sexta-feira, 6 de março de 2009

Só radicais são bem-vindos

Amigo internauta,

Desde antes do atual Papa Ratzinger ocupar esse cargo, a Igreja Católica vêm tomando decisões contrárias à razão do mundo em que vivemos, em prol de um radicalismo católico estúpido.

O Brasil ficou todo esse tempo imune a esse radicalismo, com uma postura mais sensata e ligada ao mundo real em que as pessoas vivem, não ao mundo de fantasia das catedrais banhadas a ouro.

Mas as coisas mudaram. O arcebispo de Recife, em especial, têm se mostrado um Ratzinger do sertão, sempre a postos para só receber os radicais na sua igreja.

A última desse senhor foi excomungar todos os envolvidos no aborto de uma menina de 9 anos que era estuprada cotidianamente pelo padastro desde os 6.

Uma garota de 9 anos, vítima de estupro, subnutrida, quando por fim recebe algum alento da justiça, vem um padreco com uma dessas...

Essa parece ser a postura da religião que mais perde fiéis em todo o mundo. Só radicais são bem-vindos.

Nesse caso, amigo médico, amigo enfermeiro, a excomunhão é motivo de orgulho. Pendurem-na na parede mais nobre da sua casa, com uma bela moldura.

terça-feira, 3 de março de 2009

Técnica: estudando escalas (2)

Amigo internauta,

No texto anterior sobre o estudo de escalas falei da importância da sincronia e da força empregada em cada mão, e dei dicas de como estudar com esse objetivo.

Vamos agora abordar a questão da sonoridade.

Um músico que toca com som feio estraga tudo o que faz. Afinal, de nada adianta velocidade se o som é feio. No máximo, significa que o intérprete toca mais notas feias por segundo. Além disso, se o músico não tem controle sobre o som que emite, sua execução fica ininteligível. Quando uma melodia com começo e fim tem cada nota com um timbre diferente, o que era pra soar como uma só coisa passar a ser entendida como uma colagem de coisas distintas, e o que era pra ser uma curva passa a ser uma sequência de pontos.

No violão, além de tocar com som bonito, dois desafios se apresentam. A princípio, cada dedo tende a tirar um som levemente diferente dos demais, bem como as mudanças de timbre têm de ser suaves também, ao invés de ir sempre de um oposto pro outro.

Para igualar o som dos dedos, recomendo estudar escalas em que cada nota é tocada quatro vezes, uma por cada dedo (p, i, m e a). Estude lentamente, para poder ouvir com precisão o timbre, e igualá-lo. Recomendo tocar uma nota por segundo (60 bpm), no máximo.

Em seguida, estude tocando cada nota duas vezes, usando todas as combinações de pares de dedos possíveis (i m, i a, m a, p i, p m, p a e vice-versa). Preste especial atenção nas combinações que usam o polegar.

Para controle da mudança de timbre, recomendo estudar primeiro toda a escala em doce e toda a escala em metálico. Em seguida, comece a escala no doce, à medida que a escala vai pro agudo vá progressivamente mudand pro metálico, e a partir da descida da escala volte para o doce. Por fim, a inversão do mesmo exercício: comece no metálico, vá ao doce e volte para o metálico. Evite fazer variação de dinâmica também, e procure ater-se a mudar o timbre, nada mais.

Bons estudos, amigo internauta!

segunda-feira, 2 de março de 2009

Formas musicais: Sonata (1)

Amigo internauta,

Agora vamos abordar, em mensagens distintas, uma forma musical das mais complexas utilizadas na música ocidental, a forma sonata.

A palavra sonata vem do italiano sonare (soar). As primeiras composições com o nome sonata tinham forma livre, e o título indicava que era uma peça instrumental.

Na Itália e na França, no século XVIII, os compositores começaram a dar uma forma definida à sonata. Estamos no barroco, com as suites tendo destaque entre as obras de maior duração. Uma suíte é uma coletânea de danças que segue alguns princípios básicos, com bastante liberdade. Os compositores passaram a chamar de sonatas combinações mais rígidas de movimentos distintos numa mesma obra. Há duas formas de sonata que surgiram no barroco: a sonata da camera e a sonata da chiesa.

Arcangelo Corelli (1653-1713) é um dos compositores do barroco que mais contribuíram para o estabelecimento da forma sonata. Vamos ouvir abaixo uma Sonata da Camera escrita por ele.

Primeira parte:


Segunda parte:


A Sonata da Camera tem quatro partes: um prelúdio normalmente em andamento moderado, uma dança rápida, uma dança lenta e uma dança muito rápida. Com frequência são utilizadas as mesmas danças presentes nas suítes. Eram tocadas principalmente nas cortes.

A Sonata da Chiesa também tem quatro partes e segue um princípio similar: um movimento lento, um rápido, um muito lente e termina com um muito rápido. Como eram tocadas nas igrejas (chiesa em italiano), era evitado o uso de danças. Vamos ouvir um exemplo, a sonata BWV 1001 para violino solo, de Johann Sebastian Bach (1685-1750):

1 mov:


2 mov:


3 mov:


4 mov:


Na transição entre o Barroco e o período Clássico começa a surgir um tipo de sonata em um só movimento, em que a forma era determinada pela maneira de trabalhar o conteúdo musical, e não pela combinação de andamentos. É o que chamamos de Sonata Monotemática, em função dela só ter um tema.

Ouviremos um exemplo, abaixo, a Sonata K 11 de Domenico Scarlatti (1685-1757). O tema é tocado na tônica (região harmônica de repouso), seus motivos são elaborados, repete-se toda a primeira parte, e na segunda parte o mesmo tema é tocado na dominante (região harmônica de tensão), seus motivos são elaborados e a composição encerra na tônica, após uma repetição da segunda parte.



Na próxima mensagem sobre formas musicais, vamos falar da sonata clássica, que é o que temos em mente sempre que falamos de sonata.

domingo, 1 de março de 2009

Uma análise interessante sobre a Constituição e a política

Amigo internauta,

Abaixo segue um vídeo bacana em que o professor Marcos Nobre faz uma análise interessante sobre a Constituição Brasileira, e o processo político desde esse período.