Me perdoe o entusiasmo, mas não há descrição melhor para esse vídeo: Um DVD fantástico de um show inesquecível.
A Família Assad mostra o talento de três gerações, em estilos diversos, executados de uma maneira em que tudo soa no lugar exato. Seja o choro liderado pelo patriarca, sejam as canções dos anos do rádio da matriarca, os irmãos Assad compartilhando o talento do que é tido o maior duo de violões há décadas, o multi-talento da Badi Assad, que transita entre a MPB e a World Music, e os netos que estão ligados na música de concerto, na MPB e no pop, tudo vale a pena. Mais que boas músicas, esse DVD revela uma reunião familiar que, por si só, já é bastante divertida e une a todos.
Quem gosta do trabalho dos músicos de maior destaque da família Assad (Odair, Sérgio e Badi), certamente vai adorar esse DVD.
Pra comprar essa gravação e apoiar esse blog, siga o link indicado para a loja Submarino
Me perdoe o entusiasmo, mas não há descrição melhor para esse vídeo: Um DVD fantástico de um show inesquecível.
A Família Assad mostra o talento de três gerações, em estilos diversos, executados de uma maneira em que tudo soa no lugar exato. Seja o choro liderado pelo patriarca, sejam as canções dos anos do rádio da matriarca, os irmãos Assad compartilhando o talento do que é tido o maior duo de violões há décadas, o multi-talento da Badi Assad, que transita entre a MPB e a World Music, e os netos que estão ligados na música de concerto, na MPB e no pop, tudo vale a pena. Mais que boas músicas, esse DVD revela uma reunião familiar que, por si só, já é bastante divertida e une a todos.
Quem gosta do trabalho dos músicos de maior destaque da família Assad (Odair, Sérgio e Badi), certamente vai adorar esse DVD.
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sábado, 23 de janeiro de 2010
FAQ Violão - Básico
Amigo internauta,
Aproveitando que algumas pessoas compraram instrumentos novos recentemente e estão entrando nesse maravilhoso mundo da música tocando violão, gostaria de contribuir para sanar algumas dúvidas básicas.
- Como devo guardar o violão?
Quando o violão não estiver em uso, ele deve ser acondicionado num estojo (case) adequado ao seu tamanho. Sempre que tampar o estojo, feche-o. Infelizmente vi diversas vezes pessoas levantar rapidamente o estojo com a tampa apenas escostada, e o violão se danificar ao cair bruscamente.
Evite colocar o instrumento próximo de fontes de calor ou frio, incluindo paredes que pegam sol.
Não é necessário alterar a afinação caso o instrumento seja tocado normalmente.
- Como limpar o violão?
Use apenas flanela seca. Qualquer produto de limpeza danifica o verniz do instrumento, principalmente os indicados para uso em móveis e carros.
- Com que frequência devo trocar as cordas?
Mesmo que o instrumento não esteja em uso, em três meses as cordas já estão oxidadas pelo contato com o ar. Além disso, a pressão sobre as cordas de nylon (cerca de 5kg em cada uma) deforma-as e prejudica a sonoridade e a afinação.
Com o uso, a durabilidade diminui ainda mais.
Profissionais costumam trocar de corda no máximo a cada duas semanas. Quem toca cerca de 20 horas por semana deve trocar mensalmente. Quem toca cerca de 10 horas semanais deve trocar, no máximo, a cada dois meses.
- Como devo trocar as cordas?
Nunca tire todas as cordas velhas de uma vez. Tire uma corda, troque-a, e repita a operação. As cordas exercem uma pressão de cerca de 30kg no braço e no cavalete. Retirar essa pressão bruscamente e recolocá-la pode danificar o instrumento, especialmente causando empeno do braço.
- Como amarrar as cordas?
Há várias formas. Uma das mais fáceis é fazer como indicam as imagens abaixo.
No cavalete, enrole as cordas como indicado, com uma volta para os baixos (cordas de metal) e duas ou três voltas para as primas (cordas de nylon).
Na outra ponta, é possível apenas passar a corda pelo buraco da tarracha e enrolá-la ou dar um pequeno nó como indicado.
A vantagem do nó é que ela permite menos voltas da corda no carretel da tarraxa. Quanto menos voltas, mais rápido a corda "segura" a afinação.
- Acabei de trocar cordas e o violão fica desafinando o tempo todo...
Isso é normal. Toda corda de violão cai de afinação após trocada. Podemos usar essa característica ao nosso favor: após colocar uma corda, afine-a um semitom ou um tom acima. Ao desafinar, a corda ficará na afinação normal.
- Pode usar afinador eletrônico?
O melhor aparelho de afinação é o ouvido humano. Os afinadores vendidos nas lojas não têm a precisão do audição humana, portanto com frequência a máquina indica que está afinado, mas nosso ouvido percebe que ainda não está perfeito.
No entanto, pra quem está começando, afinar o violão é uma tarefa que exige muito tempo. Vale a pena, nesses primeiros meses, usar um afinador e checar a cada meia-hora. Mas depois de um ano de estudos já está na hora de largar a dependência do afinador.
- Não consigo encontrar com quem estudar...
Foi por nisso que bolei uma lista com professores de violão que pode ser lida em www.alvarohenrique.com/professores.pdf . Hoje essa lista tem mais de 200 nomes em cerca de 20 estados.
- Não tenho dinheiro pra pagar um professor...
Em diversas cidades a melhor escola pra estudar música é pública e gratuita. As melhores escolas de música do país são públicas e gratuitas. Se informe com músicos da sua cidade ou na secretaria de cultura do seu município.
- Não tenho tempo pra fazer aulas...
Não precisa fazer aulas todo dia, nem toda semana. Faça aulas a cada duas semanas, ou uma por mês.
- Não quero fazer aulas e pronto. Me diz aí aonde baixar alguma coisa.
Já começou errado. É assim que nascem os piores violonistas.
Tocar violão é a execução de tarefa, não é mero acúmulo de informação. Portanto, toda informação que você conseguir, se não vier acompanhada de uma checagem de como você está tocando, não vale muito. Aprender, até dentro de uma caverna no meio do mato é possível, mas o progresso será mais lento, mais penoso e - acredite - mais caro que procurar uma escola ou um professor.
No caso de material na internet, pior ainda. Muito do material didático musical que se encontra de graça na rede são livros de segunda categoria. Fazer um bom livro exige custos.
Espero que esses conselhos e opiniões possam ajudar no seu progresso no violão, amigo internauta. Caso você queira enviar perguntas, favor escrever para alvaroguitar@gmail.com
Aproveitando que algumas pessoas compraram instrumentos novos recentemente e estão entrando nesse maravilhoso mundo da música tocando violão, gostaria de contribuir para sanar algumas dúvidas básicas.
- Como devo guardar o violão?
Quando o violão não estiver em uso, ele deve ser acondicionado num estojo (case) adequado ao seu tamanho. Sempre que tampar o estojo, feche-o. Infelizmente vi diversas vezes pessoas levantar rapidamente o estojo com a tampa apenas escostada, e o violão se danificar ao cair bruscamente.
Evite colocar o instrumento próximo de fontes de calor ou frio, incluindo paredes que pegam sol.
Não é necessário alterar a afinação caso o instrumento seja tocado normalmente.
- Como limpar o violão?
Use apenas flanela seca. Qualquer produto de limpeza danifica o verniz do instrumento, principalmente os indicados para uso em móveis e carros.
- Com que frequência devo trocar as cordas?
Mesmo que o instrumento não esteja em uso, em três meses as cordas já estão oxidadas pelo contato com o ar. Além disso, a pressão sobre as cordas de nylon (cerca de 5kg em cada uma) deforma-as e prejudica a sonoridade e a afinação.
Com o uso, a durabilidade diminui ainda mais.
Profissionais costumam trocar de corda no máximo a cada duas semanas. Quem toca cerca de 20 horas por semana deve trocar mensalmente. Quem toca cerca de 10 horas semanais deve trocar, no máximo, a cada dois meses.
- Como devo trocar as cordas?
Nunca tire todas as cordas velhas de uma vez. Tire uma corda, troque-a, e repita a operação. As cordas exercem uma pressão de cerca de 30kg no braço e no cavalete. Retirar essa pressão bruscamente e recolocá-la pode danificar o instrumento, especialmente causando empeno do braço.
- Como amarrar as cordas?
Há várias formas. Uma das mais fáceis é fazer como indicam as imagens abaixo.
No cavalete, enrole as cordas como indicado, com uma volta para os baixos (cordas de metal) e duas ou três voltas para as primas (cordas de nylon).
Na outra ponta, é possível apenas passar a corda pelo buraco da tarracha e enrolá-la ou dar um pequeno nó como indicado.
A vantagem do nó é que ela permite menos voltas da corda no carretel da tarraxa. Quanto menos voltas, mais rápido a corda "segura" a afinação.
- Acabei de trocar cordas e o violão fica desafinando o tempo todo...
Isso é normal. Toda corda de violão cai de afinação após trocada. Podemos usar essa característica ao nosso favor: após colocar uma corda, afine-a um semitom ou um tom acima. Ao desafinar, a corda ficará na afinação normal.
- Pode usar afinador eletrônico?
O melhor aparelho de afinação é o ouvido humano. Os afinadores vendidos nas lojas não têm a precisão do audição humana, portanto com frequência a máquina indica que está afinado, mas nosso ouvido percebe que ainda não está perfeito.
No entanto, pra quem está começando, afinar o violão é uma tarefa que exige muito tempo. Vale a pena, nesses primeiros meses, usar um afinador e checar a cada meia-hora. Mas depois de um ano de estudos já está na hora de largar a dependência do afinador.
- Não consigo encontrar com quem estudar...
Foi por nisso que bolei uma lista com professores de violão que pode ser lida em www.alvarohenrique.com/professores.pdf . Hoje essa lista tem mais de 200 nomes em cerca de 20 estados.
- Não tenho dinheiro pra pagar um professor...
Em diversas cidades a melhor escola pra estudar música é pública e gratuita. As melhores escolas de música do país são públicas e gratuitas. Se informe com músicos da sua cidade ou na secretaria de cultura do seu município.
- Não tenho tempo pra fazer aulas...
Não precisa fazer aulas todo dia, nem toda semana. Faça aulas a cada duas semanas, ou uma por mês.
- Não quero fazer aulas e pronto. Me diz aí aonde baixar alguma coisa.
Já começou errado. É assim que nascem os piores violonistas.
Tocar violão é a execução de tarefa, não é mero acúmulo de informação. Portanto, toda informação que você conseguir, se não vier acompanhada de uma checagem de como você está tocando, não vale muito. Aprender, até dentro de uma caverna no meio do mato é possível, mas o progresso será mais lento, mais penoso e - acredite - mais caro que procurar uma escola ou um professor.
No caso de material na internet, pior ainda. Muito do material didático musical que se encontra de graça na rede são livros de segunda categoria. Fazer um bom livro exige custos.
Espero que esses conselhos e opiniões possam ajudar no seu progresso no violão, amigo internauta. Caso você queira enviar perguntas, favor escrever para alvaroguitar@gmail.com
quinta-feira, 21 de janeiro de 2010
Uma homenagem que agradou
Amigo internauta,
No último sábado, dia 16 de janeiro, toquei no Museu Parque das Ruínas, no Rio de Janeiro, como parte da série Música no Museu.
O local é um casarão reconstruído no topo do morro de Santa Tereza, próximo ao famoso bondinho. Deste local é possível admirar a beleza natural do Rio, e lamento não ter tido a oportunidade de tirar fotos para relembrar as imagens que vi.
A apresentação começou às 11:30, num dia de muito calor. Ao passar o som na sala, comecei a me sentir mal em função da temperatura e tive de trocar de roupa para aguentar o verão carioca.
O público encheu a sala da apresentação, e diversas pessoas se sentaram no chão. Foi muito bom ver uma platéia variada, e uma honra ter a presença de Airton Soares, presidente da Associação de Violão do Rio (AV-Rio), e outros membros da entidade, além de colegas músicos e amigos, como um ex-aluno que hoje vive na Cidade Maravilhosa.
Estava um pouco nervoso com o programa. Somente a primeira obra do programa era uma peça querida do público, os 5 Prelúdios de Heitor Villa-Lobos. Incluí duas obras de Villa-Lobos recém descobertas, a Valse-Choro e a Valsa de Concerto no 2, que poucos violonistas tocam e uma parte muito pequena da platéia as conhece. Em seguida, estreei duas composições feitas para homenagear os 50 anos de Brasília: A Reconstrução de Brasília, do pernambucano Carlos Alberto da Silva, e os movimentos 1960 a 1969 de Brasília 50 (nome provisório), de Jorge Antunes, carioca radicado na capital federal há 30 anos. Pra encerrar, uma música de vanguarda em duo com o Clayton Vetromilla, professor de violão da Uni-Rio. É muita música contemporânea para um sábado de manhã, para uma platéia totalmente diferente dos festivais de música de vanguarda.
Mas o resultado foi muito positivo. O público compreendeu muito bem as obras, e conseguiu se identificar com elas. A obra do Carlos Alberto da Silva foi provavelmente a mais aplaudida do programa, e a beleza das duas estréias foi bem comentada. Algumas pessoas da platéia se emocionaram em alguns movimentos da obra de Jorge Antunes, e quiseram aplaudir antes do fim da música.
Como nas vezes anteriores, acho que a energia positiva do Rio vai me dar muita sorte nesse projeto das obras inéditas feitas em homenagem aos 50 anos de Brasília, e foi um prazer compartilhar esse repertório com o público carioca.
No último sábado, dia 16 de janeiro, toquei no Museu Parque das Ruínas, no Rio de Janeiro, como parte da série Música no Museu.
O local é um casarão reconstruído no topo do morro de Santa Tereza, próximo ao famoso bondinho. Deste local é possível admirar a beleza natural do Rio, e lamento não ter tido a oportunidade de tirar fotos para relembrar as imagens que vi.
A apresentação começou às 11:30, num dia de muito calor. Ao passar o som na sala, comecei a me sentir mal em função da temperatura e tive de trocar de roupa para aguentar o verão carioca.
O público encheu a sala da apresentação, e diversas pessoas se sentaram no chão. Foi muito bom ver uma platéia variada, e uma honra ter a presença de Airton Soares, presidente da Associação de Violão do Rio (AV-Rio), e outros membros da entidade, além de colegas músicos e amigos, como um ex-aluno que hoje vive na Cidade Maravilhosa.
Estava um pouco nervoso com o programa. Somente a primeira obra do programa era uma peça querida do público, os 5 Prelúdios de Heitor Villa-Lobos. Incluí duas obras de Villa-Lobos recém descobertas, a Valse-Choro e a Valsa de Concerto no 2, que poucos violonistas tocam e uma parte muito pequena da platéia as conhece. Em seguida, estreei duas composições feitas para homenagear os 50 anos de Brasília: A Reconstrução de Brasília, do pernambucano Carlos Alberto da Silva, e os movimentos 1960 a 1969 de Brasília 50 (nome provisório), de Jorge Antunes, carioca radicado na capital federal há 30 anos. Pra encerrar, uma música de vanguarda em duo com o Clayton Vetromilla, professor de violão da Uni-Rio. É muita música contemporânea para um sábado de manhã, para uma platéia totalmente diferente dos festivais de música de vanguarda.
Mas o resultado foi muito positivo. O público compreendeu muito bem as obras, e conseguiu se identificar com elas. A obra do Carlos Alberto da Silva foi provavelmente a mais aplaudida do programa, e a beleza das duas estréias foi bem comentada. Algumas pessoas da platéia se emocionaram em alguns movimentos da obra de Jorge Antunes, e quiseram aplaudir antes do fim da música.
Como nas vezes anteriores, acho que a energia positiva do Rio vai me dar muita sorte nesse projeto das obras inéditas feitas em homenagem aos 50 anos de Brasília, e foi um prazer compartilhar esse repertório com o público carioca.
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
Sonatas para piano de Beethoven para download gratuito
Amigo internauta,
Encontrei no todas as sonatas para piano de Beethoven, em uma boa edição, para download gratuito.
O endereço é http://www.4shared.com/dir/26945261/660b6692/Beethoven_Ludwig_van.html
Como esse material está em domínio público há várias décadas, baixe sem culpa!
Encontrei no todas as sonatas para piano de Beethoven, em uma boa edição, para download gratuito.
O endereço é http://www.4shared.com/dir/26945261/660b6692/Beethoven_Ludwig_van.html
Como esse material está em domínio público há várias décadas, baixe sem culpa!
domingo, 17 de janeiro de 2010
Outras máximas de meu pai
Morrer por uma ideia é muito bonito, mas por que não deixar a ideia morrer antes de você?
Os sonhos e a esperança são dois calmantes que a vida concede ao ser humano.
A leitura torna o ser humano completo, a conversa torna-o ágil, e escrever dá-lhe precisão.
Antônio Alves dos Santos (Antônio Biluca) - (+1951-*2004)
Os sonhos e a esperança são dois calmantes que a vida concede ao ser humano.
A leitura torna o ser humano completo, a conversa torna-o ágil, e escrever dá-lhe precisão.
Antônio Alves dos Santos (Antônio Biluca) - (+1951-*2004)
sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
Sobre concursos de violão no Brasil
Amigo internauta,
Recebi no alvaroguitar@gmail.com a seguinte pergunta do violonista João Oliveira:
"Sou de Recife. Gostaria de participar de um concurso de violão. Só posso ir a um. Você poderia me indicar qual seria mais vantajoso?"
O grande problema é determinar o que é vantajoso. Vamos ver um breve panorama de concursos musicais, em especial dos concursos de violão no Brasil.
Quais são as vantagens em se fazer um concurso? As mais óbvias são a criação de objetivos no estudo, o incentivo a se superar tecnica e musicalmente, a oportunidade de se comparar com músicos que estão na mesma fase da carreira, realizar contatos e explorar composições que, por estímulo próprio, não fariam parte do seu repertório.
E quais são as desvantagens? Nem sempre o repertório exigido é do nosso interesse ou permite mostrar o que fazemos de melhor, os custos (não apenas financeiros, mas de tempo, energia, stress, etc.) só serão recompensados caso consigamos um prêmio, e podem ocorrer frustrações por um resultado inesperado.
No Brasil, a maior parte dos concursos só oferecem prêmios modestos. Além disso, resultados que podem revoltar os participantes acontecem mesmo nos concursos mais idôneos.
Portanto, para decidir qual concurso é o mais vantajoso, é preciso escolher qual exige o menor custo financeiro, menos tempo de preparação, menos composições que não nos interessam, maior possibilidade de um bom resultado e que podem oferecer prêmios mais interessantes.
O país possui, atualmente, apenas cinco concursos de violão perenes. Concursos eventuais também fazem parte do calendário, e anos recentes tiveram cerca de dez concursos realizados. Dos cinco, um é realizado no Nordeste (concurso do FENAVIPI), um no Centro-Oeste (Concurso Eustáquio Grilo) e os demais no Sudeste.
O Concurso do FENAVIPI faz parte do Festival Nacional de Violão do Piauí, e é realizado em fevereiro, na cidade de Teresina. Há premiação em dinheiro para os três colocados, e o vencedor toca na edição seguinte do mesmo festival, com cachê e despesas pagas.
É oferecido ao candidato uma ampla lista de repertório, com a maior parte pertencente ao "cânone" do repertório erudito, que pode escolher livremente composições da lista.
Por ser um concurso que faz parte de um importante festival de violão, pode ser vantajoso aproveitar a oportunidade de fazer aulas e assistir concertos de grandes músicos e voltar com um prêmio pra casa. No entanto, toda essa atividade pode desviar a atenção de quem está buscando oportunidades profissionais pra carreira, e os candidatos frequentemente sobem ao palco sem estar totalmente preparados.
O festival não cobra inscrição, e a primeira seleção é por gravação. Eventualmente é oferecida hospedagem coletiva (o que diminui a chance de se preparar adequadamente). Custos de alimentação e transporte correm pelo candidato. O evento dura uma semana.
O Concurso Eustáquio Grilo é realizado pela Associação Brasiliense de Violão, em julho, em Brasília. Até o presente momento só o primeiro lugar é premiado com uma série de quatro concertos com cachê em cidades distintas. A avaliação é feita por notas em quesitos pré-definidos que lembram a de escolas de samba. As notas são enviadas para os candidatos após o encerramento do certame.
Até a presente edição, numa etapa é cobrada uma composição de autor estrangeiro e na outra uma de compositor brasileiro, com ampla possibilidade de escolher qualquer obra.
O evento também faz parte de um festival, que via de regra apresenta apenas concertos com vencedores de concursos internacionais, sem aulas. Dessa forma, conjuga a oportunidade de conhecer violonistas que foram premiados em concursos no exterior (um passo seguinte na vida de todos que realizam concursos no Brasil), com a possibilidade de se preparar adequadamente.
O concurso cobra taxa de inscrição. Custos de alimentação, hospedagem e transporte são pagos pelo candidato. O evento dura um fim-de-semana.
O Concurso Fred Schneiter é bienal, realizado em ano ímpar, na cidade de Niterói (RJ). Os três primeiros candidatos são premiados em dinheiro. O vencedor ganha um recital. O repertório exigido varia bastante, mas inclui composições do homenageado e de outros autores cariocas de expressão local. Houve edições em que quase todas as obras exigidas eram composições populares.
O concurso cobra taxa de inscrição. A primeira etapa da avaliação é por gravação. Custos de alimentação, hospedagem e transporte são pagos pelo candidato. O evento dura cerca de quatro dias.
O Concurso Souza Lima é organizado pelo Henrique Pinto, em São Paulo. Via de regra, apenas o vencedor é premiado com um concerto sem cachê e sem os custos pagos. É um dos concursos mais controversos em atividade, e frequentemente seus resultados são questionados. Alunos do organizador concorrem com os demais candidatos, e são levantadas dúvidas sobre a igualdade de condições dos concorrentes.
O concurso cobra taxa de inscrição. Todos os custos são pagos pelo candidato. O evento dura um fim-de-semana.
O Concurso Musicalis foi organizado durante muitos anos por Gilson Antunes, e agora o Fábio Bartoloni está à frente. Também realizado em São Paulo, costuma acontecer em data próxima ao Souza Lima, e com frequência têm os mesmos participantes. A premiação é bastante irregular, e pode variar de apenas brindes (CDs e cordas) a instrumentos novos, recitais e dinheiro.
O concurso cobra taxa de inscrição. Todos os custos são pagos pelo candidato. O evento dura um fim-de-semana.
No Espírito Santo, Santa Catarina, São Paulo e Minas Gerais eventualmente surgem concursos extras. Visite sites especializados como o violaomandriao.com.br para estar atento a essas novidades.
Creio que essas informações já são o suficiente pro João avaliar qual concurso pode ser o mais vantajoso. Se ele estiver seguro que vencerá, pode ser interessante ir no concurso com o maior prêmio, independente do que é oferecido pros demais candidatos. Caso queira acima de tudo ter motivação para estudar, um concurso que exige o mesmo repertório que ele deseja se aperfeiçoar é melhor. Caso os custos financeiros sejam um problema, o concurso que exigir menor deslocamento e menos dias de hospedagem é o mais interessante. Caso ele não queira lidar com uma frustração, um concurso com maiores chances de idoneidade seria o ideal.
Se me permite um conselho mais direto, baseado nas informações que o João forneceu (nunca o ouvi tocar), creio que o concurso do FENAVIPI e o Concurso Eustáquio Grilo seriam os melhores. Provavelmente as inscrições para o FENAVIPI 2010 já tenham se encerrado, portanto o Concurso Eustáquio Grilo parece ser a melhor opção disponível. Caso os custos financeiros não sejam um problema e o resultado é menos importante que o preparo para o concurso em si, pode ser muito bom ir a São Paulo e emendar o concurso Souza Lima e o Musicalis, que costumam ser em fins-de-semana vizinhos.
Boa sorte, João, espero que essas dicas e conselhos te auxiliem. Converse sobre esse assunto com outros violonistas também. E não se esqueça: há mais a ganhar num concurso musical que o primeiro lugar.
Caso você tenha alguma pergunta sobre música e violão, amigo internauta, envie para alvaroguitar@gmail.com e responderemos aqui.
Recebi no alvaroguitar@gmail.com a seguinte pergunta do violonista João Oliveira:
"Sou de Recife. Gostaria de participar de um concurso de violão. Só posso ir a um. Você poderia me indicar qual seria mais vantajoso?"
O grande problema é determinar o que é vantajoso. Vamos ver um breve panorama de concursos musicais, em especial dos concursos de violão no Brasil.
Quais são as vantagens em se fazer um concurso? As mais óbvias são a criação de objetivos no estudo, o incentivo a se superar tecnica e musicalmente, a oportunidade de se comparar com músicos que estão na mesma fase da carreira, realizar contatos e explorar composições que, por estímulo próprio, não fariam parte do seu repertório.
E quais são as desvantagens? Nem sempre o repertório exigido é do nosso interesse ou permite mostrar o que fazemos de melhor, os custos (não apenas financeiros, mas de tempo, energia, stress, etc.) só serão recompensados caso consigamos um prêmio, e podem ocorrer frustrações por um resultado inesperado.
No Brasil, a maior parte dos concursos só oferecem prêmios modestos. Além disso, resultados que podem revoltar os participantes acontecem mesmo nos concursos mais idôneos.
Portanto, para decidir qual concurso é o mais vantajoso, é preciso escolher qual exige o menor custo financeiro, menos tempo de preparação, menos composições que não nos interessam, maior possibilidade de um bom resultado e que podem oferecer prêmios mais interessantes.
O país possui, atualmente, apenas cinco concursos de violão perenes. Concursos eventuais também fazem parte do calendário, e anos recentes tiveram cerca de dez concursos realizados. Dos cinco, um é realizado no Nordeste (concurso do FENAVIPI), um no Centro-Oeste (Concurso Eustáquio Grilo) e os demais no Sudeste.
O Concurso do FENAVIPI faz parte do Festival Nacional de Violão do Piauí, e é realizado em fevereiro, na cidade de Teresina. Há premiação em dinheiro para os três colocados, e o vencedor toca na edição seguinte do mesmo festival, com cachê e despesas pagas.
É oferecido ao candidato uma ampla lista de repertório, com a maior parte pertencente ao "cânone" do repertório erudito, que pode escolher livremente composições da lista.
Por ser um concurso que faz parte de um importante festival de violão, pode ser vantajoso aproveitar a oportunidade de fazer aulas e assistir concertos de grandes músicos e voltar com um prêmio pra casa. No entanto, toda essa atividade pode desviar a atenção de quem está buscando oportunidades profissionais pra carreira, e os candidatos frequentemente sobem ao palco sem estar totalmente preparados.
O festival não cobra inscrição, e a primeira seleção é por gravação. Eventualmente é oferecida hospedagem coletiva (o que diminui a chance de se preparar adequadamente). Custos de alimentação e transporte correm pelo candidato. O evento dura uma semana.
O Concurso Eustáquio Grilo é realizado pela Associação Brasiliense de Violão, em julho, em Brasília. Até o presente momento só o primeiro lugar é premiado com uma série de quatro concertos com cachê em cidades distintas. A avaliação é feita por notas em quesitos pré-definidos que lembram a de escolas de samba. As notas são enviadas para os candidatos após o encerramento do certame.
Até a presente edição, numa etapa é cobrada uma composição de autor estrangeiro e na outra uma de compositor brasileiro, com ampla possibilidade de escolher qualquer obra.
O evento também faz parte de um festival, que via de regra apresenta apenas concertos com vencedores de concursos internacionais, sem aulas. Dessa forma, conjuga a oportunidade de conhecer violonistas que foram premiados em concursos no exterior (um passo seguinte na vida de todos que realizam concursos no Brasil), com a possibilidade de se preparar adequadamente.
O concurso cobra taxa de inscrição. Custos de alimentação, hospedagem e transporte são pagos pelo candidato. O evento dura um fim-de-semana.
O Concurso Fred Schneiter é bienal, realizado em ano ímpar, na cidade de Niterói (RJ). Os três primeiros candidatos são premiados em dinheiro. O vencedor ganha um recital. O repertório exigido varia bastante, mas inclui composições do homenageado e de outros autores cariocas de expressão local. Houve edições em que quase todas as obras exigidas eram composições populares.
O concurso cobra taxa de inscrição. A primeira etapa da avaliação é por gravação. Custos de alimentação, hospedagem e transporte são pagos pelo candidato. O evento dura cerca de quatro dias.
O Concurso Souza Lima é organizado pelo Henrique Pinto, em São Paulo. Via de regra, apenas o vencedor é premiado com um concerto sem cachê e sem os custos pagos. É um dos concursos mais controversos em atividade, e frequentemente seus resultados são questionados. Alunos do organizador concorrem com os demais candidatos, e são levantadas dúvidas sobre a igualdade de condições dos concorrentes.
O concurso cobra taxa de inscrição. Todos os custos são pagos pelo candidato. O evento dura um fim-de-semana.
O Concurso Musicalis foi organizado durante muitos anos por Gilson Antunes, e agora o Fábio Bartoloni está à frente. Também realizado em São Paulo, costuma acontecer em data próxima ao Souza Lima, e com frequência têm os mesmos participantes. A premiação é bastante irregular, e pode variar de apenas brindes (CDs e cordas) a instrumentos novos, recitais e dinheiro.
O concurso cobra taxa de inscrição. Todos os custos são pagos pelo candidato. O evento dura um fim-de-semana.
No Espírito Santo, Santa Catarina, São Paulo e Minas Gerais eventualmente surgem concursos extras. Visite sites especializados como o violaomandriao.com.br para estar atento a essas novidades.
Creio que essas informações já são o suficiente pro João avaliar qual concurso pode ser o mais vantajoso. Se ele estiver seguro que vencerá, pode ser interessante ir no concurso com o maior prêmio, independente do que é oferecido pros demais candidatos. Caso queira acima de tudo ter motivação para estudar, um concurso que exige o mesmo repertório que ele deseja se aperfeiçoar é melhor. Caso os custos financeiros sejam um problema, o concurso que exigir menor deslocamento e menos dias de hospedagem é o mais interessante. Caso ele não queira lidar com uma frustração, um concurso com maiores chances de idoneidade seria o ideal.
Se me permite um conselho mais direto, baseado nas informações que o João forneceu (nunca o ouvi tocar), creio que o concurso do FENAVIPI e o Concurso Eustáquio Grilo seriam os melhores. Provavelmente as inscrições para o FENAVIPI 2010 já tenham se encerrado, portanto o Concurso Eustáquio Grilo parece ser a melhor opção disponível. Caso os custos financeiros não sejam um problema e o resultado é menos importante que o preparo para o concurso em si, pode ser muito bom ir a São Paulo e emendar o concurso Souza Lima e o Musicalis, que costumam ser em fins-de-semana vizinhos.
Boa sorte, João, espero que essas dicas e conselhos te auxiliem. Converse sobre esse assunto com outros violonistas também. E não se esqueça: há mais a ganhar num concurso musical que o primeiro lugar.
Caso você tenha alguma pergunta sobre música e violão, amigo internauta, envie para alvaroguitar@gmail.com e responderemos aqui.
quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
História da Música Ocidental, de Grout e Palisca
Amigo internauta,
Provavelmente o livro que mais li e reli é o História da Música Ocidental, de Donald Grout e Claude Palisca. Originalmente escrito em inglês, a editora portuguesa Gradiva fez um bom trabalho na tradução.
É um livro muito rico, com cerca de 750 páginas que traça um panorama da música desde a antiguidade clássica (Grécia e Roma antiga) até o século XX. Além de citar compositores e obras, faz um panorama da sociedade e cultura de cada época, apresenta relações com outras manifestações artísticas e culturais, e todos os principais temas ligados à música são esmiuçados.
Apesar de ser um livro caro, vale a pena. Poucos livros sobre o tema são tão completos e repletos de tanta informação que a cada releitura a compreensão sobre o assunto é aumentada.
Para comprar o livro e apoiar esse blog, siga o link para comprá-lo no Submarino.
Provavelmente o livro que mais li e reli é o História da Música Ocidental, de Donald Grout e Claude Palisca. Originalmente escrito em inglês, a editora portuguesa Gradiva fez um bom trabalho na tradução.
É um livro muito rico, com cerca de 750 páginas que traça um panorama da música desde a antiguidade clássica (Grécia e Roma antiga) até o século XX. Além de citar compositores e obras, faz um panorama da sociedade e cultura de cada época, apresenta relações com outras manifestações artísticas e culturais, e todos os principais temas ligados à música são esmiuçados.
Apesar de ser um livro caro, vale a pena. Poucos livros sobre o tema são tão completos e repletos de tanta informação que a cada releitura a compreensão sobre o assunto é aumentada.
Para comprar o livro e apoiar esse blog, siga o link para comprá-lo no Submarino.
segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
Homenagem ao Rio e a Brasília na série Música no Museu
Amigo internauta,
Nesse dia 16, sábado, às 11:30 faço uma apresentação no Museu Parque das Ruínas, no Rio de Janeiro, dentro da série Música no Museu.
No repertório, uma homenagem ao Rio de Janeiro e aos 50 anos de inauguração de Brasília. Tocarei composições feitas por Villa-Lobos quando o Rio era a capital, incluindo obras recém-descobertas para violão solo, e composições inéditas de Carlos Alberto da Silva e Jorge Antunes dedicadas a mim e feitas para homenagear os 50 anos de Brasília, que são celebrados em 2010.
Como um brasiliense nato, é um prazer poder homenagear minha cidade, e melhor ainda estrear esse projeto numa cidade fantástica e que me deu muita sorte, o Rio de Janeiro - por isso fiz questão de homenagear não só a "Capital da Esperança", mas também a "Cidade Maravilhosa".
O professor de violão da Uni-Rio Clayton Vetromilla fará uma participação especial. É muito bacana ir a outra cidade e poder dividir o palco com um amigo que vive lá. Nesse ano gostaria de fazer isso mais vezes, e fiquei muito feliz do Clayton ter aceito o convite.
A entrada é gratuita e espero (re)ver alguns de vocês, amigos internautas!
HOMENAGEM AO RIO E AOS 50 ANOS DE BRASÍLIA
Alvaro Henrique, violão
Participação especial: Clayton Vetromilla
Dia 16 – sábado – 11h30
MUSEU PARQUE DAS RUÍNAS
Rua Murtinho Nobre, 169 – Santa Tereza
Composições de Heitor Villa-Lobos, Carlos Alberto Silva, Jorge Antunes e Paulo Bellinatti.
Nesse dia 16, sábado, às 11:30 faço uma apresentação no Museu Parque das Ruínas, no Rio de Janeiro, dentro da série Música no Museu.
No repertório, uma homenagem ao Rio de Janeiro e aos 50 anos de inauguração de Brasília. Tocarei composições feitas por Villa-Lobos quando o Rio era a capital, incluindo obras recém-descobertas para violão solo, e composições inéditas de Carlos Alberto da Silva e Jorge Antunes dedicadas a mim e feitas para homenagear os 50 anos de Brasília, que são celebrados em 2010.
Como um brasiliense nato, é um prazer poder homenagear minha cidade, e melhor ainda estrear esse projeto numa cidade fantástica e que me deu muita sorte, o Rio de Janeiro - por isso fiz questão de homenagear não só a "Capital da Esperança", mas também a "Cidade Maravilhosa".
O professor de violão da Uni-Rio Clayton Vetromilla fará uma participação especial. É muito bacana ir a outra cidade e poder dividir o palco com um amigo que vive lá. Nesse ano gostaria de fazer isso mais vezes, e fiquei muito feliz do Clayton ter aceito o convite.
A entrada é gratuita e espero (re)ver alguns de vocês, amigos internautas!
HOMENAGEM AO RIO E AOS 50 ANOS DE BRASÍLIA
Alvaro Henrique, violão
Participação especial: Clayton Vetromilla
Dia 16 – sábado – 11h30
MUSEU PARQUE DAS RUÍNAS
Rua Murtinho Nobre, 169 – Santa Tereza
Composições de Heitor Villa-Lobos, Carlos Alberto Silva, Jorge Antunes e Paulo Bellinatti.
sábado, 9 de janeiro de 2010
Muleke Doido em Sampa
E aí, véi?
Aqui é o Muleke Doido da 7. 107. Cem vezes melhor que 007!
Terça passada estava lá no Teatro Garagem, vendo um show do Marambaia. Bicho cara véi, os caras são o bicho!! Mutcho loko, véi cara bicho! Aí eles foram tocar em São Paulo, e como o pessoal da banda é tudo chegado meu, os caras me convidaram pra camelar lá em São Paulo com eles.
Logo na saída tomamos uns djorous pra ficar legalzão. Véi, chapei o côco e fiquei só o pó da rabiola! Só fui acordar lá no entorno de São Paulo, lá em Osasco, Barueri, Francisco Morato, esses lugar aí.
Cara, a gente entrou em São Paulo e já caímos no eixo Tietê. Véi, os caras são louco! Toda hora parece seis da tarde, véi! Bicho, e as tesourinhas são tudo mutcho loka, véi! Tem lugar que a tesourinha da ponte é no eixinho, tem hora que é no eixão, e tem hora que nem tesourinha tem, cara! Os caras viajaram na maionese!
Véi, mas fica pior. Os caras que fizeram São Paulo fumaram um do bom. E não era orégano, não! Bicho cara véi, os caras colocaram nome nas ruas, véi!! Mó fumo do bom! Cara véi bicho, e tem cada nome mutcho loko, véi!! Rua Te-o-do-ro Sam-pa-io. Os caras fumaram legal pra pôr nome de gente, véi! Tem rua até com nome de data, bicho, mó viagem! Rua vin-te e cin-co de mar-ço. Vixi, mó piração! Pior que tem umas ruinhas, mó peidin de véia, com uns nomão, véi! A rua parece que se acha, né? E véi cara bicho, lembrei de uma parada!! Olha só, véi, esses negócio de nome de rua já é mó ruim, não é a tôa que os caras de São Paulo tão sempre com uma cara de bunda dirigindo, mas a confusão é ainda pior, bicho. Tem uma rua Bu-tan-tã, mas fica em Pinheiros, não no Butantã, véi! Mó Bob Marley! Os caras fumaram do grossão, véi!
Deu pra dar um pá-pum no plano-piloto de São Paulo, lá na Sé, São Bento, mas tava mó muvuca, parecia a Feira do Paraguai, e já me enpirulitei de lá em dois palitos. Fiquei mais em algumas cidades-satélites: Pinheiros, Vila Madalena, Butantã, mais na Asa Oeste. Só que, sei lá, parece que o avião de São Paulo bateu e se espatifou todo, né?
Aí rolou o show lá do Marambaia, né. Tinha um cara lá montando o som que só falava água, véi. A gente chegou e ele já mandou um "E aí, M E U?". Meu o quê, véi? Tá achando o quê pra dizer que sou seu, carái. Aí depois foi "Firrrrrrrrmeza?" Deu vontade de responder "quer pegar pra ver se tá firme?" Só falava água. Aí o cara chegou pro pessoal com o cabo de som na mão e perguntou quem tinha buraquinho. Bicho cara véi, mó CAESB o cara, só falando água!! Aí o pessoal do Marambaia chegou pra mim e disse: "E aí, Muleke Doido? Seguinte, véi: o cara aqui tá curtindo uma com a gente, vamos pôr o cara pra fora e cê monta o som pra gente, belez?" Aí eu falei "Sem perhaps" Na hora rolou a responsa, pô, montar som pro Marambaia não é qualquer merda não, véi, é penico cheio! Achei que eu ia me funegs, mas fui lá, tranquilex, montei as paradex na boa, e não é que ficou belezex? Cara véi bicho, ficou tão duca que os CAESB lá queriam que eu fizesse mais isso aí pra eles, véi!
Aí depois do showzasso a gente saiu da comemorar, mas véi, cê acredita que nenhum lugar tinha codorna frita com farofa de ovo? Aí fomos comer pizza. Véi, que pizza esquisita! Pedi uma pizza de atum e veio um cabelinho de massa só com atum em cima, sem queijo, sem molho, só atum e hóstia. Pô, saí pra tomar cerveja, não pra fazer a primeira comunhão, cara! Sou mais um duplo na Dom Bosco. Ainda bem que tinha um Giraffa's. Pô, se não fosse um Tri Possante pra matar minha fome eu ia 'tar no sal, cara.
Mas é isso aí, pessoal. Rolou mais umas paradex lá em São Paulo, mas depois conto aí, belez? Tá rolando um churrascão com acarajé na casa do Pijama e ele me falou que a tia Marli levou a sopa paraguaia dela, e não posso ficar fora dessa, véi!
Falô! Beijo na bunda, até segunda!
Aqui é o Muleke Doido da 7. 107. Cem vezes melhor que 007!
Terça passada estava lá no Teatro Garagem, vendo um show do Marambaia. Bicho cara véi, os caras são o bicho!! Mutcho loko, véi cara bicho! Aí eles foram tocar em São Paulo, e como o pessoal da banda é tudo chegado meu, os caras me convidaram pra camelar lá em São Paulo com eles.
Logo na saída tomamos uns djorous pra ficar legalzão. Véi, chapei o côco e fiquei só o pó da rabiola! Só fui acordar lá no entorno de São Paulo, lá em Osasco, Barueri, Francisco Morato, esses lugar aí.
Cara, a gente entrou em São Paulo e já caímos no eixo Tietê. Véi, os caras são louco! Toda hora parece seis da tarde, véi! Bicho, e as tesourinhas são tudo mutcho loka, véi! Tem lugar que a tesourinha da ponte é no eixinho, tem hora que é no eixão, e tem hora que nem tesourinha tem, cara! Os caras viajaram na maionese!
Véi, mas fica pior. Os caras que fizeram São Paulo fumaram um do bom. E não era orégano, não! Bicho cara véi, os caras colocaram nome nas ruas, véi!! Mó fumo do bom! Cara véi bicho, e tem cada nome mutcho loko, véi!! Rua Te-o-do-ro Sam-pa-io. Os caras fumaram legal pra pôr nome de gente, véi! Tem rua até com nome de data, bicho, mó viagem! Rua vin-te e cin-co de mar-ço. Vixi, mó piração! Pior que tem umas ruinhas, mó peidin de véia, com uns nomão, véi! A rua parece que se acha, né? E véi cara bicho, lembrei de uma parada!! Olha só, véi, esses negócio de nome de rua já é mó ruim, não é a tôa que os caras de São Paulo tão sempre com uma cara de bunda dirigindo, mas a confusão é ainda pior, bicho. Tem uma rua Bu-tan-tã, mas fica em Pinheiros, não no Butantã, véi! Mó Bob Marley! Os caras fumaram do grossão, véi!
Deu pra dar um pá-pum no plano-piloto de São Paulo, lá na Sé, São Bento, mas tava mó muvuca, parecia a Feira do Paraguai, e já me enpirulitei de lá em dois palitos. Fiquei mais em algumas cidades-satélites: Pinheiros, Vila Madalena, Butantã, mais na Asa Oeste. Só que, sei lá, parece que o avião de São Paulo bateu e se espatifou todo, né?
Aí rolou o show lá do Marambaia, né. Tinha um cara lá montando o som que só falava água, véi. A gente chegou e ele já mandou um "E aí, M E U?". Meu o quê, véi? Tá achando o quê pra dizer que sou seu, carái. Aí depois foi "Firrrrrrrrmeza?" Deu vontade de responder "quer pegar pra ver se tá firme?" Só falava água. Aí o cara chegou pro pessoal com o cabo de som na mão e perguntou quem tinha buraquinho. Bicho cara véi, mó CAESB o cara, só falando água!! Aí o pessoal do Marambaia chegou pra mim e disse: "E aí, Muleke Doido? Seguinte, véi: o cara aqui tá curtindo uma com a gente, vamos pôr o cara pra fora e cê monta o som pra gente, belez?" Aí eu falei "Sem perhaps" Na hora rolou a responsa, pô, montar som pro Marambaia não é qualquer merda não, véi, é penico cheio! Achei que eu ia me funegs, mas fui lá, tranquilex, montei as paradex na boa, e não é que ficou belezex? Cara véi bicho, ficou tão duca que os CAESB lá queriam que eu fizesse mais isso aí pra eles, véi!
Aí depois do showzasso a gente saiu da comemorar, mas véi, cê acredita que nenhum lugar tinha codorna frita com farofa de ovo? Aí fomos comer pizza. Véi, que pizza esquisita! Pedi uma pizza de atum e veio um cabelinho de massa só com atum em cima, sem queijo, sem molho, só atum e hóstia. Pô, saí pra tomar cerveja, não pra fazer a primeira comunhão, cara! Sou mais um duplo na Dom Bosco. Ainda bem que tinha um Giraffa's. Pô, se não fosse um Tri Possante pra matar minha fome eu ia 'tar no sal, cara.
Mas é isso aí, pessoal. Rolou mais umas paradex lá em São Paulo, mas depois conto aí, belez? Tá rolando um churrascão com acarajé na casa do Pijama e ele me falou que a tia Marli levou a sopa paraguaia dela, e não posso ficar fora dessa, véi!
Falô! Beijo na bunda, até segunda!
sexta-feira, 8 de janeiro de 2010
Projeto para compra de avião para a Câmara dos Deputados
Amigo internauta,
Segundo reportagem da TV UOL, o Deputado Ernandes Amorim apresentou um projeto de lei que visa comprar um avião para a Câmara dos Deputados. Confira no vídeo abaixo:
Para comunicar ao Dep. Ernandes Amorim sua opinião sobre o projeto, amigo internauta, mande um e-mail para dep.ernandesamorim@camara.gov.br .
Lembre-se que participação política não é só votar, é cobrar e manifestar sua opinião.
Segundo reportagem da TV UOL, o Deputado Ernandes Amorim apresentou um projeto de lei que visa comprar um avião para a Câmara dos Deputados. Confira no vídeo abaixo:
Para comunicar ao Dep. Ernandes Amorim sua opinião sobre o projeto, amigo internauta, mande um e-mail para dep.ernandesamorim@camara.gov.br .
Lembre-se que participação política não é só votar, é cobrar e manifestar sua opinião.
quinta-feira, 7 de janeiro de 2010
Estudando música no exterior: EUA
Amigo internauta,
Algumas informações sobre o destino mais comum para estudantes de música no Brasil, os EUA.
Cenário musical
Os EUA é um dos maiores centros de produção e consumo de entretenimento do mundo. As oportunidades para trabalhar nessa área são ilimitadas. O cenário da música de concerto também é muito bom, com centenas de orquestras e algumas dezenas de casas de ópera com programação regular, além de uma intensa atividade de música de câmera. Toda a cadeia produtiva funciona muito bem, e proporciona ótimas oportunidades para iniciar uma carreira.
Cenário acadêmico
Os Estados Unidos da América tem de tudo. Apesar das infra-estrutura das universidades ter um padrão acima da média do Brasil, há desde verdadeiras "lojas de diplomas" às mais importantes escolas de música do mundo.
Portanto, saber escolher bem é fundamental. Imaginar que qualquer lugar dos EUA é melhor que qualquer lugar do Brasil é um mito, e é possível que um brasileiro que aceite ir no primeiro lugar que aparecer encare uma grande roubada.
Sistema educacional
O sistema educacional do Brasil é praticamente igual ao dos EUA, com cursos com a mesma duração, portanto a validação de diplomas entre os dois países é relativamente simples.
Mesmo as escolas públicas cobram taxas dos alunos, e é normal que estrangeiros paguem valores mais elevados. Embora a desvalorização do dólar tenha tornado o valor mais acessível, o custo anual do curso e despesas gira em torno de um carro popular zero km.
Naturalmente, viver em Nova York custa mais que numa cidade do interior da Virgínia, portanto o custo das despesas pode variar muito. Por outro lado, as oportunidades profissionais são maiores nas grandes cidades.
Indo ao país
Embora várias universidades aceitem vídeos como prova de admissão, recomenda-se a qualquer aluno que busca ajuda financeira fazer uma audição. Algumas escolas fazem audições fora do país, e com frequência tocar para um professor de universidade estadosunidense vale como uma audição, portanto, se alguém que você queira fazer aulas venha ao Brasil, pode ser muito bom fazer de tudo para tocar pra seu potencial professor.
Um bom domínio do inglês é fundamental, e faz parte dos documentos a serem enviados o resultado de algum teste de proficiência, como o TOEFL. Diversos bons músicos, mesmo com bolsa, foram impedidos de estudar por não conseguir a nota mínima nesses testes de inglês.
O que nós chamamos de bolsa de estudos costuma ser desconto (parcial ou total) do preço do curso, e não cobre todas as despesas. Em algumas circunstâncias, é possível que esteja incluída moradia no campus da faculdade. Ainda assim, todo gasto com alimentação, transporte, seguro saúde, material de estudo tem de ser pago pelo estudante.
É possível trabalhar legalmente durante o período de estudo, com muitas restrições. Várias dessas regras são determinadas pela escola.
A Embaixada dos EUA mantém escritórios em diversas cidades brasileiras que dão orientação gratuita ou a preços baixos para qualquer pessoa que queira estudar nos EUA, os Education Advising Offices. Contacte esses centros para mais informações, e evitar conselheiros que cobram taxas altas.
Para obter o visto, toda a tramitação tem de ser feita no Brasil, pessoalmente. Recomenda-se iniciar a burocracia com um ano de antecedência. O calendário escolar estadosunidense inicia em agosto / setembro.
Vivendo no país
É comum que as universidades tenham moradia estudantil no campus. Exceto em casos excepcionais, é preciso pagar aluguel para morar nessas residências, e o custo nem sempre é inferior a alugar um imóvel comum. No entanto, pode haver vantagens extras com a redução de custos de transporte ou de outros serviços (internet, lavanderia, etc.).
Como comentado acima, é possível trabalhar durante o período de estudo, mas é preciso seguir normas restritas, das quais várias delas são determinadas pela instituição de ensino.
Ficando no país permanentemente
Ao final dos estudos, o aluno precisa sair do país. Caso ele tenha um visto de trabalho, então ele pode permanecer. Portanto, estudantes de música que pretendem continuar nos EUA devem procurar uma colocação no mercado de trabalho ao longo do curso.
É melhor ficar no Brasil se...
O maior empecilho para brasileiros manterem seus estudos nos EUA é o custo de vida, embora esteja mais acessível.
Especialmente em se tratando de graduação, há poucas universidades nos EUA que são realmente superiores aos melhores centros de ensino do Brasil. É um melhor investimento deixar para fazer uma pós-graduação por lá.
Algumas informações sobre o destino mais comum para estudantes de música no Brasil, os EUA.
Cenário musical
Os EUA é um dos maiores centros de produção e consumo de entretenimento do mundo. As oportunidades para trabalhar nessa área são ilimitadas. O cenário da música de concerto também é muito bom, com centenas de orquestras e algumas dezenas de casas de ópera com programação regular, além de uma intensa atividade de música de câmera. Toda a cadeia produtiva funciona muito bem, e proporciona ótimas oportunidades para iniciar uma carreira.
Cenário acadêmico
Os Estados Unidos da América tem de tudo. Apesar das infra-estrutura das universidades ter um padrão acima da média do Brasil, há desde verdadeiras "lojas de diplomas" às mais importantes escolas de música do mundo.
Portanto, saber escolher bem é fundamental. Imaginar que qualquer lugar dos EUA é melhor que qualquer lugar do Brasil é um mito, e é possível que um brasileiro que aceite ir no primeiro lugar que aparecer encare uma grande roubada.
Sistema educacional
O sistema educacional do Brasil é praticamente igual ao dos EUA, com cursos com a mesma duração, portanto a validação de diplomas entre os dois países é relativamente simples.
Mesmo as escolas públicas cobram taxas dos alunos, e é normal que estrangeiros paguem valores mais elevados. Embora a desvalorização do dólar tenha tornado o valor mais acessível, o custo anual do curso e despesas gira em torno de um carro popular zero km.
Naturalmente, viver em Nova York custa mais que numa cidade do interior da Virgínia, portanto o custo das despesas pode variar muito. Por outro lado, as oportunidades profissionais são maiores nas grandes cidades.
Indo ao país
Embora várias universidades aceitem vídeos como prova de admissão, recomenda-se a qualquer aluno que busca ajuda financeira fazer uma audição. Algumas escolas fazem audições fora do país, e com frequência tocar para um professor de universidade estadosunidense vale como uma audição, portanto, se alguém que você queira fazer aulas venha ao Brasil, pode ser muito bom fazer de tudo para tocar pra seu potencial professor.
Um bom domínio do inglês é fundamental, e faz parte dos documentos a serem enviados o resultado de algum teste de proficiência, como o TOEFL. Diversos bons músicos, mesmo com bolsa, foram impedidos de estudar por não conseguir a nota mínima nesses testes de inglês.
O que nós chamamos de bolsa de estudos costuma ser desconto (parcial ou total) do preço do curso, e não cobre todas as despesas. Em algumas circunstâncias, é possível que esteja incluída moradia no campus da faculdade. Ainda assim, todo gasto com alimentação, transporte, seguro saúde, material de estudo tem de ser pago pelo estudante.
É possível trabalhar legalmente durante o período de estudo, com muitas restrições. Várias dessas regras são determinadas pela escola.
A Embaixada dos EUA mantém escritórios em diversas cidades brasileiras que dão orientação gratuita ou a preços baixos para qualquer pessoa que queira estudar nos EUA, os Education Advising Offices. Contacte esses centros para mais informações, e evitar conselheiros que cobram taxas altas.
Para obter o visto, toda a tramitação tem de ser feita no Brasil, pessoalmente. Recomenda-se iniciar a burocracia com um ano de antecedência. O calendário escolar estadosunidense inicia em agosto / setembro.
Vivendo no país
É comum que as universidades tenham moradia estudantil no campus. Exceto em casos excepcionais, é preciso pagar aluguel para morar nessas residências, e o custo nem sempre é inferior a alugar um imóvel comum. No entanto, pode haver vantagens extras com a redução de custos de transporte ou de outros serviços (internet, lavanderia, etc.).
Como comentado acima, é possível trabalhar durante o período de estudo, mas é preciso seguir normas restritas, das quais várias delas são determinadas pela instituição de ensino.
Ficando no país permanentemente
Ao final dos estudos, o aluno precisa sair do país. Caso ele tenha um visto de trabalho, então ele pode permanecer. Portanto, estudantes de música que pretendem continuar nos EUA devem procurar uma colocação no mercado de trabalho ao longo do curso.
É melhor ficar no Brasil se...
O maior empecilho para brasileiros manterem seus estudos nos EUA é o custo de vida, embora esteja mais acessível.
Especialmente em se tratando de graduação, há poucas universidades nos EUA que são realmente superiores aos melhores centros de ensino do Brasil. É um melhor investimento deixar para fazer uma pós-graduação por lá.
terça-feira, 5 de janeiro de 2010
Participe da montagem da nova ópera de Jorge Antunes
O maestro Jorge Antunes está escrevendo nova ópera, em novo gênero a que ele chama "Ópera de Rua".
Ela será apresentada em janeiro/fevereiro ao ar livre, nas ruas de Brasília.
Antunes procura músicos, atores e cantores voluntários, para participação no grupo.
O conjunto musical e os instrumentos terão o aspecto de música medieval.
Interessados devem procurar o maestro por e-mail ou telefone:
E-mail: antunes@jorgeantunes.com.br
Tel.: (61) 3368-1794
TÍTULO PROVISÓRIO DO ESPETÁCULO:
Auto do Pesadelo de Dom Bosco
PERSONAGENS:
Meirinho, ator
Juiz, ator-cantor
Burgomestre Leo Bardo Pro-Dente, tenor
Monarca Xaró Parruda, barítono
Suserano Paul Batávio, tenor
Ioarrín Kouriz, Rei do Gado, Senhor da Bezerra d'Ouro, barítono
Reverendo Júnior Embromélli, barítono
Reverendo Benedictus Dormindo, barítono
Gran Vizir Ben no Início Tavares, barítono
Príncipe Augustus Baralho, tenor
Bruxa Ouvides Grito, mezzo-soprano
Vassalo O Vilão Aires, tenor
Vassalo Rogê Rolíces, tenor
Vassalo Borval da Bóza, barítono-baixo
Truão Pônei Nêmer, tenor
Coro do Povo (entre 20 e 30 pessoas, homens e mulheres)
Ela será apresentada em janeiro/fevereiro ao ar livre, nas ruas de Brasília.
Antunes procura músicos, atores e cantores voluntários, para participação no grupo.
O conjunto musical e os instrumentos terão o aspecto de música medieval.
Interessados devem procurar o maestro por e-mail ou telefone:
E-mail: antunes@jorgeantunes.com.br
Tel.: (61) 3368-1794
TÍTULO PROVISÓRIO DO ESPETÁCULO:
Auto do Pesadelo de Dom Bosco
PERSONAGENS:
Meirinho, ator
Juiz, ator-cantor
Burgomestre Leo Bardo Pro-Dente, tenor
Monarca Xaró Parruda, barítono
Suserano Paul Batávio, tenor
Ioarrín Kouriz, Rei do Gado, Senhor da Bezerra d'Ouro, barítono
Reverendo Júnior Embromélli, barítono
Reverendo Benedictus Dormindo, barítono
Gran Vizir Ben no Início Tavares, barítono
Príncipe Augustus Baralho, tenor
Bruxa Ouvides Grito, mezzo-soprano
Vassalo O Vilão Aires, tenor
Vassalo Rogê Rolíces, tenor
Vassalo Borval da Bóza, barítono-baixo
Truão Pônei Nêmer, tenor
Coro do Povo (entre 20 e 30 pessoas, homens e mulheres)
domingo, 3 de janeiro de 2010
Paixão por Villa-Lobos (2)
Amigo internauta,
O Rafael, de São Paulo, nos lembrou do Shopping Villa-Lobos, e enviou uma foto desse centro comercial da capital paulista.
Se você tem alguma foto de praça, rua, comércio, teatro, etc., com o nome ou uma imagem de Villa-Lobos, mande-a para alvaroguitar@gmail.com e ela será incluída nessa seção.
O Rafael, de São Paulo, nos lembrou do Shopping Villa-Lobos, e enviou uma foto desse centro comercial da capital paulista.
Se você tem alguma foto de praça, rua, comércio, teatro, etc., com o nome ou uma imagem de Villa-Lobos, mande-a para alvaroguitar@gmail.com e ela será incluída nessa seção.
sexta-feira, 1 de janeiro de 2010
O Violão na Era do Disco para download gratuito
Amigo internauta,
Um feliz 2010. Espero que a virada de ano tenha sidó ótima para você, e que nesse ano muitos de seus sonhos se realizem.
Nessa primeira postagem, indico link para um site que, com o consentimento das partes, libera para download gratuito a série de programas "O Violão na Era do Disco - A Arte de Julian Bream", exibida na Rádio Cultura FM de São Paulo.
No programa são comentadas e exibidas gravações de um dos principais violonistas da segunda metade do século XX.
O link para o site é http://sites.google.com/site/ovneddblog/home
Um feliz 2010. Espero que a virada de ano tenha sidó ótima para você, e que nesse ano muitos de seus sonhos se realizem.
Nessa primeira postagem, indico link para um site que, com o consentimento das partes, libera para download gratuito a série de programas "O Violão na Era do Disco - A Arte de Julian Bream", exibida na Rádio Cultura FM de São Paulo.
No programa são comentadas e exibidas gravações de um dos principais violonistas da segunda metade do século XX.
O link para o site é http://sites.google.com/site/ovneddblog/home
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