Amigo internauta,
Fui aprovado em primeiro lugar para professor substituto de violão na Universidade Federal de Uberlândia. Há poucos dias assinei o contrato. Como a UFU está em férias, começo a trabalhar em agosto.
Estou muito confiante que nesse período de trabalho em Uberlândia vão acontecer muitas coisas boas. Vi alunos dedicados, um curso com boa infra-estrutura, e muitos professores motivados.
Aproveito para convidar a todos que desejam estudar música na universidade a ingressar na UFU. Vocês vão se surpreender com a qualidade do curso que essa faculdade oferece.
quarta-feira, 14 de julho de 2010
sábado, 24 de abril de 2010
Amigo internauta,
Repasso e-mail que recebi de André Campos, que pode interessar a você:
"Caros amigos boa tarde.
Acabo de disponibilizar para download gratuito vários livros de Computação Musical em minha página web:
Quem tiver interesse pode baixa-los no seguinte endereço:
www.demac.ufu.br/andrecampos
Acesse o link livros.
Abraço,
André Campos Machado
Curso de Música / Universidade Federal de Uberlândia
www.demac.ufu.br/andrecampos
http://lattes.cnpq.br/0640395027024026 "
Repasso e-mail que recebi de André Campos, que pode interessar a você:
"Caros amigos boa tarde.
Acabo de disponibilizar para download gratuito vários livros de Computação Musical em minha página web:
- Arranjo Automático, Conversão de CD em MIDI e MIDI em Áudio: Utilizando o Band-in-a-Box 12.0a, Virtual Sound Canvas 3.23 e Akoff Music Composer 2.0.
- Encore 4.5.4: Editoração de Partituras.
- Cakewalk Sonar 2.0: Seqüenciamento e Técnicas de Estúdio Audiodigital - 2ª Edição.
- Sound Forge 5.0: Restauração de Sons de LPs e Gravação de CDs - 2ª Edição.
- Cakewalk 9: Arranjo, Seqüenciamento e Editoração de Partituras - 2ª Edição.
- Finale 2001: Arranjo e Editoração de Partituras - 2ª Edição.
- Encore 4.2.1 & Band-in-a-Box 10: Arranjo, Sequenciamento e Editoração de Partituras.
Quem tiver interesse pode baixa-los no seguinte endereço:
www.demac.ufu.br/andrecampos
Acesse o link livros.
Abraço,
Curso de Música / Universidade Federal de Uberlândia
www.demac.ufu.br/andrecampos
http://lattes.cnpq.br/
quarta-feira, 21 de abril de 2010
Uma mídia mentirosa usa Brasília como bode expiatório
Amigo internauta,
Não é de hoje que a mídia tem usado de Brasília para expiar as culpas do país. Se um panaca no interior do Acre resolve fazer uma burrada, a culpa é de Brasília. Se o Maluf rouba, a culpa é de Brasília. Tráfico de drogas no Rio? Claro, Brasília.
Só que não cola mais. Felizmente o Brasil tem gente sensata o suficiente pra perceber que tal lógica é irracional, e os brasilienses - aqueles que aqui nasceram, não os que aqui vivem e mantém uma memória afetiva de um passado maravilhoso nas suas cidades de origem - estão tendo coragem de defender a sua cidade dos ataques mais covardes.
Hoje, aniversário de 50 anos de Brasília, é uma ocasião ímpar para as várias empresas de mídia vociferarem seus preconceitos e "análises" imbecis.
Fernando Rodrigues, notório difamador da cidade, foi o campeão do dia. Neste link é possível ler uma "notícia" com um título no mínimo absurdo: que Brasília não produz nem parafuso. A "notícia" usa como base dados do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada, que publicou estudos sobre a capital às vésperas dos seus 50 anos.
Vejamos então tais estudos. O link para ler um resumo está aqui. Tudo em linguagem simples e clara, que qualquer pessoa educada como o Fernando Rodrigues é capaz de entender.
Atenção à página 10, quando o IPEA diz qual percentagem da população está ocupada em que atividade econômica. Segundo o estudo, em 2008 13,86% da população de Brasília trabalha na administração pública. Na indústria, são 11,5%. Se somarmos o setor de transporte e comunicação a essa cifra, o valor atinge 16,8%.
Ora, como uma cidade pode ocupar 11,5% da sua população na indústria sem produzir nada? Ou ter uma diferença de apenas 2,3% entre quem trabalha na indústria e quem trabalha na administração sem fazer nada?
É claro que isso é impossível. Mas isso não importa. Pra quem quer semear o ódio à capital federal, os fatos não tem importância.
No mesmo jornal em que Fernando Rodrigues trabalha, seu colega José Hamilton Ribeiro escreve que "o Brasil tinha, em 1958, 300 mil funcionários federais, 76,7% (ou 230 mil) numa única cidade, o Rio, e só 23,3% para o resto do país. Isso criava uma distorção que governo algum poderia corrigir, a não ser mudando a capital."
Brasília não concentra tal cifra de empregos públicos, ao contrário do que Fernando Rodrigues sugere. Mas, novamente, fatos não importam. Pra ofender, qualquer argumento vale, incluso mentiras.
Brasília é uma cidade que não é perfeita e não vive numa redoma isolada do Brasil. O jornal português "Público" escreveu a frase mais sensata sobre os problemas da capital: ela "abrasileirou-se". Todos os problemas que fazem parte do cotidiano de todos os brasileiros estão aqui presentes, fazendo de Brasília não só no aspecto cultural um Brasil em miniatura, mas também no econômico. Não é uma cidade perfeita, portanto críticas são inevitáveis e bem-vindas. Porém, ataques difamatórios e covardes como o do Fernando Rodrigues é algo que espero ver banido da mídia brasileira.
Não é de hoje que a mídia tem usado de Brasília para expiar as culpas do país. Se um panaca no interior do Acre resolve fazer uma burrada, a culpa é de Brasília. Se o Maluf rouba, a culpa é de Brasília. Tráfico de drogas no Rio? Claro, Brasília.
Só que não cola mais. Felizmente o Brasil tem gente sensata o suficiente pra perceber que tal lógica é irracional, e os brasilienses - aqueles que aqui nasceram, não os que aqui vivem e mantém uma memória afetiva de um passado maravilhoso nas suas cidades de origem - estão tendo coragem de defender a sua cidade dos ataques mais covardes.
Hoje, aniversário de 50 anos de Brasília, é uma ocasião ímpar para as várias empresas de mídia vociferarem seus preconceitos e "análises" imbecis.
Fernando Rodrigues, notório difamador da cidade, foi o campeão do dia. Neste link é possível ler uma "notícia" com um título no mínimo absurdo: que Brasília não produz nem parafuso. A "notícia" usa como base dados do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada, que publicou estudos sobre a capital às vésperas dos seus 50 anos.
Vejamos então tais estudos. O link para ler um resumo está aqui. Tudo em linguagem simples e clara, que qualquer pessoa educada como o Fernando Rodrigues é capaz de entender.
Atenção à página 10, quando o IPEA diz qual percentagem da população está ocupada em que atividade econômica. Segundo o estudo, em 2008 13,86% da população de Brasília trabalha na administração pública. Na indústria, são 11,5%. Se somarmos o setor de transporte e comunicação a essa cifra, o valor atinge 16,8%.
Ora, como uma cidade pode ocupar 11,5% da sua população na indústria sem produzir nada? Ou ter uma diferença de apenas 2,3% entre quem trabalha na indústria e quem trabalha na administração sem fazer nada?
É claro que isso é impossível. Mas isso não importa. Pra quem quer semear o ódio à capital federal, os fatos não tem importância.
No mesmo jornal em que Fernando Rodrigues trabalha, seu colega José Hamilton Ribeiro escreve que "o Brasil tinha, em 1958, 300 mil funcionários federais, 76,7% (ou 230 mil) numa única cidade, o Rio, e só 23,3% para o resto do país. Isso criava uma distorção que governo algum poderia corrigir, a não ser mudando a capital."
Brasília não concentra tal cifra de empregos públicos, ao contrário do que Fernando Rodrigues sugere. Mas, novamente, fatos não importam. Pra ofender, qualquer argumento vale, incluso mentiras.
Brasília é uma cidade que não é perfeita e não vive numa redoma isolada do Brasil. O jornal português "Público" escreveu a frase mais sensata sobre os problemas da capital: ela "abrasileirou-se". Todos os problemas que fazem parte do cotidiano de todos os brasileiros estão aqui presentes, fazendo de Brasília não só no aspecto cultural um Brasil em miniatura, mas também no econômico. Não é uma cidade perfeita, portanto críticas são inevitáveis e bem-vindas. Porém, ataques difamatórios e covardes como o do Fernando Rodrigues é algo que espero ver banido da mídia brasileira.
sábado, 17 de abril de 2010
Amigo internauta,
A Funarte lançou Edital de concurso para composições musicais a serem estreadas na XIX Bienal de Música Brasileira Contemporânea, a ser realizada no segundo semestre de 2011. As obras vencedoras receberão prêmio em dinheiro, de acordo com as várias categorias previstas. O texto do Edital está no site www.funarte.gov.br.
A Funarte lançou Edital de concurso para composições musicais a serem estreadas na XIX Bienal de Música Brasileira Contemporânea, a ser realizada no segundo semestre de 2011. As obras vencedoras receberão prêmio em dinheiro, de acordo com as várias categorias previstas. O texto do Edital está no site www.funarte.gov.br.
segunda-feira, 12 de abril de 2010
14/abr, Porto Alegre, 16/abr, Sao Leopoldo - Duo Bandeirante (Alvaro Henrique & Andre Sinico)
Amigo internauta,
O Duo Bandeirante, que faço parte ao lado do flautista André Sinico, toca neses dias 14 e 16 de abril em Porto Alegre e São Leopoldo. No dia 14 ainda faço uma palestra na UFRGS. Mais informações em http://www.alvarohenrique.com/agenda.html
Adoro o Rio Grande do Sul, e seria um prazer enorme rever os amigos gaúchos!
Abraços,
Alvaro Henrique
www.alvarohenrique.com
O Duo Bandeirante, que faço parte ao lado do flautista André Sinico, toca neses dias 14 e 16 de abril em Porto Alegre e São Leopoldo. No dia 14 ainda faço uma palestra na UFRGS. Mais informações em http://www.alvarohenrique.com/agenda.html
Adoro o Rio Grande do Sul, e seria um prazer enorme rever os amigos gaúchos!
Abraços,
Alvaro Henrique
www.alvarohenrique.com
sábado, 27 de março de 2010
Orquestra Sinfônica diz que nunca se beneficiou das emendas de Eurides Brito, matéria do Correio Braziliense
Fonte: http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/03/26/cidades,i=182066/PROFISSIONAIS+DA+ORQUESTRA+SINFONICA+DIZEM+QUE+NUNCA+SE+BENEFICIARAM+DAS+EMENDAS+DA+DEPUTADA+EURIDES+BRITO.shtml
Orquestra Sinfônica diz que nunca se beneficiou das emendas de Eurides Brito
Lilian Tahan
Nahima Maciel
Publicação: 26/03/2010 07:23 Atualização: 26/03/2010 08:32
A revelação do vínculo entre a distrital Eurides Brito (PMDB) e a Orquestra Sinfônica de Brasília provocou a reação da deputada e incitou também a manifestação dos instrumentistas. Só que em direções contrárias. Enquanto a deputada que responde a processo por quebra de decoro em função da Caixa de Pandora afirma ter destinado emendas orçamentárias para a “sobrevivência” da Sinfônica, profissionais que compõem a orquestra assinaram carta na qual relatam que nunca se beneficiaram dos recursos destinados à Associação de Amigos Pró-Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro, para onde foram remetidos R$ 5,9 milhões referentes a emendas propostas por Eurides no total de R$ 10,5 milhões. Um dos encargos da entidade é pagar o salário de R$ 40 mil do genro da distrital, o maestro Ira Levin.
"As emendas orçamentárias que destino desde 2008 à manutenção e programação da Orquestra Sinfônica, o faço a pedido da Secretaria de Cultura para que a orquestra possa sobreviver", Eurides Brito, deputada distrital (PMDB)
Em nota de esclarecimento lida ontem no plenário da Câmara Legislativa, Eurides afirma que propôs as emendas a pedido da Secretaria de Cultura “uma vez que os recursos destinados são insuficientes para manter a programação de um bimestre”. Ela diz que a presença do maestro Ira Levin não teve a participação dela. Mas deveu-se a convite feito diretamente pelo secretário de Cultura, Silvestre Gorgulho, e pelo ex-governador José Roberto Arruda. “Ele é patrocinado pelo BRB (Banco de Brasília), não recebendo recursos das emendas parlamentares. As emendas orçamentárias que destino desde 2008 à manutenção e programação da Orquestra Sinfônica, o faço a pedido da Secretaria de Cultura para que a orquestra possa sobreviver”, disse Eurides, por meio de nota divulgada à imprensa.
O Correio teve acesso, no entanto, ao contrato que demonstra o vínculo entre o salário pago a Ira Levin e a Associação de Amigos Pró-Orquestra, cuja natureza de utilidade pública foi declarada por projeto de lei proposto por Eurides Brito — condição que facilita a dispensa de licitação. Uma das cláusulas do documento prevê como contrapartida no acordo celebrado com o GDF que a entidade se comprometa a pagar o salário do maestro. A própria associação, no entanto, garimpou um patrocínio do BRB para se livrar da obrigação contratual. A operação está formalmente prevista no contrato, mas é considerada suspeita e está sob investigação do Ministério Público do DF, que também apura a destinação de quase R$ 1 milhão para pagar a impressão de R$ 152 mil revistas com a programação da Orquestra.
Como mostrou reportagem publicada na edição de ontem do Correio, três pareceres elaborados pela Procuradoria-geral do Distrito Federal (Procad) em 2007, 2008 e 2009 orientaram que o vínculo entre o governo e a Associação de Amigos Pró-Orquestra deveria ser feito por meio de licitação, a menos que se apresentassem argumentos capazes de justificar a assinatura de convênio com a dispensa de concorrência pública. Apesar da suspeita de contrariedade legal, os convênios foram celebrados. Somente este ano, houve uma mudança na rotina da apresentação de emendas, que, para atender aos avisos do Ministério Público, passaram a ser em sua maior parte direcionadas diretamente à Secretaria de Cultura
Nunca recebemos qualquer recurso dessa associação (Amigos Pró-Orquestra Sinfônica). O único pagamento que temos é o nosso salário de servidores públicos estatutários do GDF”
Trecho da nota da Associação de Músicos da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro
Movimentação desconhecida
A Associação de Músicos da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro (Amus-OSTNCS), que representa os músicos da orquestra, decidiu escrever uma carta para se posicionar em relação à denúncia de irregularidades no repasse de verbas de R$ 5,9 milhões para a Associação Pró-Amigos da instituição. Em nota assinada pelo violoncelista Afonso Galvão, primeiro secretário da Amus, a orquestra diz nunca ter participado das atividades da Pró-Amigos, criada em 2007 para receber doações e dotações orçamentárias provenientes de emendas parlamentares para a manutenção das atividades da sinfônica.
Na nota, os músicos declaram não ter conhecimento do dinheiro movimentado pela associação durante os últimos três anos. A Amus revela ainda desconhecer quem são os integrantes da Pró-Amigos. “Embora a Associação Amigos Pró-Orquestra leve nosso nome, nunca fomos convidados a participar, nem participamos de nenhuma reunião dessa associação e não conhecemos os seus diretores ou funcionários”, diz o texto, que garante ainda desconhecer o valor ou o destino do dinheiro repassado. “Não temos conhecimento sobre o dinheiro que essa Associação Pró-Amigos movimenta, bem como sobre a origem, destino e controle desses recursos.”
Órgão público
A orquestra sinfônica é um órgão público formado por 100 músicos concursados e regidos pela Lei nº 8.112/90, que regula o funcionalismo público. Foi fundada em 1980 pelo maestro e compositor Claudio Santoro. Os salários são pagos pelo Governo do Distrito Federal e variam entre R$ 4,5 mil e R$ 10 mil, média salarial compatível com o mercado. “Nunca recebemos, individual ou coletivamente, qualquer recurso dessa Associação. O único pagamento que temos é o nosso salário de servidores públicos estatutários do GDF”, destaca a nota enviada ao Correio pela Amus e escrita em conjunto na assembleia que reuniu os integrantes da orquestra na manhã de ontem.
A Associação de Amigos Pró-Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional, que recebeu os repasses das emendas da deputada Eurides Brito destinados à orquestra, está em processo de extinção desde o início do ano. A ideia é transformar a entidade em uma organização social. Guilherme Eduardo Quintas, que presidiu a associação durante entre 2007 e 2009, quando recebeu os repasses de Eurides, diz que foi cogitado para assumir a Diretoria Executiva da nova entidade, mas recusou. Quintas também faz questão de frisar que não é mais presidente da Pró-Orquestra. “Entrei como presidente da Associação no intuito de ajudar a cultura de Brasília, não tenho vinculações políticas nem com A nem com B. Faço alguns trabalhos sociais, ajudando entidades de crianças carentes e fui sondado por meus pares na associação para assumir a Diretoria Executiva da OS que está sendo criada e recusei”, garante. (NM)
» Posição oficial
O primeiro secretário da Associação dos Músicos da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro, Afonso Galvão, divulgou ontem uma nota com a posição oficial da entidade. Confira:
“Nós, músicos da OSTNCS, não temos nenhuma participação na Associação citada na reportagem.
» Embora a Associação Amigos Pró-Orquestra leve o nosso nome, nunca fomos convidados a participar, nem participamos de nenhuma reunião dessa Associação e não conhecemos os seus diretores ou funcionários.
» Nunca recebemos, individual ou coletivamente, qualquer recurso dessa Associação. O único pagamento que temos é o nosso salário de servidores públicos estatutários do GDF.
» Não tivemos, nem fomos convidados a ter qualquer participação na política cultural de música de clássica do GDF desde que o governo Arruda tomou posse, além daquilo que naturalmente é nosso dever: tocar nas apresentações da Orquestra.
» Não temos conhecimento sobre o dinheiro que essa Associação Pró-Amigos movimenta, bem como sobre a origem, destino e controle desses recursos. Isso, inclusive, não é nossa obrigação, já que fomos contratados para tocar e não para fiscalizar convênios do GDF.
» Consideramos, no entanto, gravíssimas as informações contidas na reportagem. Esperamos que os fatos citados sejam apurados pelas instâncias competentes e, em caso de confirmação, que os responsáveis sejam exemplarmente punidos.
» Esperamos também que não se puna a instituição brasiliense Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro, que, há 30 anos, oferece música de qualidade à população de Brasília, por atos e/ou fatos que não são do escopo e da responsabilidade dos seus músicos.”
Orquestra Sinfônica diz que nunca se beneficiou das emendas de Eurides Brito
Lilian Tahan
Nahima Maciel
Publicação: 26/03/2010 07:23 Atualização: 26/03/2010 08:32
A revelação do vínculo entre a distrital Eurides Brito (PMDB) e a Orquestra Sinfônica de Brasília provocou a reação da deputada e incitou também a manifestação dos instrumentistas. Só que em direções contrárias. Enquanto a deputada que responde a processo por quebra de decoro em função da Caixa de Pandora afirma ter destinado emendas orçamentárias para a “sobrevivência” da Sinfônica, profissionais que compõem a orquestra assinaram carta na qual relatam que nunca se beneficiaram dos recursos destinados à Associação de Amigos Pró-Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro, para onde foram remetidos R$ 5,9 milhões referentes a emendas propostas por Eurides no total de R$ 10,5 milhões. Um dos encargos da entidade é pagar o salário de R$ 40 mil do genro da distrital, o maestro Ira Levin.
"As emendas orçamentárias que destino desde 2008 à manutenção e programação da Orquestra Sinfônica, o faço a pedido da Secretaria de Cultura para que a orquestra possa sobreviver", Eurides Brito, deputada distrital (PMDB)
Em nota de esclarecimento lida ontem no plenário da Câmara Legislativa, Eurides afirma que propôs as emendas a pedido da Secretaria de Cultura “uma vez que os recursos destinados são insuficientes para manter a programação de um bimestre”. Ela diz que a presença do maestro Ira Levin não teve a participação dela. Mas deveu-se a convite feito diretamente pelo secretário de Cultura, Silvestre Gorgulho, e pelo ex-governador José Roberto Arruda. “Ele é patrocinado pelo BRB (Banco de Brasília), não recebendo recursos das emendas parlamentares. As emendas orçamentárias que destino desde 2008 à manutenção e programação da Orquestra Sinfônica, o faço a pedido da Secretaria de Cultura para que a orquestra possa sobreviver”, disse Eurides, por meio de nota divulgada à imprensa.
O Correio teve acesso, no entanto, ao contrato que demonstra o vínculo entre o salário pago a Ira Levin e a Associação de Amigos Pró-Orquestra, cuja natureza de utilidade pública foi declarada por projeto de lei proposto por Eurides Brito — condição que facilita a dispensa de licitação. Uma das cláusulas do documento prevê como contrapartida no acordo celebrado com o GDF que a entidade se comprometa a pagar o salário do maestro. A própria associação, no entanto, garimpou um patrocínio do BRB para se livrar da obrigação contratual. A operação está formalmente prevista no contrato, mas é considerada suspeita e está sob investigação do Ministério Público do DF, que também apura a destinação de quase R$ 1 milhão para pagar a impressão de R$ 152 mil revistas com a programação da Orquestra.
Como mostrou reportagem publicada na edição de ontem do Correio, três pareceres elaborados pela Procuradoria-geral do Distrito Federal (Procad) em 2007, 2008 e 2009 orientaram que o vínculo entre o governo e a Associação de Amigos Pró-Orquestra deveria ser feito por meio de licitação, a menos que se apresentassem argumentos capazes de justificar a assinatura de convênio com a dispensa de concorrência pública. Apesar da suspeita de contrariedade legal, os convênios foram celebrados. Somente este ano, houve uma mudança na rotina da apresentação de emendas, que, para atender aos avisos do Ministério Público, passaram a ser em sua maior parte direcionadas diretamente à Secretaria de Cultura
Nunca recebemos qualquer recurso dessa associação (Amigos Pró-Orquestra Sinfônica). O único pagamento que temos é o nosso salário de servidores públicos estatutários do GDF”
Trecho da nota da Associação de Músicos da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro
Movimentação desconhecida
A Associação de Músicos da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro (Amus-OSTNCS), que representa os músicos da orquestra, decidiu escrever uma carta para se posicionar em relação à denúncia de irregularidades no repasse de verbas de R$ 5,9 milhões para a Associação Pró-Amigos da instituição. Em nota assinada pelo violoncelista Afonso Galvão, primeiro secretário da Amus, a orquestra diz nunca ter participado das atividades da Pró-Amigos, criada em 2007 para receber doações e dotações orçamentárias provenientes de emendas parlamentares para a manutenção das atividades da sinfônica.
Na nota, os músicos declaram não ter conhecimento do dinheiro movimentado pela associação durante os últimos três anos. A Amus revela ainda desconhecer quem são os integrantes da Pró-Amigos. “Embora a Associação Amigos Pró-Orquestra leve nosso nome, nunca fomos convidados a participar, nem participamos de nenhuma reunião dessa associação e não conhecemos os seus diretores ou funcionários”, diz o texto, que garante ainda desconhecer o valor ou o destino do dinheiro repassado. “Não temos conhecimento sobre o dinheiro que essa Associação Pró-Amigos movimenta, bem como sobre a origem, destino e controle desses recursos.”
Órgão público
A orquestra sinfônica é um órgão público formado por 100 músicos concursados e regidos pela Lei nº 8.112/90, que regula o funcionalismo público. Foi fundada em 1980 pelo maestro e compositor Claudio Santoro. Os salários são pagos pelo Governo do Distrito Federal e variam entre R$ 4,5 mil e R$ 10 mil, média salarial compatível com o mercado. “Nunca recebemos, individual ou coletivamente, qualquer recurso dessa Associação. O único pagamento que temos é o nosso salário de servidores públicos estatutários do GDF”, destaca a nota enviada ao Correio pela Amus e escrita em conjunto na assembleia que reuniu os integrantes da orquestra na manhã de ontem.
A Associação de Amigos Pró-Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional, que recebeu os repasses das emendas da deputada Eurides Brito destinados à orquestra, está em processo de extinção desde o início do ano. A ideia é transformar a entidade em uma organização social. Guilherme Eduardo Quintas, que presidiu a associação durante entre 2007 e 2009, quando recebeu os repasses de Eurides, diz que foi cogitado para assumir a Diretoria Executiva da nova entidade, mas recusou. Quintas também faz questão de frisar que não é mais presidente da Pró-Orquestra. “Entrei como presidente da Associação no intuito de ajudar a cultura de Brasília, não tenho vinculações políticas nem com A nem com B. Faço alguns trabalhos sociais, ajudando entidades de crianças carentes e fui sondado por meus pares na associação para assumir a Diretoria Executiva da OS que está sendo criada e recusei”, garante. (NM)
» Posição oficial
O primeiro secretário da Associação dos Músicos da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro, Afonso Galvão, divulgou ontem uma nota com a posição oficial da entidade. Confira:
“Nós, músicos da OSTNCS, não temos nenhuma participação na Associação citada na reportagem.
» Embora a Associação Amigos Pró-Orquestra leve o nosso nome, nunca fomos convidados a participar, nem participamos de nenhuma reunião dessa Associação e não conhecemos os seus diretores ou funcionários.
» Nunca recebemos, individual ou coletivamente, qualquer recurso dessa Associação. O único pagamento que temos é o nosso salário de servidores públicos estatutários do GDF.
» Não tivemos, nem fomos convidados a ter qualquer participação na política cultural de música de clássica do GDF desde que o governo Arruda tomou posse, além daquilo que naturalmente é nosso dever: tocar nas apresentações da Orquestra.
» Não temos conhecimento sobre o dinheiro que essa Associação Pró-Amigos movimenta, bem como sobre a origem, destino e controle desses recursos. Isso, inclusive, não é nossa obrigação, já que fomos contratados para tocar e não para fiscalizar convênios do GDF.
» Consideramos, no entanto, gravíssimas as informações contidas na reportagem. Esperamos que os fatos citados sejam apurados pelas instâncias competentes e, em caso de confirmação, que os responsáveis sejam exemplarmente punidos.
» Esperamos também que não se puna a instituição brasiliense Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro, que, há 30 anos, oferece música de qualidade à população de Brasília, por atos e/ou fatos que não são do escopo e da responsabilidade dos seus músicos.”
sexta-feira, 26 de março de 2010
Sob a batuta de Eurides, matéria do Correio Braziliense
Fonte: http://www.stj.myclipp.inf.br/default.asp?smenu=noticias&dtlh=107839&i ABA=Not%EDcias&exp=
Qui, 25 de Março de 2010.
07:14:00.
CORREIO BRAZILIENSE | POLÍTICA NO DF (34)
STJ | SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Sob a batuta de Eurides
CAIXA DE PANDORA
Deputada distrital destina R$ 10,5 milhões em emendas parlamentares à entidade que paga o salário de R$ 40 mil do seu genro
Lilian Tahan
A ingerência da distrital Eurides Brito (PMDB) ultrapassa a esfera política. Filmada guardando dinheiro entregue por Durval Barbosa na bolsa, motivo pelo qual é investigada por quebra de decoro parlamentar, Eurides tem forte influência na cena cultural de Brasília. Mais precisamente na Orquestra Sinfônica da capital. Nos últimos três anos (incluindo 2010), ela destinou R$ 10,5 milhões, em emendas parlamentares, uma espécie de orientação de gastos sugerida pelos deputados ao governo, para a manutenção do trabalho dos instrumentistas profissionais. Entre os quais, seu genro, maestro de renome internacional, Ira Levin.
Dos mais de R$ 10 milhões destinados por Eurides, R$ 5,9 milhões se confirmaram em pagamentos bancários endereçados à Orquestra Sinfônica. Cada distrital tem a oportunidade de indicar R$ 5 milhões por ano com emenda para até 40 projetos. Mas Eurides concentrou média anual de R$ 3,5 milhões para a manutenção da orquestra. O curioso é que antes de chegar ao seu destino final, os recursos fizeram escala na Associação de Amigos Pró-Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro. Por ser considerada de utilidade pública, abre-se a brecha para que a entidade tenha condições de receber o dinheiro sem a necessidade de licitação, procedimento criado justamente para evitar direcionamento de verba pública. A autoria do projeto que confere essa qualidade à associação também é de Eurides Brito. Em 14 de maio de 2008, a distrital conseguiu a aprovação da Lei nº 4.145, que declara de utilidade pública à entidade. Entre as obrigações contratuais da associação está a de pagamento do salário de R$ 40 mil ao maestro Ira Levin.
Mesmo diante da natureza diferenciada da associação, três pareceres elaborados pela Procuradoria-Geral do Distrito Federal em 2007, 2008 e 2009 orientaram que o vínculo entre a associação e a Orquestra Sinfônica deveria ser feito por meio de licitação, a menos que se apresentassem argumentos capazes de justificar a assinatura de convênio com a dispensa de concorrência pública. "A proposta apresentada nos autos poderia ser levada a efeito, todavia, há de se comprovar comunhão de ações voltadas para o alcance do objeto do convênio, do contrário, restaria configurada uma relação meramente contratual em que uma das partes presta o serviço e a outra processa a remuneração. E, nesse caso, o caminho apropriado seria o da licitação. Esses pareceres foram endossados pela própria assessoria jurídica-legislativa da Secretaria de Cultura, que orientou "cumprimento integral" dos documentos.
Material gráfico
Apesar da suspeita de contrariedade legal, os convênios foram celebrados. E desde novembro do ano passado são objeto de investigação do Ministério Público do Distrito Federal. A Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público e Social (Prodep) se debruça sobre o caso para conferir, por exemplo, despesas da associação com material gráfico. Em 2009, a intenção da entidade era a de gastar quase R$ 1 milhão para a impressão de 152,2 mil revistas com informações sobre os concertos da Orquestra Sinfônica. Todo o material foi rodado na gráfica Reigraf Editora e Gráfica, que também está sob a mira do MP.
Uma outra desconfiança da Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público e Social paira sobre o sistema de contrapartida estabelecido entre a associação e o GDF, que repassa o dinheiro das emendas propostas por Eurides. Uma das obrigações descritas no convênio firmado entre o poder público e a entidade é a de oferecer uma compensação para os repasses autorizados. Essa contrapartida é o pagamento do salário do maestro Ira Levin, conforme está registrado no contrato assinado pelo presidente da Associação de Amigos Pró-Orquestra, Guilherme Quintas. Mas, em vez de bancar o valor, a associação conseguiu patrocínio do Banco de Brasília (BRB) para custear os pagamentos ao maestro. No entendimento do MP, essa triangulação contém indícios de irregularidade, já que repassa ao banco ligado ao GDF o compromisso atribuído à entidade sem fins lucrativos.
Manutenção de atividades
A Associação de Amigos Pró-Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro foi criada em 2007 para receber os repasses de emendas e as doações destinadas às atividades da orquestra. Entre 2007 e 2009, recebeu R$ 5,9 milhões, dinheiro destinado a realizar concertos sinfônicos semanais, concertos didáticos e populares, todos dentro do quadro da temporada da orquestra. De acordo com a deputada Eurides Brito, autora das emendas que autorizam os repasses, o dinheiro era destinado aos pagamentos de maestros e solistas convidados e ao programa de apresentações didáticas para estudantes da rede pública, projeto no qual 20 mil alunos são levados ao Teatro Nacional para assistir a concertos matinais.
A atuação da associação, no entanto, é alvo de questionamento. Além do parecer contrário da Procuradoria do Distrito Federal sugerindo a inviabilidade de realização de convênios com a Pró-Amigos, o próprio secretário de Cultura, Silvestre Gorgulho, admite que já foi aconselhado pelo Ministério Público a deixar de lado a associação. "A associação surgiu na tentativa de criar uma entidade que pudesse receber patrocínios", explica Gorgulho. Em 2010, os repasses já não serão mais feitos por meio da Pró-Amigos e sim diretamente na secretaria, mas a prestação de contas de 2008 e 2009 está sendo investigada pelo MP.
Na orquestra, a dúvida é quanto ao destino dado às emendas de Eurides. Gorgulho alega que os R$ 5,9 milhões aprovados para 2008 e 2009 são pouco para manutenção das atividades da orquestra. Como é um órgão público, os salários dos músicos são pagos pelo GDF e não estão incluídos nesses repasses, que seriam dedicados exclusivamente à contratação de solistas e maestros convidados, pagamento de lanche e ônibus aos alunos dos Concertos Didáticos, impressão de material gráfico para as apresentações semanais da orquestra, renovação de repertório, concertos populares e pagamento de cachês de músicos. "Essa orquestra tem um custo muito maior. Começamos a fazer apresentação nas satélites, isso é custo. Quando você tem uma orquestra apenas para tocar na terça-feira, é uma coisa, mas quando você tem uma orquestra que participa mais da vida cultural das cidades, ela tem um custo", diz Gorgulho.
Repasses
Eurides defende que o valor é mínimo diante da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp), cujo orçamento chega a R$ 43 milhões. No entanto, a orquestra paulistana não é um órgão público e o orçamento, também mantido com repasses do governo estadual, inclui pagamento dos músicos, manutenção de uma academia de aperfeiçoamento profissional, entre outros.
A Pró-Amigos também é responsável pelo pagamento do salário do maestro, que, segundo Gorgulho, não passaria de R$ 25 mil. Esse valor estaria incluído nas contas da associação como uma contrapartida de patrocínio para o convênio firmado pela Pró-Amigos com o BRB, cujo logotipo aparece estampado nos banners que ornamentam o palco nos concertos semanais. "A associação obteve patrocínio para o maestro através do BRB, tal como ocorre com outras orquestras. O patrocínio foi aprovado em todas as instâncias do banco, que exige relatórios mensais documentando todas as atividades para reavaliação do retorno social", diz Guilherme Eduardo Quintas, presidente da Pró-Amigos de 2007 a 2009.
Ira Levin, genro de Eurides Brito, assumiu a regência da orquestra em janeiro de 2007. Maestro experiente com passagem pela Ópera de Frankfurt e de Bremen, nascido em Chicago (EUA), Levin já foi regente da Orquestra do Teatro Municipal de São Paulo. "O maestro é profissional internacional e casou-se em Nova York com a minha filha. A vinda dele para Brasília se deu a convite do então governador Arruda, que tem um filho que estuda música nos Estados Unidos e assistia muito aos concerto de Ira Levin no Teatro Municipal", diz Eurides, em nota enviada ao Correio. "As intrigas, invejas, ciúmes existem em todos os meios e sempre crescem quando há trocas de governos. Então estamos em momento propício para tal."
O secretário de Cultura lembra que houve um impasse na escolha do maestro durante a troca de governo em 2007. Gorgulho sugerira o maestro Júlio Medaglia, mas um compromisso político impediu a nomeação. "O Arruda me falou 'tenho um compromisso com a Eurides, conheço o genro dela, ele está vindo para Brasília e é um maestro de primeira grandeza e gostaria que fosse ele'", diz o secretário. "Não tem cargo de maestro. Quando ele veio pra cá, criei um cargo de assessor para assuntos artísticos, que era de R$ 5 mil. Ele nem tomou posse porque ainda não tinha visto. Ficou dois, três meses sem receber e encontramos a forma do BRB." O maestro Ira Levin não quis se pronunciar sobre o assunto. (LT)
A "deputada da bolsa"
A distrital Eurides Brito (PMDB) foi um dos três deputados que mais se desgastaram com a Operação Caixa de Pandora. Ela aparece em vídeo gravado pelo ex-secretário de Relações Institucionais Durval Barbosa guardando dinheiro de origem suspeita em sua bolsa, o que lhe rendeu a pecha de a "deputada da bolsa". Ao se reunir com Durval com o objetivo de apanhar o dinheiro, Eurides tomou o cuidado de trancar a porta da sala onde o ex-secretário costumava distribuir as notas reunidas em maços. Em função do flagrante e da citação no Inquérito nº 650, que corre no Superior Tribunal de Justiça (STJ), Eurides responde a um processo por quebra de decoro parlamentar na Câmara. Diferentemente dos outros dois distritais — Júnior Brunelli e Leonardo Prudente —, que também são filmados recebendo dinheiro, Eurides não renunciou ao mandato. Diz que vai enfrentar o processo até o fim e em entrevistas recentes tem afirmado que o dinheiro teria sido enviado por Joaquim Roriz para ajudá-la a quitar dívidas de campanha. (LT)
Qui, 25 de Março de 2010.
07:14:00.
CORREIO BRAZILIENSE | POLÍTICA NO DF (34)
STJ | SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Sob a batuta de Eurides
CAIXA DE PANDORA
Deputada distrital destina R$ 10,5 milhões em emendas parlamentares à entidade que paga o salário de R$ 40 mil do seu genro
Lilian Tahan
A ingerência da distrital Eurides Brito (PMDB) ultrapassa a esfera política. Filmada guardando dinheiro entregue por Durval Barbosa na bolsa, motivo pelo qual é investigada por quebra de decoro parlamentar, Eurides tem forte influência na cena cultural de Brasília. Mais precisamente na Orquestra Sinfônica da capital. Nos últimos três anos (incluindo 2010), ela destinou R$ 10,5 milhões, em emendas parlamentares, uma espécie de orientação de gastos sugerida pelos deputados ao governo, para a manutenção do trabalho dos instrumentistas profissionais. Entre os quais, seu genro, maestro de renome internacional, Ira Levin.
Dos mais de R$ 10 milhões destinados por Eurides, R$ 5,9 milhões se confirmaram em pagamentos bancários endereçados à Orquestra Sinfônica. Cada distrital tem a oportunidade de indicar R$ 5 milhões por ano com emenda para até 40 projetos. Mas Eurides concentrou média anual de R$ 3,5 milhões para a manutenção da orquestra. O curioso é que antes de chegar ao seu destino final, os recursos fizeram escala na Associação de Amigos Pró-Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro. Por ser considerada de utilidade pública, abre-se a brecha para que a entidade tenha condições de receber o dinheiro sem a necessidade de licitação, procedimento criado justamente para evitar direcionamento de verba pública. A autoria do projeto que confere essa qualidade à associação também é de Eurides Brito. Em 14 de maio de 2008, a distrital conseguiu a aprovação da Lei nº 4.145, que declara de utilidade pública à entidade. Entre as obrigações contratuais da associação está a de pagamento do salário de R$ 40 mil ao maestro Ira Levin.
Mesmo diante da natureza diferenciada da associação, três pareceres elaborados pela Procuradoria-Geral do Distrito Federal em 2007, 2008 e 2009 orientaram que o vínculo entre a associação e a Orquestra Sinfônica deveria ser feito por meio de licitação, a menos que se apresentassem argumentos capazes de justificar a assinatura de convênio com a dispensa de concorrência pública. "A proposta apresentada nos autos poderia ser levada a efeito, todavia, há de se comprovar comunhão de ações voltadas para o alcance do objeto do convênio, do contrário, restaria configurada uma relação meramente contratual em que uma das partes presta o serviço e a outra processa a remuneração. E, nesse caso, o caminho apropriado seria o da licitação. Esses pareceres foram endossados pela própria assessoria jurídica-legislativa da Secretaria de Cultura, que orientou "cumprimento integral" dos documentos.
Material gráfico
Apesar da suspeita de contrariedade legal, os convênios foram celebrados. E desde novembro do ano passado são objeto de investigação do Ministério Público do Distrito Federal. A Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público e Social (Prodep) se debruça sobre o caso para conferir, por exemplo, despesas da associação com material gráfico. Em 2009, a intenção da entidade era a de gastar quase R$ 1 milhão para a impressão de 152,2 mil revistas com informações sobre os concertos da Orquestra Sinfônica. Todo o material foi rodado na gráfica Reigraf Editora e Gráfica, que também está sob a mira do MP.
Uma outra desconfiança da Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público e Social paira sobre o sistema de contrapartida estabelecido entre a associação e o GDF, que repassa o dinheiro das emendas propostas por Eurides. Uma das obrigações descritas no convênio firmado entre o poder público e a entidade é a de oferecer uma compensação para os repasses autorizados. Essa contrapartida é o pagamento do salário do maestro Ira Levin, conforme está registrado no contrato assinado pelo presidente da Associação de Amigos Pró-Orquestra, Guilherme Quintas. Mas, em vez de bancar o valor, a associação conseguiu patrocínio do Banco de Brasília (BRB) para custear os pagamentos ao maestro. No entendimento do MP, essa triangulação contém indícios de irregularidade, já que repassa ao banco ligado ao GDF o compromisso atribuído à entidade sem fins lucrativos.
Manutenção de atividades
A Associação de Amigos Pró-Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro foi criada em 2007 para receber os repasses de emendas e as doações destinadas às atividades da orquestra. Entre 2007 e 2009, recebeu R$ 5,9 milhões, dinheiro destinado a realizar concertos sinfônicos semanais, concertos didáticos e populares, todos dentro do quadro da temporada da orquestra. De acordo com a deputada Eurides Brito, autora das emendas que autorizam os repasses, o dinheiro era destinado aos pagamentos de maestros e solistas convidados e ao programa de apresentações didáticas para estudantes da rede pública, projeto no qual 20 mil alunos são levados ao Teatro Nacional para assistir a concertos matinais.
A atuação da associação, no entanto, é alvo de questionamento. Além do parecer contrário da Procuradoria do Distrito Federal sugerindo a inviabilidade de realização de convênios com a Pró-Amigos, o próprio secretário de Cultura, Silvestre Gorgulho, admite que já foi aconselhado pelo Ministério Público a deixar de lado a associação. "A associação surgiu na tentativa de criar uma entidade que pudesse receber patrocínios", explica Gorgulho. Em 2010, os repasses já não serão mais feitos por meio da Pró-Amigos e sim diretamente na secretaria, mas a prestação de contas de 2008 e 2009 está sendo investigada pelo MP.
Na orquestra, a dúvida é quanto ao destino dado às emendas de Eurides. Gorgulho alega que os R$ 5,9 milhões aprovados para 2008 e 2009 são pouco para manutenção das atividades da orquestra. Como é um órgão público, os salários dos músicos são pagos pelo GDF e não estão incluídos nesses repasses, que seriam dedicados exclusivamente à contratação de solistas e maestros convidados, pagamento de lanche e ônibus aos alunos dos Concertos Didáticos, impressão de material gráfico para as apresentações semanais da orquestra, renovação de repertório, concertos populares e pagamento de cachês de músicos. "Essa orquestra tem um custo muito maior. Começamos a fazer apresentação nas satélites, isso é custo. Quando você tem uma orquestra apenas para tocar na terça-feira, é uma coisa, mas quando você tem uma orquestra que participa mais da vida cultural das cidades, ela tem um custo", diz Gorgulho.
Repasses
Eurides defende que o valor é mínimo diante da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp), cujo orçamento chega a R$ 43 milhões. No entanto, a orquestra paulistana não é um órgão público e o orçamento, também mantido com repasses do governo estadual, inclui pagamento dos músicos, manutenção de uma academia de aperfeiçoamento profissional, entre outros.
A Pró-Amigos também é responsável pelo pagamento do salário do maestro, que, segundo Gorgulho, não passaria de R$ 25 mil. Esse valor estaria incluído nas contas da associação como uma contrapartida de patrocínio para o convênio firmado pela Pró-Amigos com o BRB, cujo logotipo aparece estampado nos banners que ornamentam o palco nos concertos semanais. "A associação obteve patrocínio para o maestro através do BRB, tal como ocorre com outras orquestras. O patrocínio foi aprovado em todas as instâncias do banco, que exige relatórios mensais documentando todas as atividades para reavaliação do retorno social", diz Guilherme Eduardo Quintas, presidente da Pró-Amigos de 2007 a 2009.
Ira Levin, genro de Eurides Brito, assumiu a regência da orquestra em janeiro de 2007. Maestro experiente com passagem pela Ópera de Frankfurt e de Bremen, nascido em Chicago (EUA), Levin já foi regente da Orquestra do Teatro Municipal de São Paulo. "O maestro é profissional internacional e casou-se em Nova York com a minha filha. A vinda dele para Brasília se deu a convite do então governador Arruda, que tem um filho que estuda música nos Estados Unidos e assistia muito aos concerto de Ira Levin no Teatro Municipal", diz Eurides, em nota enviada ao Correio. "As intrigas, invejas, ciúmes existem em todos os meios e sempre crescem quando há trocas de governos. Então estamos em momento propício para tal."
O secretário de Cultura lembra que houve um impasse na escolha do maestro durante a troca de governo em 2007. Gorgulho sugerira o maestro Júlio Medaglia, mas um compromisso político impediu a nomeação. "O Arruda me falou 'tenho um compromisso com a Eurides, conheço o genro dela, ele está vindo para Brasília e é um maestro de primeira grandeza e gostaria que fosse ele'", diz o secretário. "Não tem cargo de maestro. Quando ele veio pra cá, criei um cargo de assessor para assuntos artísticos, que era de R$ 5 mil. Ele nem tomou posse porque ainda não tinha visto. Ficou dois, três meses sem receber e encontramos a forma do BRB." O maestro Ira Levin não quis se pronunciar sobre o assunto. (LT)
A "deputada da bolsa"
A distrital Eurides Brito (PMDB) foi um dos três deputados que mais se desgastaram com a Operação Caixa de Pandora. Ela aparece em vídeo gravado pelo ex-secretário de Relações Institucionais Durval Barbosa guardando dinheiro de origem suspeita em sua bolsa, o que lhe rendeu a pecha de a "deputada da bolsa". Ao se reunir com Durval com o objetivo de apanhar o dinheiro, Eurides tomou o cuidado de trancar a porta da sala onde o ex-secretário costumava distribuir as notas reunidas em maços. Em função do flagrante e da citação no Inquérito nº 650, que corre no Superior Tribunal de Justiça (STJ), Eurides responde a um processo por quebra de decoro parlamentar na Câmara. Diferentemente dos outros dois distritais — Júnior Brunelli e Leonardo Prudente —, que também são filmados recebendo dinheiro, Eurides não renunciou ao mandato. Diz que vai enfrentar o processo até o fim e em entrevistas recentes tem afirmado que o dinheiro teria sido enviado por Joaquim Roriz para ajudá-la a quitar dívidas de campanha. (LT)
domingo, 21 de março de 2010
Maestro Ira Levin critica instrumentista por participar de ópera-bufa que ironiza Eurides Brito
Amigo internauta,
Como membro da Orquestra Panetônica, que tocou na Ópera de Rua "Auto do Pesadelo de Dom Bosco", a notícia abaixo, publicada pelo Correio Braziliense, me afetou profundamente. É o retrato da "democracia" em que vivemos.
Fonte: http://www.correiobr...0/03/20/diversa oearte,i=181020/MAESTRO+IRA+LEVIN+CRITICA+INSTRUMENTISTA+POR+PARTICIPA R+DE+OPERA+BUFA+QUE+IRONIZA+EURIDES+BRITO.shtml
Maestro Ira Levin critica instrumentista por participar de ópera-bufa que ironiza Eurides Brito
Nahima Maciel
Publicação: 20/03/2010 16:36
Acostumado a participar de apresentações da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro (OSTNCS), o clarinetista Félix Alonso se diz vítima de perseguição política por parte do maestro Ira Levin, regente da orquestra. Alonso alega ter sido dispensado de tocar na sinfônica porque participou da ópera-bufa Auto do pesadelo de Dom Bosco, do maestro Jorge Antunes. A peça, encenada em fevereiro no Conic, é uma sátira com a crise política do Distrito Federal e, entre outros, ironiza a deputada Eurides Brito, sogra do maestro.
Alonso não é funcionário da orquestra, mas costuma completar o quadro de clarinetas e realizar concertos eventuais mediante cachê de R$ 600. Há duas semanas, recebeu telefonema do maestro Levin no qual era dispensado de todas as apresentações com a orquestra deste ano. "Ele me deu uma bronca e disse: 'Você não vai tocar mais uma nota comigo nesta orquestra. Você ia ganhar muito dinheiro este ano, mas não vai ganhar mais'", conta. "Ele estava irritado porque eu tinha tocado numa ópera que estava criticando a sogra dele. Ele disse que não mistura trabalho com política? Mistura, porque se não misturasse permitiria que fosse contratado na orquestra."
O maestro não nega o telefonema, mas afirma que queria apenas dar uma opinião sobre a ópera de Antunes. "Disse a ele que ele não estaria tocando com a orquestra e tomei a liberdade de dar minha opinião pessoal, de artista para artista, sobre o assunto da ópera, algo do qual creio ter direito a dar. Não tem a ver com minha declaração na entrevista (concedida ao Correio na última terça), em que digo: 'Eu separo política e trabalho, não faço parte de nenhum partido'. Há dúzias de músicos que participaram da orquestra em anos passados, que não participarão este ano, e que podem participar ainda se a oportunidade e a necessidade aparecerem", diz Levin.
O maestro destaca ainda que a programação de 2010 está fechada e que suspendeu a participação de Alonso em um concerto em julho porque a apresentação foi cancelada. %u201CEstava considerando não só o Felix, bem como outros clarinetistas, porém foi cancelado por causa de mudanças na programação, pois perdemos um concerto com o adiamento do início da temporada que deveria ter ocorrido em nove de março. Como todos os outros solistas já estavam confirmados, tivemos que adiar o concerto em que não tínhamos certeza de quem seria o solista%u201D, diz Levin.
Decepção
Para Alonso, a decisão do maestro é fruto de perseguição política. "Eu admiro o maestro porque acho que é um bom músico. Mas essa ligação dele me decepcionou demais. Além do mais, como pode dizer que não mistura política com trabalho depois de ter acontecido isso comigo?" O clarinetista está acostumado a tocar com a orquestra brasiliense desde 1997, quando pisou em Brasília pela primeira vez a convite da maestrina Elena Herrera. Cubano, 34 anos, Alonso deixou o país natal para se casar no Brasil. Desde então, deu aulas na Escola de Música de Brasília (EMB) e hoje tem alunos particulares de clarineta e ensina iniciação musical em escolas particulares.
Naturalizado brasileiro, colaborou com a sinfônica da capital em peças como Sinfonia nº 3, de Schumann, Sinfonia nº 7, de Beethoven, e Bachianas brasileiras, de Villa-Lobos. No fim do ano passado, foi convidado por Levin para ensaiar a Sinfonia nº 9, de Mahler. Chegou a participar de dois ensaios para fazer a leitura da peça, meses antes de participar da ópera no Conic. "Sou um simples músico que tocou na ópera, não fiz a ópera, a ópera é do maestro Jorge Antunes, que é meu amigo e isso ninguém pode tirar. Vivo num país livre."
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Como membro da Orquestra Panetônica, que tocou na Ópera de Rua "Auto do Pesadelo de Dom Bosco", a notícia abaixo, publicada pelo Correio Braziliense, me afetou profundamente. É o retrato da "democracia" em que vivemos.
Fonte: http://www.correiobr...0/03/20/diversa oearte,i=181020/MAESTRO+IRA+LEVIN+CRITICA+INSTRUMENTISTA+POR+PARTICIPA R+DE+OPERA+BUFA+QUE+IRONIZA+EURIDES+BRITO.shtml
Maestro Ira Levin critica instrumentista por participar de ópera-bufa que ironiza Eurides Brito
Nahima Maciel
Publicação: 20/03/2010 16:36
Acostumado a participar de apresentações da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro (OSTNCS), o clarinetista Félix Alonso se diz vítima de perseguição política por parte do maestro Ira Levin, regente da orquestra. Alonso alega ter sido dispensado de tocar na sinfônica porque participou da ópera-bufa Auto do pesadelo de Dom Bosco, do maestro Jorge Antunes. A peça, encenada em fevereiro no Conic, é uma sátira com a crise política do Distrito Federal e, entre outros, ironiza a deputada Eurides Brito, sogra do maestro.
Alonso não é funcionário da orquestra, mas costuma completar o quadro de clarinetas e realizar concertos eventuais mediante cachê de R$ 600. Há duas semanas, recebeu telefonema do maestro Levin no qual era dispensado de todas as apresentações com a orquestra deste ano. "Ele me deu uma bronca e disse: 'Você não vai tocar mais uma nota comigo nesta orquestra. Você ia ganhar muito dinheiro este ano, mas não vai ganhar mais'", conta. "Ele estava irritado porque eu tinha tocado numa ópera que estava criticando a sogra dele. Ele disse que não mistura trabalho com política? Mistura, porque se não misturasse permitiria que fosse contratado na orquestra."
O maestro não nega o telefonema, mas afirma que queria apenas dar uma opinião sobre a ópera de Antunes. "Disse a ele que ele não estaria tocando com a orquestra e tomei a liberdade de dar minha opinião pessoal, de artista para artista, sobre o assunto da ópera, algo do qual creio ter direito a dar. Não tem a ver com minha declaração na entrevista (concedida ao Correio na última terça), em que digo: 'Eu separo política e trabalho, não faço parte de nenhum partido'. Há dúzias de músicos que participaram da orquestra em anos passados, que não participarão este ano, e que podem participar ainda se a oportunidade e a necessidade aparecerem", diz Levin.
O maestro destaca ainda que a programação de 2010 está fechada e que suspendeu a participação de Alonso em um concerto em julho porque a apresentação foi cancelada. %u201CEstava considerando não só o Felix, bem como outros clarinetistas, porém foi cancelado por causa de mudanças na programação, pois perdemos um concerto com o adiamento do início da temporada que deveria ter ocorrido em nove de março. Como todos os outros solistas já estavam confirmados, tivemos que adiar o concerto em que não tínhamos certeza de quem seria o solista%u201D, diz Levin.
Decepção
Para Alonso, a decisão do maestro é fruto de perseguição política. "Eu admiro o maestro porque acho que é um bom músico. Mas essa ligação dele me decepcionou demais. Além do mais, como pode dizer que não mistura política com trabalho depois de ter acontecido isso comigo?" O clarinetista está acostumado a tocar com a orquestra brasiliense desde 1997, quando pisou em Brasília pela primeira vez a convite da maestrina Elena Herrera. Cubano, 34 anos, Alonso deixou o país natal para se casar no Brasil. Desde então, deu aulas na Escola de Música de Brasília (EMB) e hoje tem alunos particulares de clarineta e ensina iniciação musical em escolas particulares.
Naturalizado brasileiro, colaborou com a sinfônica da capital em peças como Sinfonia nº 3, de Schumann, Sinfonia nº 7, de Beethoven, e Bachianas brasileiras, de Villa-Lobos. No fim do ano passado, foi convidado por Levin para ensaiar a Sinfonia nº 9, de Mahler. Chegou a participar de dois ensaios para fazer a leitura da peça, meses antes de participar da ópera no Conic. "Sou um simples músico que tocou na ópera, não fiz a ópera, a ópera é do maestro Jorge Antunes, que é meu amigo e isso ninguém pode tirar. Vivo num país livre."
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terça-feira, 9 de março de 2010
Nova apresentação do Auto do Pesadelo de Dom Bosco
Na próxima sexta-feira, dia 12 de março, às 16h, haverá nova apresentação da Ópera de Rua de Jorge Antunes. Dessa vez o AUTO DO PESADELO DE DOM BOSCO vai ser apresentado no câmpus da UnB, no estacionamento em frente à Casa do Professor.
Quem perdeu a estreia no dia 20 de fevereiro, terá agora a oportunidade de conferir o espetáculo inovador e audacioso.
Veja o libreto da ópera em:
http://www.americasnet.com.br/antunes/opera-de-rua
O sucesso da estreia no dia 12 de fevereiro foi estrondoso.
A vida imita a arte e alguns dos personagens, condenados na ópera, foram presos na vida real logo em seguida.
O povo filmou algumas das cenas primorosas e divertidas. Veja em:
http://www.youtube.com/watch?v=ezuyaFAFci0&feature=youtube_gdata
http://www.youtube.com/watch?v=x5IhCdzVwLE&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=hnu-impBFdA&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=_1Q-TwkNSV8&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=i5Rz5aejXLQ&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=8Xbzm8mtSBs&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=GcCzaji59uU&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=hnu-impBFdA&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=fn3qPJwpmvY
http://www.youtube.com/watch?v=_1Q-TwkNSV8&feature=related
SERVIÇO:
Auto do pesadelo de Dom Bosco
Ópera de rua, em um ato, de Jorge Antunes
Câmpus da Universidade de Brasília,
em frente à Casa do Professor
12 de março de 2010, 16 horas
Entrada franca
Classificação etária: livre
Quem perdeu a estreia no dia 20 de fevereiro, terá agora a oportunidade de conferir o espetáculo inovador e audacioso.
Veja o libreto da ópera em:
http://www.americasnet.com.br/antunes/opera-de-rua
O sucesso da estreia no dia 12 de fevereiro foi estrondoso.
A vida imita a arte e alguns dos personagens, condenados na ópera, foram presos na vida real logo em seguida.
O povo filmou algumas das cenas primorosas e divertidas. Veja em:
http://www.youtube.com/watch?v=ezuyaFAFci0&feature=youtube_gdata
http://www.youtube.com/watch?v=x5IhCdzVwLE&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=hnu-impBFdA&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=_1Q-TwkNSV8&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=i5Rz5aejXLQ&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=8Xbzm8mtSBs&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=GcCzaji59uU&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=hnu-impBFdA&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=fn3qPJwpmvY
http://www.youtube.com/watch?v=_1Q-TwkNSV8&feature=related
SERVIÇO:
Auto do pesadelo de Dom Bosco
Ópera de rua, em um ato, de Jorge Antunes
Câmpus da Universidade de Brasília,
em frente à Casa do Professor
12 de março de 2010, 16 horas
Entrada franca
Classificação etária: livre
segunda-feira, 8 de março de 2010
Começou a temporada 2010 da BRAVIO
Amigo internauta,
Nesse sábado, 13 de março, começa a programação 2010 da Associação Brasiliense de Violão (BRAVIO).
Abre a programação um evento que tem como convidados Júlio Cruz (DF) e Júlio Ribeiro (Brasil / EUA).
Vale a pena destacar que Júlio Ribeiro, brasiliense, dá aulas de música nos EUA, e ministrará uma masterclass no encontro. Portanto, pra quem pretende estudar no exterior, essa é uma boa oportunidade de entrar em contato com um professor que leciona na América do Norte.
Mais informações em http://www.bravio.mus.br e no http://bit.ly/cXF42T
Nesse sábado, 13 de março, começa a programação 2010 da Associação Brasiliense de Violão (BRAVIO).
Abre a programação um evento que tem como convidados Júlio Cruz (DF) e Júlio Ribeiro (Brasil / EUA).
Vale a pena destacar que Júlio Ribeiro, brasiliense, dá aulas de música nos EUA, e ministrará uma masterclass no encontro. Portanto, pra quem pretende estudar no exterior, essa é uma boa oportunidade de entrar em contato com um professor que leciona na América do Norte.
Mais informações em http://www.bravio.mus.br e no http://bit.ly/cXF42T
terça-feira, 2 de março de 2010
domingo, 28 de fevereiro de 2010
Sobre a importância de estudar música com um professor
Amigo internauta,
Tenho recebido nas últimas semanas diversas mensagens com praticamente a mesma mensagem: "gostaria de tocar como você, mas não quero ter uma professor".
Acho que ainda não está claro pra geração "download tudo de graça" a importância de ter um professor, e quero falar um pouco a respeito disso.
Tocar um instrumento é uma habilidade, não é mero acúmulo de informação. Não é como ler um livro sobre um tema, e após absorver informação, você está pronto. Tocar um instrumento, ou cantar, é uma habilidade, que requer mais que informação, como controle fino dos movimentos, consciência corporal, equilíbrio mental e emocional, entre outros.
Como qualquer habilidade, a mera transmissão de informação não é suficiente para garantir que essa habilidade está sendo bem assimilada. É preciso o acompanhamento de alguém para ter certeza que o desenvolvimento está sendo correto.
Fazendo uma pequena analogia: acho que você, amigo internauta, já deve conhecer a Supernanny. É um programa de TV em que a "apresentadora" mostra técnicas e dá dicas a pais com famílias problemáticas a como criar melhor seus filhos. Para quem não conhece, segue um pequeno trecho abaixo.
A estrutura do programa é basicamente a mesma: a babá visita a família, enxerga os problemas, oferece técnicas, fica alguns dias fora da casa, e na volta vê filmagens feitas nesse período. É incrível como em todos, T - O - D - O - S, os programas as famílias aplicam muito mal diversas das técnicas mais importantes, embora algum progresso em outras áreas são verificáveis.
O mais interessante a observar é que esse é um programa conhecido, acessível, e toda família que participa do programa certamente já viu ao menos uma edição anterior. Várias das técnicas que ela passa estão presentes em todos os programas, e são justamente essas as que as famílias apresentam mais falhas em assimilar.
Imagine um aluno de violão que é apresentado a formas de resolver seus problemas que ele nunca conheceu antes. Será que ele será parte dos 0,000001% que só com a assimilação de informação vai adquirir a habilidade? É possível, mas esses casos tão excepcionais brilham tão intensamente que acho pouco provável que qualquer pessoa com mais de 12 anos faça parte desse grupo e não tenha sido percebida.
Assim como se a Supernanny só passasse as informações e saísse a situação mudaria pouco, um aluno que só recebe a informação e não têm um acompanhamento evolui muito pouco, a passos de tartaruga.
Creio que a maioria dos que não querem um professor não o fazem por limitações econômicas, mas pelo comodismo que a geração "download grátis" está acostumada. Ainda assim, há diversas boas opções de aprender música de graça, ou a baixo custo.
Faça uma experiência: procure um bom professor, com curso superior em música (embora diploma não seja garantia de boas aulas, podemos dizer hoje que a falta de diploma é quase certeza de más aulas), e faça um mês de aulas.
Aposto que nessas quatro semanas, se você tiver comprometimento, terá evoluído o mesmo que melhoraria em quatro meses. É um investimento que vale mais a pena que o gasto de imprimir o que se acha na internet (na maioria, material com falhas).
Tenho recebido nas últimas semanas diversas mensagens com praticamente a mesma mensagem: "gostaria de tocar como você, mas não quero ter uma professor".
Acho que ainda não está claro pra geração "download tudo de graça" a importância de ter um professor, e quero falar um pouco a respeito disso.
Tocar um instrumento é uma habilidade, não é mero acúmulo de informação. Não é como ler um livro sobre um tema, e após absorver informação, você está pronto. Tocar um instrumento, ou cantar, é uma habilidade, que requer mais que informação, como controle fino dos movimentos, consciência corporal, equilíbrio mental e emocional, entre outros.
Como qualquer habilidade, a mera transmissão de informação não é suficiente para garantir que essa habilidade está sendo bem assimilada. É preciso o acompanhamento de alguém para ter certeza que o desenvolvimento está sendo correto.
Fazendo uma pequena analogia: acho que você, amigo internauta, já deve conhecer a Supernanny. É um programa de TV em que a "apresentadora" mostra técnicas e dá dicas a pais com famílias problemáticas a como criar melhor seus filhos. Para quem não conhece, segue um pequeno trecho abaixo.
A estrutura do programa é basicamente a mesma: a babá visita a família, enxerga os problemas, oferece técnicas, fica alguns dias fora da casa, e na volta vê filmagens feitas nesse período. É incrível como em todos, T - O - D - O - S, os programas as famílias aplicam muito mal diversas das técnicas mais importantes, embora algum progresso em outras áreas são verificáveis.
O mais interessante a observar é que esse é um programa conhecido, acessível, e toda família que participa do programa certamente já viu ao menos uma edição anterior. Várias das técnicas que ela passa estão presentes em todos os programas, e são justamente essas as que as famílias apresentam mais falhas em assimilar.
Imagine um aluno de violão que é apresentado a formas de resolver seus problemas que ele nunca conheceu antes. Será que ele será parte dos 0,000001% que só com a assimilação de informação vai adquirir a habilidade? É possível, mas esses casos tão excepcionais brilham tão intensamente que acho pouco provável que qualquer pessoa com mais de 12 anos faça parte desse grupo e não tenha sido percebida.
Assim como se a Supernanny só passasse as informações e saísse a situação mudaria pouco, um aluno que só recebe a informação e não têm um acompanhamento evolui muito pouco, a passos de tartaruga.
Creio que a maioria dos que não querem um professor não o fazem por limitações econômicas, mas pelo comodismo que a geração "download grátis" está acostumada. Ainda assim, há diversas boas opções de aprender música de graça, ou a baixo custo.
Faça uma experiência: procure um bom professor, com curso superior em música (embora diploma não seja garantia de boas aulas, podemos dizer hoje que a falta de diploma é quase certeza de más aulas), e faça um mês de aulas.
Aposto que nessas quatro semanas, se você tiver comprometimento, terá evoluído o mesmo que melhoraria em quatro meses. É um investimento que vale mais a pena que o gasto de imprimir o que se acha na internet (na maioria, material com falhas).
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
Estréia do Auto do Pesadelo de Dom Bosco
Amigo internauta,
A estréia do Auto do Pesadelo de Dom Bosco, Ópera de Rua em um Ato de Jorge Antunes, foi uma grande diversão. No enredo da obra, temos um julgamento de suseranos e vassalos, personagens inspirados no mensalão do DEM, como Xaró Parruda, Paul Batávio, Leobardo Pró-Dente, Embromelli, entre outros.
O público que compareceu ao Conic foi bem diversificado e maior que imaginei. Todos participaram muito bem, cantando os coros e vaiando os acusados à medida que apresentavam suas desculpas esfarrapadas.
Pra mim foi uma experiência gratificante participar da montagem de uma ópera, e ao longo da apresentação me senti muito feliz em ter a oportunidade de participar de algo tão bacana. Acompanhar os coros e os balés, a partir da "orquestra panetônica" é poder apreciar o espetáculo de um dos melhores assentos disponíveis.
O Auto do Pesadelo de Dom Bosco terá ainda mais duas apresentações, sendo que a próxima será no dia 12 de março. Divulgarei-a em http://www.alvarohenrique.com/agenda.html
Veja mais fotos como esta em AGENDA PÚBLICA: Brasilia 50 anos
Elenco completo:
Meirinho – JORGE ANTUNES, regente
Juiz Voxprópolis – MARCOS GEVANO ZELAYA, barítono
Burgomestre Leo Bardo Pro-Dente – YONARÉ BARROS, tenor
Monarca Xaró Parruda – THIAGO ROCHA, barítono
Suserano Paul Batávio - MARCOS SFREDO, tenor
Vassalo Borval da Bóza, HUGO LEMOS, barítono-baixo
Ioarrín Kouriz, Rei do Gado, Senhor da Bezerra d'Ouro - TIMM MARTINS, barítono
Bruxa Ouvides Grito – KARINA MARTINS, mezzo-soprano
Reverendo Benedictus Dormindo - THIAGO ROCHA, barítono
Príncipe Augustus Baralho – RAPHAEL FREITAS, tenor
Vassalo Rogê Rolíces - REULER FERREIRA, tenor
Gran Vizir Ben no Início Tavares - EDUARDO CARVALHO, barítono
Truão Pônei Nêmer – EMMANUEL MOREIRA, tenor
Vassalo O Vilão Aires – MARCOS SFREDO, tenor
Reverendo Júnior Embromélli – TIMM MARTINS, barítono
ORQUESTRA
Flauta e flautim – Sidnei Maia
Clarinete – Felix Alonso
Clarone – Fernando Henrique Machado
Violinos – Marcus Lisbôa Antunes e Renata Tavares Linhares
Violões – Álvaro Henrique e Luiz Duarte
Tiorba – Diogo Queiroz
Teclado – Rênio Quintas
Baixo elétrico – Roberto Pimentel (Bob Py)
Percussão – Carlos Augusto (Carlitos) e Éveri Sirac
GRUPO DE DANÇA
“LE ROI DANSE”
Coreografia - Maria do Carmo Poggi Merino (diretora do ballet Ettude Seasons)
Bailarinos - Daniela Aguiar, Paula Abreu, Karla Bortoni, Thomas Cortes, Miguel Vieira, Yuri Briedes
CORO DO POVO
Ada-Karin Salomão, Alan Viggiano, Caroline Chahini, Celso Alcântara Alcântara, Christiane Dantas, Claudia Bugarin, Cleiniva, Daniela Fioravanti, Desine Alves, Dolores Pierson, Edna Sueli Zschaber Mavgnier de Castro, Eliane Ribeiro Alexandre, Elisabete de Almeida, Elizabeth Azeredo, Ioleth Porto, Jane-Maria Araujo, João Mendonça de Amorim Filho, Karina Cury, Luana Benício Elizabeth Paes Jardim, Luiz Ribeiro, Marcia Regina Santos, Maria Arnete, Maria Coeli de Almeida Vasconcellos, Mariléia Costa Mauro, Norita Portilho, Nena Medeiros, Niamara Nascimento, Paulo Cesar Farias Ferreira, Sonia Palhares Marinho, Sandra Michelli Gomes, Rejane Bezerrra, Rosana de Cássia Alves da Silva, Renata Borges, Thais Silva Cordeiro, Valéria Almeida, Wilma Ramos.
A estréia do Auto do Pesadelo de Dom Bosco, Ópera de Rua em um Ato de Jorge Antunes, foi uma grande diversão. No enredo da obra, temos um julgamento de suseranos e vassalos, personagens inspirados no mensalão do DEM, como Xaró Parruda, Paul Batávio, Leobardo Pró-Dente, Embromelli, entre outros.
O público que compareceu ao Conic foi bem diversificado e maior que imaginei. Todos participaram muito bem, cantando os coros e vaiando os acusados à medida que apresentavam suas desculpas esfarrapadas.
Pra mim foi uma experiência gratificante participar da montagem de uma ópera, e ao longo da apresentação me senti muito feliz em ter a oportunidade de participar de algo tão bacana. Acompanhar os coros e os balés, a partir da "orquestra panetônica" é poder apreciar o espetáculo de um dos melhores assentos disponíveis.
O Auto do Pesadelo de Dom Bosco terá ainda mais duas apresentações, sendo que a próxima será no dia 12 de março. Divulgarei-a em http://www.alvarohenrique.com/agenda.html
Veja mais fotos como esta em AGENDA PÚBLICA: Brasilia 50 anos
Elenco completo:
Meirinho – JORGE ANTUNES, regente
Juiz Voxprópolis – MARCOS GEVANO ZELAYA, barítono
Burgomestre Leo Bardo Pro-Dente – YONARÉ BARROS, tenor
Monarca Xaró Parruda – THIAGO ROCHA, barítono
Suserano Paul Batávio - MARCOS SFREDO, tenor
Vassalo Borval da Bóza, HUGO LEMOS, barítono-baixo
Ioarrín Kouriz, Rei do Gado, Senhor da Bezerra d'Ouro - TIMM MARTINS, barítono
Bruxa Ouvides Grito – KARINA MARTINS, mezzo-soprano
Reverendo Benedictus Dormindo - THIAGO ROCHA, barítono
Príncipe Augustus Baralho – RAPHAEL FREITAS, tenor
Vassalo Rogê Rolíces - REULER FERREIRA, tenor
Gran Vizir Ben no Início Tavares - EDUARDO CARVALHO, barítono
Truão Pônei Nêmer – EMMANUEL MOREIRA, tenor
Vassalo O Vilão Aires – MARCOS SFREDO, tenor
Reverendo Júnior Embromélli – TIMM MARTINS, barítono
ORQUESTRA
Flauta e flautim – Sidnei Maia
Clarinete – Felix Alonso
Clarone – Fernando Henrique Machado
Violinos – Marcus Lisbôa Antunes e Renata Tavares Linhares
Violões – Álvaro Henrique e Luiz Duarte
Tiorba – Diogo Queiroz
Teclado – Rênio Quintas
Baixo elétrico – Roberto Pimentel (Bob Py)
Percussão – Carlos Augusto (Carlitos) e Éveri Sirac
GRUPO DE DANÇA
“LE ROI DANSE”
Coreografia - Maria do Carmo Poggi Merino (diretora do ballet Ettude Seasons)
Bailarinos - Daniela Aguiar, Paula Abreu, Karla Bortoni, Thomas Cortes, Miguel Vieira, Yuri Briedes
CORO DO POVO
Ada-Karin Salomão, Alan Viggiano, Caroline Chahini, Celso Alcântara Alcântara, Christiane Dantas, Claudia Bugarin, Cleiniva, Daniela Fioravanti, Desine Alves, Dolores Pierson, Edna Sueli Zschaber Mavgnier de Castro, Eliane Ribeiro Alexandre, Elisabete de Almeida, Elizabeth Azeredo, Ioleth Porto, Jane-Maria Araujo, João Mendonça de Amorim Filho, Karina Cury, Luana Benício Elizabeth Paes Jardim, Luiz Ribeiro, Marcia Regina Santos, Maria Arnete, Maria Coeli de Almeida Vasconcellos, Mariléia Costa Mauro, Norita Portilho, Nena Medeiros, Niamara Nascimento, Paulo Cesar Farias Ferreira, Sonia Palhares Marinho, Sandra Michelli Gomes, Rejane Bezerrra, Rosana de Cássia Alves da Silva, Renata Borges, Thais Silva Cordeiro, Valéria Almeida, Wilma Ramos.
domingo, 21 de fevereiro de 2010
Gravações do Duo Abreu e Sérgio Abre on-line
Amigo internauta,
O Duo Abreu foi um dos maiores duos de violão do século XX, e estão entre os melhores violonistas que o Brasil já teve. Infelizmente, suas gravações fantásticas não se encontram mais à venda. Para nossa alegria, no entanto, a internet nos possibilita ter acesso a esses registros.
Em http://www.4shared.com/dir/16109351/916ec390/Abreus.html é possível baixar 8 CDs do duo, além de gravações ao vivo de Sérgio Abreu, que formava o duo ao lado do irmão Eduardo Abreu, e hoje é luthier.
Outro CD pode ser baixado em http://www.megaupload.com/?d=8WNVZ07D.
Boa audição!
O Duo Abreu foi um dos maiores duos de violão do século XX, e estão entre os melhores violonistas que o Brasil já teve. Infelizmente, suas gravações fantásticas não se encontram mais à venda. Para nossa alegria, no entanto, a internet nos possibilita ter acesso a esses registros.
Em http://www.4shared.com/dir/16109351/916ec390/Abreus.html é possível baixar 8 CDs do duo, além de gravações ao vivo de Sérgio Abreu, que formava o duo ao lado do irmão Eduardo Abreu, e hoje é luthier.
Outro CD pode ser baixado em http://www.megaupload.com/?d=8WNVZ07D.
Boa audição!
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
I Festival e Concurso Latino Americano de Violão Maurício de Oliveira
A AcordES e o professor Moacyr Teixeira Neto organizam o "I Festival e Concurso Latino Americano de Violão Maurício de Oliveira", que irá acontecer de 21 a 24 de abril de 2010 na cidade de Vila Velha - ES. O concurso será de âmbito internacional.
Na programação do festival, masterclasses, palestras e recitais com Francisco Gil (México), Gilson Antunes, Humberto Amorim e Moacyr Teixeira Neto.
Mais informações e inclusive ficha de inscrição pode ser obtida no site:
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
Auto do Pesadelo de Dom Bosco
Amigo internauta,
É com prazer que participo da montagem da ópera de rua Auto do Pesadelo de Dom Bosco, de Jorge Antunes. Mesclando elementos medievais e nordestinos, a ópera em um ato narra um julgamento de vassalos e suseranos empenhados em enganar o povo.
A estréia será nesse sábado, 20/02, às 16h, na Praça Vermelha do Conic, em Brasília. Entrada franca.
Mais em http://www.americasnet.com.br/antunes/opera-de-rua/
Espero vê-los lá!
É com prazer que participo da montagem da ópera de rua Auto do Pesadelo de Dom Bosco, de Jorge Antunes. Mesclando elementos medievais e nordestinos, a ópera em um ato narra um julgamento de vassalos e suseranos empenhados em enganar o povo.
A estréia será nesse sábado, 20/02, às 16h, na Praça Vermelha do Conic, em Brasília. Entrada franca.
Mais em http://www.americasnet.com.br/antunes/opera-de-rua/
Espero vê-los lá!
domingo, 14 de fevereiro de 2010
Amigo internauta,
Reproduzo abaixo matéria da Folha de São Paulo deste domingo falando da Campanha Ficha Limpa. A Campanha Ficha Limpa mobilizou um milhão e meio de assinaturas com o objetivo de proibir pessoas condenadas por qualquer crime a serem candidatos a qualquer cargo eletivo.
Para mais informações sobre a Campanha Ficha Limpa, visite o site do Movimento Contra a Corrupção Eleitoral: http://mcce.org.br
Proposta contra ficha suja ganha fôlego
Com crise no DF, Casa vê chance de aprovar projeto que impede candidatura de quem responde a ação
MALU DELGADO
DA REPORTAGEM LOCAL
O desgaste extremo da classe política, exposto em minúcias com a prisão preventiva do governador afastado José Roberto Arruda (sem partido), pode viabilizar a votação do projeto de lei de iniciativa popular (PLP 518/09) que impede a candidatura de quem responde a processos judiciais.
Fruto de uma rara articulação social que reuniu 1,5 milhão de assinaturas, o projeto apelidado de "ficha limpa" está sob análise de um grupo de trabalho na Câmara. A expectativa é que até o dia 17 de março esse grupo apresente um "substitutivo", ou seja, uma nova proposta negociada entre as entidades que pressionam por sua aprovação e os parlamentares.
Há chance de aprovação, mas já estão em curso na Câmara negociações para alterar o texto. A nova proposta deverá determinar como inelegível quem tiver contra si alguma decisão judicial colegiada de segunda instância. E, para não minar pretensões eleitorais imediatas, a vigência seria em 2012.
O texto original da proposta prevê que não podem ser candidatos os que "forem condenados em primeira ou única instância ou tiverem contra si denúncia recebida por órgão judicial colegiado". Rigorosa, a proposta aumenta o período de inelegibilidade em praticamente todos os casos (hoje previstos na Lei de Inelegibilidades, de 1990) para oito anos.
Ainda que pareça improvável a votação do projeto em ano eleitoral, há um certo clima de otimismo por questões conjunturais. Em primeiro lugar, o próprio presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), sente-se pressionado a colocar o projeto em votação. Indicado do PMDB para ocupar a vaga de vice na chapa da pré-candidata petista Dilma Rousseff, Temer quer expor algum legado popular de sua gestão na Casa.
Por outro lado, a corrupção é tema incômodo ao DEM, que abrigou Arruda há até pouco tempo, e ao PT, que teve dirigentes envolvidos no escândalo do mensalão, em 2005.
O deputado Índio da Costa (DEM-RJ), que será relator da proposta negociada, diz: "Para o DEM, só os ficha limpa podem ser candidatos". Segundo ele, a aprovação "parece mais factível" se a restrição for para condenados em segunda instância. "Quando há uma pessoa pedindo, o Congresso tem de ouvir. Quando há 1,5 milhão, tem de fazer", disse.
"Não haverá consenso nisso, mas é possível pactuarmos uma maioria", disse o deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP).
"Evitar que pessoas com passado não recomendável não possam ser candidatos é uma velha discussão que agora parece madura, especialmente com o caso Arruda", afirmou Francisco Whitacker, do Comitê Nacional do Movimento de Combate à Corrupção, idealizador da proposta.
Reproduzo abaixo matéria da Folha de São Paulo deste domingo falando da Campanha Ficha Limpa. A Campanha Ficha Limpa mobilizou um milhão e meio de assinaturas com o objetivo de proibir pessoas condenadas por qualquer crime a serem candidatos a qualquer cargo eletivo.
Para mais informações sobre a Campanha Ficha Limpa, visite o site do Movimento Contra a Corrupção Eleitoral: http://mcce.org.br
Proposta contra ficha suja ganha fôlego
Com crise no DF, Casa vê chance de aprovar projeto que impede candidatura de quem responde a ação
MALU DELGADO
DA REPORTAGEM LOCAL
O desgaste extremo da classe política, exposto em minúcias com a prisão preventiva do governador afastado José Roberto Arruda (sem partido), pode viabilizar a votação do projeto de lei de iniciativa popular (PLP 518/09) que impede a candidatura de quem responde a processos judiciais.
Fruto de uma rara articulação social que reuniu 1,5 milhão de assinaturas, o projeto apelidado de "ficha limpa" está sob análise de um grupo de trabalho na Câmara. A expectativa é que até o dia 17 de março esse grupo apresente um "substitutivo", ou seja, uma nova proposta negociada entre as entidades que pressionam por sua aprovação e os parlamentares.
Há chance de aprovação, mas já estão em curso na Câmara negociações para alterar o texto. A nova proposta deverá determinar como inelegível quem tiver contra si alguma decisão judicial colegiada de segunda instância. E, para não minar pretensões eleitorais imediatas, a vigência seria em 2012.
O texto original da proposta prevê que não podem ser candidatos os que "forem condenados em primeira ou única instância ou tiverem contra si denúncia recebida por órgão judicial colegiado". Rigorosa, a proposta aumenta o período de inelegibilidade em praticamente todos os casos (hoje previstos na Lei de Inelegibilidades, de 1990) para oito anos.
Ainda que pareça improvável a votação do projeto em ano eleitoral, há um certo clima de otimismo por questões conjunturais. Em primeiro lugar, o próprio presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), sente-se pressionado a colocar o projeto em votação. Indicado do PMDB para ocupar a vaga de vice na chapa da pré-candidata petista Dilma Rousseff, Temer quer expor algum legado popular de sua gestão na Casa.
Por outro lado, a corrupção é tema incômodo ao DEM, que abrigou Arruda há até pouco tempo, e ao PT, que teve dirigentes envolvidos no escândalo do mensalão, em 2005.
O deputado Índio da Costa (DEM-RJ), que será relator da proposta negociada, diz: "Para o DEM, só os ficha limpa podem ser candidatos". Segundo ele, a aprovação "parece mais factível" se a restrição for para condenados em segunda instância. "Quando há uma pessoa pedindo, o Congresso tem de ouvir. Quando há 1,5 milhão, tem de fazer", disse.
"Não haverá consenso nisso, mas é possível pactuarmos uma maioria", disse o deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP).
"Evitar que pessoas com passado não recomendável não possam ser candidatos é uma velha discussão que agora parece madura, especialmente com o caso Arruda", afirmou Francisco Whitacker, do Comitê Nacional do Movimento de Combate à Corrupção, idealizador da proposta.
sábado, 6 de fevereiro de 2010
Ter Mãe
É fácil a gente ter mãe
E quase toda gente tem
Mãe é uma coisa tão bela
Pena é que há pelo mundo
Os que só sabem que teve mãe
Porque ouviu falar dela
Muitos só a conhecem de nome
Às vezes mesmo nem isto
Mãe, para muitos é uma simples palavra
Como uma nuvem ao vento
Ou um simples vazio no pensamento
É fácil a gente ter mãe
Muitos nem percebem que tem
No dia-a-dia ao seu lado
Quando se tem a certeza
E se sabe aonde ela está
Para dividirmos com ela
Uma alegria ou uma tristeza
Que basta só querer vê-la
Assim é fácil ter mãe
Até o dia em que ela falta
Aí então é como se a terra
Que a gente pisa se acabasse
Debaixo dos nossos pés
Difícil sim é perdê-la
E ter que aceitar a ideia
De que no lugar de sempre
Ela não se encontra mais
Não adianta abrir a porta
Nem pensar na varanda
A cadeira está vazia
Na cama não tem ninguém
Aquela voz que conforta
Que nos dá tanta paz
É um bem que não tem preço
Para toda família o maior bem.
Esta voz não ouviremos mais
Calou-se!
É que ela agora mudou-se
Para um lugar sem endereço
Aonde Deus mora, no além.
É fácil a gente ter mãe
Mãe é como uma estrela
Estrela guia que a gente tem
E trás guardada dentro de si
Difícil é suportar perdê-la
Como uma estrela cadente
Que de repente se apaga.
Antônio Alves dos Santos
08/12/1982
E quase toda gente tem
Mãe é uma coisa tão bela
Pena é que há pelo mundo
Os que só sabem que teve mãe
Porque ouviu falar dela
Muitos só a conhecem de nome
Às vezes mesmo nem isto
Mãe, para muitos é uma simples palavra
Como uma nuvem ao vento
Ou um simples vazio no pensamento
É fácil a gente ter mãe
Muitos nem percebem que tem
No dia-a-dia ao seu lado
Quando se tem a certeza
E se sabe aonde ela está
Para dividirmos com ela
Uma alegria ou uma tristeza
Que basta só querer vê-la
Assim é fácil ter mãe
Até o dia em que ela falta
Aí então é como se a terra
Que a gente pisa se acabasse
Debaixo dos nossos pés
Difícil sim é perdê-la
E ter que aceitar a ideia
De que no lugar de sempre
Ela não se encontra mais
Não adianta abrir a porta
Nem pensar na varanda
A cadeira está vazia
Na cama não tem ninguém
Aquela voz que conforta
Que nos dá tanta paz
É um bem que não tem preço
Para toda família o maior bem.
Esta voz não ouviremos mais
Calou-se!
É que ela agora mudou-se
Para um lugar sem endereço
Aonde Deus mora, no além.
É fácil a gente ter mãe
Mãe é como uma estrela
Estrela guia que a gente tem
E trás guardada dentro de si
Difícil é suportar perdê-la
Como uma estrela cadente
Que de repente se apaga.
Antônio Alves dos Santos
08/12/1982
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010
Orquestra de Violões busca interessados
Amigo internauta,
Estou montando uma orquestra de violões em São Paulo.
Os objetivos do grupo serão proporcionar a violonistas a oportunidade de conhecer repertório, trabalhar problemas musicais (controle de dinâmica, articulação, sincronia, etc.) com o mínimo de problemas técnicos possível, além de proporcionar a oportunidade de tocar em grupo e fazer amigos.
Os ensaios serão às quartas-feiras, das 16h às 17h, próximo ao SESC Pompéia. Pretendo iniciar trabalhando repertório barroco, em especial de J.S. Bach e G.F. Haendel.
Iniciantes são bem-vindos. Para participar da orquestra, será cobrada uma mensalidade de R$ 50.
Interessados favor contactar Alvaro Henrique no alvaroguitar@gmail.com ou no (11) 9294 6074
Estou montando uma orquestra de violões em São Paulo.
Os objetivos do grupo serão proporcionar a violonistas a oportunidade de conhecer repertório, trabalhar problemas musicais (controle de dinâmica, articulação, sincronia, etc.) com o mínimo de problemas técnicos possível, além de proporcionar a oportunidade de tocar em grupo e fazer amigos.
Os ensaios serão às quartas-feiras, das 16h às 17h, próximo ao SESC Pompéia. Pretendo iniciar trabalhando repertório barroco, em especial de J.S. Bach e G.F. Haendel.
Iniciantes são bem-vindos. Para participar da orquestra, será cobrada uma mensalidade de R$ 50.
Interessados favor contactar Alvaro Henrique no alvaroguitar@gmail.com ou no (11) 9294 6074
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
15.000 exibições
Amigo internauta,
Em pouco mais de dois meses, o vídeo Melodia - violão solo, teve mais de 15.000 exibições.
O vídeo é um pequeno concerto didático gravado em 2008 em que, além de tocar composições para violão solo, comento das músicas e dos compositores. Ele pode ser visto em http://vimeo.com/7803038, e foi planejado para divulgar a música erudita e o violão.
Agradeço a todos os amigos internautas que assistiram ao vídeo, em especial aos colegas blogueiros que o divulgaram, responsáveis por mais de 13.000 exibições.
Muito obrigado!
Em pouco mais de dois meses, o vídeo Melodia - violão solo, teve mais de 15.000 exibições.
O vídeo é um pequeno concerto didático gravado em 2008 em que, além de tocar composições para violão solo, comento das músicas e dos compositores. Ele pode ser visto em http://vimeo.com/7803038, e foi planejado para divulgar a música erudita e o violão.
Agradeço a todos os amigos internautas que assistiram ao vídeo, em especial aos colegas blogueiros que o divulgaram, responsáveis por mais de 13.000 exibições.
Muito obrigado!
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
No Dia Seguinte
No Dia Seguinte
Alvaro Henrique
Um quarto bagunçado:
Um pente com fios de cabelo dela,
Uma foto - eu e ela - no porta-retrato,
Livros e CDs e vídeos e partituras
E papéis e tudo-o-que-você-imaginar
Jogados por todo o quarto.
Um pijama e um vestido, foi o que ela deixou.
Um pijama e um vestido, foi o que restou.
Um pijama e um vestido, achei nessa zorra,
Meu souvenir do nosso amor.
Ah, merda! Ainda vou ter de lavar essa porra!
Porra, que luz tão forte!
Porra, esse vizinho só sabe ouvir música alta!
Porra, que cheiro de poluição!
Porra, que barulho! “- Ô seus merdas,
Seus piu-piu-pius chatos do caralho,
Vão cantarolar no ouvido da mãe!”
Porra, que céu brilhante que cega!
Porra, que céu azul bonito e alegre!
Como eu queria matar tudo o que é bonito e alegre!
O tempo
O tempo passa
O tempo passa bem
O tempo passa bem devagar,
Nem parece que é o mesmo tempo que passa quando estou com ela.
Não é.
Agora, conto os segundos.
Antes, perdia os minutos.
Meu desejo é só dormir
E esperar o dia de amanhã.
Só que chega o amanhã
E continuo querendo só dormir
Até chegar o dia de amanhã.
Não tenho vontade de fazer nada.
Meus queridos livros só me dão náusea,
Nem lembro mais como segurar uma caneta,
Meu violão já está com teia de aranha.
A TV não passa nada que presta.
Lá até vejo umas mulheres bonitas
Que só me lembram que a minha mulher
É muito mais bonita que todas elas.
O rádio só passa música horrível
Ou uns tin-tin-tins cantando o Rio de Janeiro.
Porra, o Rio é uma bosta!
É sujo, é traficante, é desigual,
É perigoso, é bala-perdida, é marginal!
Visionário foi JK. Já viu ele que tinha
Que sair logo daquela joça.
Olho de novo pro livro que estou lendo
(Na verdade é o livro da vez, pois lendo não estou)
Quando enxergo o violão ele parece suplicar:
“- Me toque, me toque, volte à sua bela canção tocar!
Por que não começa com um prelúdio de Bach?”
Mas meu morto coração implora: deixa pra lá!
Espere o amanhã, amanhã você a esquece,
Amanhã vai ser melhor.
Amanhã.
Ama.
Esquece o ama, se concentre em amanhã!
O glorioso amanhã.
O tempo
O tempo passa
O tempo passa bem
O tempo passa bem mais
O tempo passa bem mais devagar.
Penso em ligar para alguém.
Agenda.
Livros: prum lado, pro chão.
Agenda!
Letras, nomes, números, um problema:
Afinal, eu vou ligar pra quem?
Clarissa, Ludmilla, Joana,
Amanda, Bruna, Mariana?
Não.
Ligar pra quê?
Ligar e dizer o quê?
“- Alô, olha, eu estou deprê.”
Se liga, não existe isso, velhinho,
Você vai ter de aguentar isso sozinho.
Olho o calendário.
Só vou vê-la daqui a duas semanas.
Será que estarei vivo até lá?
Será que a escuridão vai me tragar?
Será que ao convite do álcool vou resistir?
Será que até lá vou rir?
Vou seguindo, dia a dia, trabalhando,
Escrevendo, lendo, tocando,
Sobrevivendo, como um zumbi.
Não como um zumbi, como amputado,
O que não é de se estranhar
Pois à metade fui cortado.
Mas vou vivendo, isso é certo.
Sigo como o poento caminheiro do deserto.
Alvaro Henrique
Um quarto bagunçado:
Um pente com fios de cabelo dela,
Uma foto - eu e ela - no porta-retrato,
Livros e CDs e vídeos e partituras
E papéis e tudo-o-que-você-imaginar
Jogados por todo o quarto.
Um pijama e um vestido, foi o que ela deixou.
Um pijama e um vestido, foi o que restou.
Um pijama e um vestido, achei nessa zorra,
Meu souvenir do nosso amor.
Ah, merda! Ainda vou ter de lavar essa porra!
Porra, que luz tão forte!
Porra, esse vizinho só sabe ouvir música alta!
Porra, que cheiro de poluição!
Porra, que barulho! “- Ô seus merdas,
Seus piu-piu-pius chatos do caralho,
Vão cantarolar no ouvido da mãe!”
Porra, que céu brilhante que cega!
Porra, que céu azul bonito e alegre!
Como eu queria matar tudo o que é bonito e alegre!
O tempo
O tempo passa
O tempo passa bem
O tempo passa bem devagar,
Nem parece que é o mesmo tempo que passa quando estou com ela.
Não é.
Agora, conto os segundos.
Antes, perdia os minutos.
Meu desejo é só dormir
E esperar o dia de amanhã.
Só que chega o amanhã
E continuo querendo só dormir
Até chegar o dia de amanhã.
Não tenho vontade de fazer nada.
Meus queridos livros só me dão náusea,
Nem lembro mais como segurar uma caneta,
Meu violão já está com teia de aranha.
A TV não passa nada que presta.
Lá até vejo umas mulheres bonitas
Que só me lembram que a minha mulher
É muito mais bonita que todas elas.
O rádio só passa música horrível
Ou uns tin-tin-tins cantando o Rio de Janeiro.
Porra, o Rio é uma bosta!
É sujo, é traficante, é desigual,
É perigoso, é bala-perdida, é marginal!
Visionário foi JK. Já viu ele que tinha
Que sair logo daquela joça.
Olho de novo pro livro que estou lendo
(Na verdade é o livro da vez, pois lendo não estou)
Quando enxergo o violão ele parece suplicar:
“- Me toque, me toque, volte à sua bela canção tocar!
Por que não começa com um prelúdio de Bach?”
Mas meu morto coração implora: deixa pra lá!
Espere o amanhã, amanhã você a esquece,
Amanhã vai ser melhor.
Amanhã.
Ama.
Esquece o ama, se concentre em amanhã!
O glorioso amanhã.
O tempo
O tempo passa
O tempo passa bem
O tempo passa bem mais
O tempo passa bem mais devagar.
Penso em ligar para alguém.
Agenda.
Livros: prum lado, pro chão.
Agenda!
Letras, nomes, números, um problema:
Afinal, eu vou ligar pra quem?
Clarissa, Ludmilla, Joana,
Amanda, Bruna, Mariana?
Não.
Ligar pra quê?
Ligar e dizer o quê?
“- Alô, olha, eu estou deprê.”
Se liga, não existe isso, velhinho,
Você vai ter de aguentar isso sozinho.
Olho o calendário.
Só vou vê-la daqui a duas semanas.
Será que estarei vivo até lá?
Será que a escuridão vai me tragar?
Será que ao convite do álcool vou resistir?
Será que até lá vou rir?
Vou seguindo, dia a dia, trabalhando,
Escrevendo, lendo, tocando,
Sobrevivendo, como um zumbi.
Não como um zumbi, como amputado,
O que não é de se estranhar
Pois à metade fui cortado.
Mas vou vivendo, isso é certo.
Sigo como o poento caminheiro do deserto.
domingo, 31 de janeiro de 2010
Libreto da Ópera de Rua de Jorge Antunes disponível on-line
Amigo internauta,
O libreto da"ópera de rua", de Jorge Antunes, está disponível em http://www.americasnet.com.br/antunes/opera-de-rua. A obra se chama "Auto do Pesadelo de Dom Bosco", e pretende ser executada nas ruas de Brasília.
Para participar, contacte o compositor em antunes@jorgeantunes.com.br
O libreto da"ópera de rua", de Jorge Antunes, está disponível em http://www.americasnet.com.br/antunes/opera-de-rua. A obra se chama "Auto do Pesadelo de Dom Bosco", e pretende ser executada nas ruas de Brasília.
Para participar, contacte o compositor em antunes@jorgeantunes.com.br
sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
DVD Mozart - As Nozes de Fígaro
Amigo internauta,
Um DVD duplo de uma das melhores composições de Mozart, com um elenco de primeiríssima categoria.
Tendo entre as cantores Anna Netrebko, o maior nome do canto lírico feminino de sua geração, a ótima gravação ainda conta com a regência de Nikolaus Harnoncourt.
Harnoncourt é um dos protagonistas da interpretação de música antiga em instrumentos da época. Com outros grandes músicos, revolucionou a forma como ouvimos o repertório barroco, e esteve à frente de projetos grandiosos como a gravação integral das Cantatas de J.S. Bach. Nos últimos anos têm criado efeito similar no repertório clássico, em especial de Mozart. Ele têm dado um vigor, uma alegria, uma intensidade, contrastes e ritmos a esse repertório que, desgastado por interpretações sem imaginação, já estava cansando. A revitalização que Harnoncourt têm proporcionado a esse repertório é fantástica, e vale a pena conferir como ele executa esse repertório.
Para comprar esse DVD e apoiar esse blog, siga este link.
Um DVD duplo de uma das melhores composições de Mozart, com um elenco de primeiríssima categoria.
Tendo entre as cantores Anna Netrebko, o maior nome do canto lírico feminino de sua geração, a ótima gravação ainda conta com a regência de Nikolaus Harnoncourt.
Harnoncourt é um dos protagonistas da interpretação de música antiga em instrumentos da época. Com outros grandes músicos, revolucionou a forma como ouvimos o repertório barroco, e esteve à frente de projetos grandiosos como a gravação integral das Cantatas de J.S. Bach. Nos últimos anos têm criado efeito similar no repertório clássico, em especial de Mozart. Ele têm dado um vigor, uma alegria, uma intensidade, contrastes e ritmos a esse repertório que, desgastado por interpretações sem imaginação, já estava cansando. A revitalização que Harnoncourt têm proporcionado a esse repertório é fantástica, e vale a pena conferir como ele executa esse repertório.
Para comprar esse DVD e apoiar esse blog, siga este link.
quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
Sobre o vilarejo em que meu pai nasceu
Povoado Ibipira
A origem do povoado Enjeitado.
Na década de trinta, depois do movimento dos tenentes, prestaram uma homenagem ao tenente revolucionário Siqueira Campos - morto em um naufrágio na travessia do Rio Uruguai quando viajava em companhia do também tenente João Alberto, nascido em Rio da Barra, distrito de Sertania (PE) -, dando um novo nome ao povoado, que passava a se chamar Siqueira Campos como nome oficial, mas o tradicional Enjeitado continuou em evidencia até o presente momento.
Na década de quarenta ou cinqüenta surge um padre na região chamado Padre Borgeia e, como a Igreja é uma instituição que tem um poder de influencia muito grande nos dias atuais - imagine há cinqüenta anos atrás -, o Padre Borgeia fez a cabeça do povo nos seus sermões insinuando que não era justo homenagear um revolucionário, um comunista, e que tinha que mudar o nome do povoado. Então, impondo a sua vontade, e com a concordância dos menos esclarecidos, mudou o nome oficial do povoado para Ibipira.
O povo que ali habitavam eram oriundos do estado do Ceará. A migração ocorreu no século XIX, pelos idos de 1877 a 1880. Fugindo da grande seca de 1877 partiram muita famílias para o estado do Maranhão em busca de água e terras férteis. Estas eram as famílias Rodrigues, Canário, Leite, Domingo, Santiago, Santos, Assis, Oliveira, Guedes, Pereira, Baiano da Silva, Brito, Souza, Quirino, Leonardo, Bezerra, Castro, Belizário, Mateus, Bernardino, Carolino, Nogueira, Ferreira e Fonseca.
Parte destas famílias (Bernardino, Carolino, Rodrigues, Medrado), ficaram num povoado chamado Mata Velha, próximo aonde já existia o povoado Mata do Nascimento. Mais tarde a fusão dos dois povoados deu origem à cidade de Dom Pedro. As demais famílias seguiram para o povoado de Mirador, lugar banhado pelo rio Itapecuru. Lá alguns membros da família Bezerra ficaram, e outros seguiram, pois foram informados de um lugar não muito distante que tinha muita água e terras férteis, só que era um lugar abandonado, situado entre duas serras aonde fica a nascente e por onde corre o riacho São João. Era o vão do Enjeitado, assim chamado porque tinha animais ferozes e dava muita malaria ou cesão (como é conhecido na região).
E para lá eles se foram. Povo desbravador, muitos deles traziam algum recurso. Lá se assentaram, espantaram os felinos, e em pouco tempo transformaram o lugar num centro de produção de arroz, milho, feijão, fava, algodão, mandioca, enfim, tudo para o próprio sustento, e aproveitavam também os recursos nativos região, em especial o Babaçu. Dele se aproveita tudo: a palha é usada para cobrir casas; a castanha extraída do coco é rica em óleo, que serve para alimentação, para fazer sabão, para fabrição de cosméticos; a casca contém alto teor de combustão, serve para ser queimada em fornos de siderurgia, dá um carvão de primeira para ser usado em casa; a palmeira de babaçu tem uma haste grande, então quando morre e apodrece faz um adubo natural para a terra. E há babaçu em abundancia na região, além de muitas terras férteis (terra de barro massapé).
Passaram a cultivar cana, criar gado, e fabricar rapadura e cachaça, que ainda hoje é uma das atividades principais do povo da região.
Este pessoal veio de vários lugares do Ceará. Meus bisavós maternos, que eram Domingo Santiago, vieram do lugar que deu origem à cidade de Campos Salles direto para o povoado Enjeitado, aonde já moravam muitos conhecidos. Chegando lá, compraram uma propriedade já formada, construída pelo meu bisavó paterno, o senhor José Canário. Os meus bisavós maternos se chamavam José Domingo Santiago e Maria dos Santos Santiago. Zé Domingo, como era conhecido, era um homem de bem, muito conceituado, amigo dos coronéis da Guarda Nacional, de tal modo que quando as tropas comandadas pelo General Isidoro Dias Lopes passou pela região procurando aqueles que tinham aderido a coluna Prestes eles receberam recomendação expressa do coronel José Brandão do Povoado Picos (que veio a ser depois a cidade de Colinas), para que não perturbassem o cidadão Zé Domingos e família.
Muito trabalhador, Zé Domingos ali fez patrimônio. Quando veio falecer, deixou bastante terra e gado para seus filhos. A família de Zé Domingos e Maria era pequena para os padrões da época, com apenas seis filhos: Ana Maria (conhecida por Naninha), Tertulina Maria (conhecida por Terta, minha avó), João Domingo, Domingo Santiago, Antônio e Osterno. Dos irmãos da minha avó Terta conheci Domingo e Osterno.
Tio Domingo era ferreiro e trabalhava de forma bem primitiva. A fundição dele era um assoprador chamado forja que ele mesmo fazia, assoprava o fogo no carvão (que atingia altas temperaturas), daí o ferro ficava flexível e ele moldava a peça conforme o que ele pretendia fazer. Ele tinha o molde da peça, então o metal era derretido e colocado na fôrma. Em pouco tempo a peça estava pronta. As peças eram para arreios usados em animais, peças para revolveres, pistolas, espingardas, rifles. Ele fazia coisas interessantes.
Osterno gostava muita da minha mãe. Ele era muito engraçado, contador de estórias, botava apelido em todo mundo. Certa vez, me lembro, ele contou uma historia relatando os caprichos do homem de palavra que era o pai dele. Zé Domingos certa vez conversava com uns amigos contando estórias do Ceará, sua terra natal. Na região em que ele nasceu e se criou, em conseqüência das constantes secas que assolam a região, um lago tinha secado ao ponto do peixes virarem pedra, o que foi motivo de risada dos presentes e ele ficou muito chateado. Então arrumou uma viagem e mandou seu filho Toinho, em companhia de outra pessoa, que fossem ao Ceará e trouxessem vários peixes-pedra (como eram chamado), e que hoje chamamos peixes fossilizados. Então Toinho seguiu mundo afora. Passados alguns meses ele chegou com as pedras, aí Zé Domingos convidou aqueles que antes tinham sorrido dele e, ao ver as pedras, ficaram todos cabisbaixos.
O interessante, segundo meu tio Osterno, era que, quando Toinho viajou para o Ceará e perceberam a falta dele, perguntavam "Cadê Toinho?", e eles respondiam que ele andava para a Travessia cuidando do retiro de gado. Travessia é uma região próxima do Enjeitado que tem muita água e pasto nativo, então no período da seca (que vai de junho a outubro) costumam levar o gado para aquela região para o que chamamos de retiro.
Meus outros bisavós maternos, Francisco Leite de Souza (conhecido por Chiquinho) e Maria Pereira Leite (conhecida por Pereira), tinham como origem Santana do Cariri (CE). A família deles era de quatorze filhos: Maria, Ana Amélia (conhecida por Losa), Rita, Josefa, Antônia, Otília, Ramiro, Almerinda, Vicente, Júlio, Luís, José, João (conhecido por João Chiquinho, meu avô) e Francisco, que faleceu quando criança. Aí começa a mistura, isto é, o casamento entre as famílias. Dois filhos de Chiquinho e Pereira casaram com filhos de Zé Domingos e Maria: João Chiquinho e Terta, meus avós, e Antonio Domingo e Rita Pereira. Os irmãos do meu avó João Chiquinho, José e Almerinda casaram com os irmãos da família Rodrigues de Oliveira e Castro, Maria Rodrigues de Oliveira (sinhá) e Antonio Rodrigues de Oliveira Castro (Antonio Aguida), filho de Raimundo Pereira de Castro (Raimundo Aguida) e Maria Rodrigues de Oliveira (Marica Rodrigues).
João Chiquinho e Terta tiveram seis filhos: Josina, minha mãe, Antônio Francisco (que faleceu ainda criança), Rosalina (conhecida por Rosa), Maria (conhecida por Mariinha, falecida em 1989) e Rita. Minha avó Terta faleceu em 1944 e meu avô casou novamente com Antonina Oliveira Brito e tiveram quatro filhos: Benta, Nildete, Almeron e Gilvan (que faleceu em 26/04/1993, aos 36 anos). Meu avô João Chiquinho faleceu em 13/02/1993, com 93 anos. João Chiquinho era analfabeto, mas era inteligente e dotado de uma memória extraordinária. Ele fabricava e vendia cachaça, tinha pagamento dos trabalhadores e outros pequenos negócios tudo na cabeça. Fazia conta de soma e multiplicação com rapidez. Não perdia em negocio nem passava troco errado. Foi um homem muito trabalhador. Para ele todo dia era dia de trabalhar. Ele tinha um sítio aonde plantava cana e fabricava cachaça e lidava com vários homens trabalhando. O pessoal no interior vive procurando dia santo, então o peão dizia "Seu João, amanhã é dia santo". A reação do meu avô era espontânea e falava assim: "A questão é esta, rapaz: é dia santo mais você come." Aí o peão confirmava que sim, ele reiterava "Então é dia de trabalhar." Não quero dizer que o meu avô não respeitava o dia de descanso do trabalhador, o domingo era dia de descanso, e os principais dias santos, como São João, Nossa Senhora Aparecida, que é a padroeira do nosso povoado, Sexta feira da Paixão, e outros que não me lembro.
Outra dele: às vezes era sábado e surgia um problema corriqueiro do dia-a-dia que só podia ser resolvido na segunda feira. Então o trabalhador dizia "Seu João, tem um problema para ser resolvido na segunda feira", de imediato ele respondia "A questão é esta, rapaz: se o problema é pra segunda feira, deixe pra se preocupar com ele na segunda feira, porque só se tira as alpercatas na beirada do rio."
Na família dos meus bisavós Chiquinho e Pereira existiu uma supertição com o nome Francisco. Um irmão do meu avô chamado Francisco não se criou, meu avô deu o nome de Francisco a um filho e não se criou, e Luis Pereira, irmão de João Chiquinho, deu o nome de Francisco a um filho que também não se criou e faleceu de maneira trágica queimado. Então, diante destas coincidências, não tem neto e nem bisneto de Chiquinho e Pereira chamado Francisco.
Do lado paterno, os pai de minha avó Izabel Canário dos Santos (conhecida por Biluca), era José Canário (conhecido por Zé Canário). Zé Canário foi casado três vezes, duas com irmãs. Dos três casamentos gerou vinte e seis filhos. Só sei o nome de alguns. Minha avó Izabel, por ser muito mimada, ganhou o apelido de Biluca. Ela era a filha caçula do segundo casamento de Zé Canário. Dos irmãos da vó Biluca sei apenas o nome alguns: Otávio, Maria, Luís, Joana, Benta, Belinha, Raimunda, José Canário.
Minha avó era prima primeira dos Baiano da Silva. Meu bisavó Zé Canário era um homem rico. Tinha muitas terras, plantação de cana e gado mas, segundo a minha vó, Zé Canário era um homem desprendido do que tinha. Era farrista e jogador de baralho. Apostava dinheiro, gado terra, cavalo de sela, arma, jóias. O velho era um bicho tão doido que fazia cigarro em cédulas de mil réis, mas fracassou e, quando veio falecer (estava viúvo, tendo sido casado três vezes), dos bens que possuiu não tinha mais nada.
Biluca casou com Gonçalo Rodrigues da Silva (conhecido por Amâncio). Sobre a família do meu avô Amâncio, assim, pai e mãe, eu não sei nada. Sei apenas que tinha muitos irmãos que eram da família Rodrigues Feitosa, de Inhamum (CE) e que, quando vieram para o Maranhão no inicio do século XX, não vieram todos. Ficaram alguns em Inhamum e o que sei é que nunca mais tiveram contato com eles. Vieram Leonarda, Selisjoana (ou Sabida), Maria José. No Enjeitado casaram Rodrigues com Canário, com Belizário Nogueira, com Quirino, com Albino, com Mateus. Meu avô Amâncio e minha vó Biluca tiveram sete filhos: Cícero, Benta, Velomina, Maria, Amélia (todos falecidos), Raimundo (conhecido por Bizinza), José (conhecido por Zé Biluca, meu pai). Meu avô Amâncio faleceu homem novo, em 1932. Minha avó Biluca faleceu dia doze de agosto de 1976, aos oitenta e quatro anos. Meu pai Zé Biluca casou com Josina, filha de João Chiquinho e Terta, neta de Zé Domingo e Maria e de Chiquinho e Maria Pereira.
Antônio Alves dos Santos (Antônio Biluca) - 1951-2004
A origem do povoado Enjeitado.
Na década de trinta, depois do movimento dos tenentes, prestaram uma homenagem ao tenente revolucionário Siqueira Campos - morto em um naufrágio na travessia do Rio Uruguai quando viajava em companhia do também tenente João Alberto, nascido em Rio da Barra, distrito de Sertania (PE) -, dando um novo nome ao povoado, que passava a se chamar Siqueira Campos como nome oficial, mas o tradicional Enjeitado continuou em evidencia até o presente momento.
Na década de quarenta ou cinqüenta surge um padre na região chamado Padre Borgeia e, como a Igreja é uma instituição que tem um poder de influencia muito grande nos dias atuais - imagine há cinqüenta anos atrás -, o Padre Borgeia fez a cabeça do povo nos seus sermões insinuando que não era justo homenagear um revolucionário, um comunista, e que tinha que mudar o nome do povoado. Então, impondo a sua vontade, e com a concordância dos menos esclarecidos, mudou o nome oficial do povoado para Ibipira.
O povo que ali habitavam eram oriundos do estado do Ceará. A migração ocorreu no século XIX, pelos idos de 1877 a 1880. Fugindo da grande seca de 1877 partiram muita famílias para o estado do Maranhão em busca de água e terras férteis. Estas eram as famílias Rodrigues, Canário, Leite, Domingo, Santiago, Santos, Assis, Oliveira, Guedes, Pereira, Baiano da Silva, Brito, Souza, Quirino, Leonardo, Bezerra, Castro, Belizário, Mateus, Bernardino, Carolino, Nogueira, Ferreira e Fonseca.
Parte destas famílias (Bernardino, Carolino, Rodrigues, Medrado), ficaram num povoado chamado Mata Velha, próximo aonde já existia o povoado Mata do Nascimento. Mais tarde a fusão dos dois povoados deu origem à cidade de Dom Pedro. As demais famílias seguiram para o povoado de Mirador, lugar banhado pelo rio Itapecuru. Lá alguns membros da família Bezerra ficaram, e outros seguiram, pois foram informados de um lugar não muito distante que tinha muita água e terras férteis, só que era um lugar abandonado, situado entre duas serras aonde fica a nascente e por onde corre o riacho São João. Era o vão do Enjeitado, assim chamado porque tinha animais ferozes e dava muita malaria ou cesão (como é conhecido na região).
E para lá eles se foram. Povo desbravador, muitos deles traziam algum recurso. Lá se assentaram, espantaram os felinos, e em pouco tempo transformaram o lugar num centro de produção de arroz, milho, feijão, fava, algodão, mandioca, enfim, tudo para o próprio sustento, e aproveitavam também os recursos nativos região, em especial o Babaçu. Dele se aproveita tudo: a palha é usada para cobrir casas; a castanha extraída do coco é rica em óleo, que serve para alimentação, para fazer sabão, para fabrição de cosméticos; a casca contém alto teor de combustão, serve para ser queimada em fornos de siderurgia, dá um carvão de primeira para ser usado em casa; a palmeira de babaçu tem uma haste grande, então quando morre e apodrece faz um adubo natural para a terra. E há babaçu em abundancia na região, além de muitas terras férteis (terra de barro massapé).
Passaram a cultivar cana, criar gado, e fabricar rapadura e cachaça, que ainda hoje é uma das atividades principais do povo da região.
Este pessoal veio de vários lugares do Ceará. Meus bisavós maternos, que eram Domingo Santiago, vieram do lugar que deu origem à cidade de Campos Salles direto para o povoado Enjeitado, aonde já moravam muitos conhecidos. Chegando lá, compraram uma propriedade já formada, construída pelo meu bisavó paterno, o senhor José Canário. Os meus bisavós maternos se chamavam José Domingo Santiago e Maria dos Santos Santiago. Zé Domingo, como era conhecido, era um homem de bem, muito conceituado, amigo dos coronéis da Guarda Nacional, de tal modo que quando as tropas comandadas pelo General Isidoro Dias Lopes passou pela região procurando aqueles que tinham aderido a coluna Prestes eles receberam recomendação expressa do coronel José Brandão do Povoado Picos (que veio a ser depois a cidade de Colinas), para que não perturbassem o cidadão Zé Domingos e família.
Muito trabalhador, Zé Domingos ali fez patrimônio. Quando veio falecer, deixou bastante terra e gado para seus filhos. A família de Zé Domingos e Maria era pequena para os padrões da época, com apenas seis filhos: Ana Maria (conhecida por Naninha), Tertulina Maria (conhecida por Terta, minha avó), João Domingo, Domingo Santiago, Antônio e Osterno. Dos irmãos da minha avó Terta conheci Domingo e Osterno.
Tio Domingo era ferreiro e trabalhava de forma bem primitiva. A fundição dele era um assoprador chamado forja que ele mesmo fazia, assoprava o fogo no carvão (que atingia altas temperaturas), daí o ferro ficava flexível e ele moldava a peça conforme o que ele pretendia fazer. Ele tinha o molde da peça, então o metal era derretido e colocado na fôrma. Em pouco tempo a peça estava pronta. As peças eram para arreios usados em animais, peças para revolveres, pistolas, espingardas, rifles. Ele fazia coisas interessantes.
Osterno gostava muita da minha mãe. Ele era muito engraçado, contador de estórias, botava apelido em todo mundo. Certa vez, me lembro, ele contou uma historia relatando os caprichos do homem de palavra que era o pai dele. Zé Domingos certa vez conversava com uns amigos contando estórias do Ceará, sua terra natal. Na região em que ele nasceu e se criou, em conseqüência das constantes secas que assolam a região, um lago tinha secado ao ponto do peixes virarem pedra, o que foi motivo de risada dos presentes e ele ficou muito chateado. Então arrumou uma viagem e mandou seu filho Toinho, em companhia de outra pessoa, que fossem ao Ceará e trouxessem vários peixes-pedra (como eram chamado), e que hoje chamamos peixes fossilizados. Então Toinho seguiu mundo afora. Passados alguns meses ele chegou com as pedras, aí Zé Domingos convidou aqueles que antes tinham sorrido dele e, ao ver as pedras, ficaram todos cabisbaixos.
O interessante, segundo meu tio Osterno, era que, quando Toinho viajou para o Ceará e perceberam a falta dele, perguntavam "Cadê Toinho?", e eles respondiam que ele andava para a Travessia cuidando do retiro de gado. Travessia é uma região próxima do Enjeitado que tem muita água e pasto nativo, então no período da seca (que vai de junho a outubro) costumam levar o gado para aquela região para o que chamamos de retiro.
Meus outros bisavós maternos, Francisco Leite de Souza (conhecido por Chiquinho) e Maria Pereira Leite (conhecida por Pereira), tinham como origem Santana do Cariri (CE). A família deles era de quatorze filhos: Maria, Ana Amélia (conhecida por Losa), Rita, Josefa, Antônia, Otília, Ramiro, Almerinda, Vicente, Júlio, Luís, José, João (conhecido por João Chiquinho, meu avô) e Francisco, que faleceu quando criança. Aí começa a mistura, isto é, o casamento entre as famílias. Dois filhos de Chiquinho e Pereira casaram com filhos de Zé Domingos e Maria: João Chiquinho e Terta, meus avós, e Antonio Domingo e Rita Pereira. Os irmãos do meu avó João Chiquinho, José e Almerinda casaram com os irmãos da família Rodrigues de Oliveira e Castro, Maria Rodrigues de Oliveira (sinhá) e Antonio Rodrigues de Oliveira Castro (Antonio Aguida), filho de Raimundo Pereira de Castro (Raimundo Aguida) e Maria Rodrigues de Oliveira (Marica Rodrigues).
João Chiquinho e Terta tiveram seis filhos: Josina, minha mãe, Antônio Francisco (que faleceu ainda criança), Rosalina (conhecida por Rosa), Maria (conhecida por Mariinha, falecida em 1989) e Rita. Minha avó Terta faleceu em 1944 e meu avô casou novamente com Antonina Oliveira Brito e tiveram quatro filhos: Benta, Nildete, Almeron e Gilvan (que faleceu em 26/04/1993, aos 36 anos). Meu avô João Chiquinho faleceu em 13/02/1993, com 93 anos. João Chiquinho era analfabeto, mas era inteligente e dotado de uma memória extraordinária. Ele fabricava e vendia cachaça, tinha pagamento dos trabalhadores e outros pequenos negócios tudo na cabeça. Fazia conta de soma e multiplicação com rapidez. Não perdia em negocio nem passava troco errado. Foi um homem muito trabalhador. Para ele todo dia era dia de trabalhar. Ele tinha um sítio aonde plantava cana e fabricava cachaça e lidava com vários homens trabalhando. O pessoal no interior vive procurando dia santo, então o peão dizia "Seu João, amanhã é dia santo". A reação do meu avô era espontânea e falava assim: "A questão é esta, rapaz: é dia santo mais você come." Aí o peão confirmava que sim, ele reiterava "Então é dia de trabalhar." Não quero dizer que o meu avô não respeitava o dia de descanso do trabalhador, o domingo era dia de descanso, e os principais dias santos, como São João, Nossa Senhora Aparecida, que é a padroeira do nosso povoado, Sexta feira da Paixão, e outros que não me lembro.
Outra dele: às vezes era sábado e surgia um problema corriqueiro do dia-a-dia que só podia ser resolvido na segunda feira. Então o trabalhador dizia "Seu João, tem um problema para ser resolvido na segunda feira", de imediato ele respondia "A questão é esta, rapaz: se o problema é pra segunda feira, deixe pra se preocupar com ele na segunda feira, porque só se tira as alpercatas na beirada do rio."
Na família dos meus bisavós Chiquinho e Pereira existiu uma supertição com o nome Francisco. Um irmão do meu avô chamado Francisco não se criou, meu avô deu o nome de Francisco a um filho e não se criou, e Luis Pereira, irmão de João Chiquinho, deu o nome de Francisco a um filho que também não se criou e faleceu de maneira trágica queimado. Então, diante destas coincidências, não tem neto e nem bisneto de Chiquinho e Pereira chamado Francisco.
Do lado paterno, os pai de minha avó Izabel Canário dos Santos (conhecida por Biluca), era José Canário (conhecido por Zé Canário). Zé Canário foi casado três vezes, duas com irmãs. Dos três casamentos gerou vinte e seis filhos. Só sei o nome de alguns. Minha avó Izabel, por ser muito mimada, ganhou o apelido de Biluca. Ela era a filha caçula do segundo casamento de Zé Canário. Dos irmãos da vó Biluca sei apenas o nome alguns: Otávio, Maria, Luís, Joana, Benta, Belinha, Raimunda, José Canário.
Minha avó era prima primeira dos Baiano da Silva. Meu bisavó Zé Canário era um homem rico. Tinha muitas terras, plantação de cana e gado mas, segundo a minha vó, Zé Canário era um homem desprendido do que tinha. Era farrista e jogador de baralho. Apostava dinheiro, gado terra, cavalo de sela, arma, jóias. O velho era um bicho tão doido que fazia cigarro em cédulas de mil réis, mas fracassou e, quando veio falecer (estava viúvo, tendo sido casado três vezes), dos bens que possuiu não tinha mais nada.
Biluca casou com Gonçalo Rodrigues da Silva (conhecido por Amâncio). Sobre a família do meu avô Amâncio, assim, pai e mãe, eu não sei nada. Sei apenas que tinha muitos irmãos que eram da família Rodrigues Feitosa, de Inhamum (CE) e que, quando vieram para o Maranhão no inicio do século XX, não vieram todos. Ficaram alguns em Inhamum e o que sei é que nunca mais tiveram contato com eles. Vieram Leonarda, Selisjoana (ou Sabida), Maria José. No Enjeitado casaram Rodrigues com Canário, com Belizário Nogueira, com Quirino, com Albino, com Mateus. Meu avô Amâncio e minha vó Biluca tiveram sete filhos: Cícero, Benta, Velomina, Maria, Amélia (todos falecidos), Raimundo (conhecido por Bizinza), José (conhecido por Zé Biluca, meu pai). Meu avô Amâncio faleceu homem novo, em 1932. Minha avó Biluca faleceu dia doze de agosto de 1976, aos oitenta e quatro anos. Meu pai Zé Biluca casou com Josina, filha de João Chiquinho e Terta, neta de Zé Domingo e Maria e de Chiquinho e Maria Pereira.
Antônio Alves dos Santos (Antônio Biluca) - 1951-2004
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
DVD Família Assad
Amigo internauta,
Me perdoe o entusiasmo, mas não há descrição melhor para esse vídeo: Um DVD fantástico de um show inesquecível.
A Família Assad mostra o talento de três gerações, em estilos diversos, executados de uma maneira em que tudo soa no lugar exato. Seja o choro liderado pelo patriarca, sejam as canções dos anos do rádio da matriarca, os irmãos Assad compartilhando o talento do que é tido o maior duo de violões há décadas, o multi-talento da Badi Assad, que transita entre a MPB e a World Music, e os netos que estão ligados na música de concerto, na MPB e no pop, tudo vale a pena. Mais que boas músicas, esse DVD revela uma reunião familiar que, por si só, já é bastante divertida e une a todos.
Quem gosta do trabalho dos músicos de maior destaque da família Assad (Odair, Sérgio e Badi), certamente vai adorar esse DVD.
Pra comprar essa gravação e apoiar esse blog, siga o link indicado para a loja Submarino
Me perdoe o entusiasmo, mas não há descrição melhor para esse vídeo: Um DVD fantástico de um show inesquecível.
A Família Assad mostra o talento de três gerações, em estilos diversos, executados de uma maneira em que tudo soa no lugar exato. Seja o choro liderado pelo patriarca, sejam as canções dos anos do rádio da matriarca, os irmãos Assad compartilhando o talento do que é tido o maior duo de violões há décadas, o multi-talento da Badi Assad, que transita entre a MPB e a World Music, e os netos que estão ligados na música de concerto, na MPB e no pop, tudo vale a pena. Mais que boas músicas, esse DVD revela uma reunião familiar que, por si só, já é bastante divertida e une a todos.
Quem gosta do trabalho dos músicos de maior destaque da família Assad (Odair, Sérgio e Badi), certamente vai adorar esse DVD.
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sábado, 23 de janeiro de 2010
FAQ Violão - Básico
Amigo internauta,
Aproveitando que algumas pessoas compraram instrumentos novos recentemente e estão entrando nesse maravilhoso mundo da música tocando violão, gostaria de contribuir para sanar algumas dúvidas básicas.
- Como devo guardar o violão?
Quando o violão não estiver em uso, ele deve ser acondicionado num estojo (case) adequado ao seu tamanho. Sempre que tampar o estojo, feche-o. Infelizmente vi diversas vezes pessoas levantar rapidamente o estojo com a tampa apenas escostada, e o violão se danificar ao cair bruscamente.
Evite colocar o instrumento próximo de fontes de calor ou frio, incluindo paredes que pegam sol.
Não é necessário alterar a afinação caso o instrumento seja tocado normalmente.
- Como limpar o violão?
Use apenas flanela seca. Qualquer produto de limpeza danifica o verniz do instrumento, principalmente os indicados para uso em móveis e carros.
- Com que frequência devo trocar as cordas?
Mesmo que o instrumento não esteja em uso, em três meses as cordas já estão oxidadas pelo contato com o ar. Além disso, a pressão sobre as cordas de nylon (cerca de 5kg em cada uma) deforma-as e prejudica a sonoridade e a afinação.
Com o uso, a durabilidade diminui ainda mais.
Profissionais costumam trocar de corda no máximo a cada duas semanas. Quem toca cerca de 20 horas por semana deve trocar mensalmente. Quem toca cerca de 10 horas semanais deve trocar, no máximo, a cada dois meses.
- Como devo trocar as cordas?
Nunca tire todas as cordas velhas de uma vez. Tire uma corda, troque-a, e repita a operação. As cordas exercem uma pressão de cerca de 30kg no braço e no cavalete. Retirar essa pressão bruscamente e recolocá-la pode danificar o instrumento, especialmente causando empeno do braço.
- Como amarrar as cordas?
Há várias formas. Uma das mais fáceis é fazer como indicam as imagens abaixo.
No cavalete, enrole as cordas como indicado, com uma volta para os baixos (cordas de metal) e duas ou três voltas para as primas (cordas de nylon).
Na outra ponta, é possível apenas passar a corda pelo buraco da tarracha e enrolá-la ou dar um pequeno nó como indicado.
A vantagem do nó é que ela permite menos voltas da corda no carretel da tarraxa. Quanto menos voltas, mais rápido a corda "segura" a afinação.
- Acabei de trocar cordas e o violão fica desafinando o tempo todo...
Isso é normal. Toda corda de violão cai de afinação após trocada. Podemos usar essa característica ao nosso favor: após colocar uma corda, afine-a um semitom ou um tom acima. Ao desafinar, a corda ficará na afinação normal.
- Pode usar afinador eletrônico?
O melhor aparelho de afinação é o ouvido humano. Os afinadores vendidos nas lojas não têm a precisão do audição humana, portanto com frequência a máquina indica que está afinado, mas nosso ouvido percebe que ainda não está perfeito.
No entanto, pra quem está começando, afinar o violão é uma tarefa que exige muito tempo. Vale a pena, nesses primeiros meses, usar um afinador e checar a cada meia-hora. Mas depois de um ano de estudos já está na hora de largar a dependência do afinador.
- Não consigo encontrar com quem estudar...
Foi por nisso que bolei uma lista com professores de violão que pode ser lida em www.alvarohenrique.com/professores.pdf . Hoje essa lista tem mais de 200 nomes em cerca de 20 estados.
- Não tenho dinheiro pra pagar um professor...
Em diversas cidades a melhor escola pra estudar música é pública e gratuita. As melhores escolas de música do país são públicas e gratuitas. Se informe com músicos da sua cidade ou na secretaria de cultura do seu município.
- Não tenho tempo pra fazer aulas...
Não precisa fazer aulas todo dia, nem toda semana. Faça aulas a cada duas semanas, ou uma por mês.
- Não quero fazer aulas e pronto. Me diz aí aonde baixar alguma coisa.
Já começou errado. É assim que nascem os piores violonistas.
Tocar violão é a execução de tarefa, não é mero acúmulo de informação. Portanto, toda informação que você conseguir, se não vier acompanhada de uma checagem de como você está tocando, não vale muito. Aprender, até dentro de uma caverna no meio do mato é possível, mas o progresso será mais lento, mais penoso e - acredite - mais caro que procurar uma escola ou um professor.
No caso de material na internet, pior ainda. Muito do material didático musical que se encontra de graça na rede são livros de segunda categoria. Fazer um bom livro exige custos.
Espero que esses conselhos e opiniões possam ajudar no seu progresso no violão, amigo internauta. Caso você queira enviar perguntas, favor escrever para alvaroguitar@gmail.com
Aproveitando que algumas pessoas compraram instrumentos novos recentemente e estão entrando nesse maravilhoso mundo da música tocando violão, gostaria de contribuir para sanar algumas dúvidas básicas.
- Como devo guardar o violão?
Quando o violão não estiver em uso, ele deve ser acondicionado num estojo (case) adequado ao seu tamanho. Sempre que tampar o estojo, feche-o. Infelizmente vi diversas vezes pessoas levantar rapidamente o estojo com a tampa apenas escostada, e o violão se danificar ao cair bruscamente.
Evite colocar o instrumento próximo de fontes de calor ou frio, incluindo paredes que pegam sol.
Não é necessário alterar a afinação caso o instrumento seja tocado normalmente.
- Como limpar o violão?
Use apenas flanela seca. Qualquer produto de limpeza danifica o verniz do instrumento, principalmente os indicados para uso em móveis e carros.
- Com que frequência devo trocar as cordas?
Mesmo que o instrumento não esteja em uso, em três meses as cordas já estão oxidadas pelo contato com o ar. Além disso, a pressão sobre as cordas de nylon (cerca de 5kg em cada uma) deforma-as e prejudica a sonoridade e a afinação.
Com o uso, a durabilidade diminui ainda mais.
Profissionais costumam trocar de corda no máximo a cada duas semanas. Quem toca cerca de 20 horas por semana deve trocar mensalmente. Quem toca cerca de 10 horas semanais deve trocar, no máximo, a cada dois meses.
- Como devo trocar as cordas?
Nunca tire todas as cordas velhas de uma vez. Tire uma corda, troque-a, e repita a operação. As cordas exercem uma pressão de cerca de 30kg no braço e no cavalete. Retirar essa pressão bruscamente e recolocá-la pode danificar o instrumento, especialmente causando empeno do braço.
- Como amarrar as cordas?
Há várias formas. Uma das mais fáceis é fazer como indicam as imagens abaixo.
No cavalete, enrole as cordas como indicado, com uma volta para os baixos (cordas de metal) e duas ou três voltas para as primas (cordas de nylon).
Na outra ponta, é possível apenas passar a corda pelo buraco da tarracha e enrolá-la ou dar um pequeno nó como indicado.
A vantagem do nó é que ela permite menos voltas da corda no carretel da tarraxa. Quanto menos voltas, mais rápido a corda "segura" a afinação.
- Acabei de trocar cordas e o violão fica desafinando o tempo todo...
Isso é normal. Toda corda de violão cai de afinação após trocada. Podemos usar essa característica ao nosso favor: após colocar uma corda, afine-a um semitom ou um tom acima. Ao desafinar, a corda ficará na afinação normal.
- Pode usar afinador eletrônico?
O melhor aparelho de afinação é o ouvido humano. Os afinadores vendidos nas lojas não têm a precisão do audição humana, portanto com frequência a máquina indica que está afinado, mas nosso ouvido percebe que ainda não está perfeito.
No entanto, pra quem está começando, afinar o violão é uma tarefa que exige muito tempo. Vale a pena, nesses primeiros meses, usar um afinador e checar a cada meia-hora. Mas depois de um ano de estudos já está na hora de largar a dependência do afinador.
- Não consigo encontrar com quem estudar...
Foi por nisso que bolei uma lista com professores de violão que pode ser lida em www.alvarohenrique.com/professores.pdf . Hoje essa lista tem mais de 200 nomes em cerca de 20 estados.
- Não tenho dinheiro pra pagar um professor...
Em diversas cidades a melhor escola pra estudar música é pública e gratuita. As melhores escolas de música do país são públicas e gratuitas. Se informe com músicos da sua cidade ou na secretaria de cultura do seu município.
- Não tenho tempo pra fazer aulas...
Não precisa fazer aulas todo dia, nem toda semana. Faça aulas a cada duas semanas, ou uma por mês.
- Não quero fazer aulas e pronto. Me diz aí aonde baixar alguma coisa.
Já começou errado. É assim que nascem os piores violonistas.
Tocar violão é a execução de tarefa, não é mero acúmulo de informação. Portanto, toda informação que você conseguir, se não vier acompanhada de uma checagem de como você está tocando, não vale muito. Aprender, até dentro de uma caverna no meio do mato é possível, mas o progresso será mais lento, mais penoso e - acredite - mais caro que procurar uma escola ou um professor.
No caso de material na internet, pior ainda. Muito do material didático musical que se encontra de graça na rede são livros de segunda categoria. Fazer um bom livro exige custos.
Espero que esses conselhos e opiniões possam ajudar no seu progresso no violão, amigo internauta. Caso você queira enviar perguntas, favor escrever para alvaroguitar@gmail.com
quinta-feira, 21 de janeiro de 2010
Uma homenagem que agradou
Amigo internauta,
No último sábado, dia 16 de janeiro, toquei no Museu Parque das Ruínas, no Rio de Janeiro, como parte da série Música no Museu.
O local é um casarão reconstruído no topo do morro de Santa Tereza, próximo ao famoso bondinho. Deste local é possível admirar a beleza natural do Rio, e lamento não ter tido a oportunidade de tirar fotos para relembrar as imagens que vi.
A apresentação começou às 11:30, num dia de muito calor. Ao passar o som na sala, comecei a me sentir mal em função da temperatura e tive de trocar de roupa para aguentar o verão carioca.
O público encheu a sala da apresentação, e diversas pessoas se sentaram no chão. Foi muito bom ver uma platéia variada, e uma honra ter a presença de Airton Soares, presidente da Associação de Violão do Rio (AV-Rio), e outros membros da entidade, além de colegas músicos e amigos, como um ex-aluno que hoje vive na Cidade Maravilhosa.
Estava um pouco nervoso com o programa. Somente a primeira obra do programa era uma peça querida do público, os 5 Prelúdios de Heitor Villa-Lobos. Incluí duas obras de Villa-Lobos recém descobertas, a Valse-Choro e a Valsa de Concerto no 2, que poucos violonistas tocam e uma parte muito pequena da platéia as conhece. Em seguida, estreei duas composições feitas para homenagear os 50 anos de Brasília: A Reconstrução de Brasília, do pernambucano Carlos Alberto da Silva, e os movimentos 1960 a 1969 de Brasília 50 (nome provisório), de Jorge Antunes, carioca radicado na capital federal há 30 anos. Pra encerrar, uma música de vanguarda em duo com o Clayton Vetromilla, professor de violão da Uni-Rio. É muita música contemporânea para um sábado de manhã, para uma platéia totalmente diferente dos festivais de música de vanguarda.
Mas o resultado foi muito positivo. O público compreendeu muito bem as obras, e conseguiu se identificar com elas. A obra do Carlos Alberto da Silva foi provavelmente a mais aplaudida do programa, e a beleza das duas estréias foi bem comentada. Algumas pessoas da platéia se emocionaram em alguns movimentos da obra de Jorge Antunes, e quiseram aplaudir antes do fim da música.
Como nas vezes anteriores, acho que a energia positiva do Rio vai me dar muita sorte nesse projeto das obras inéditas feitas em homenagem aos 50 anos de Brasília, e foi um prazer compartilhar esse repertório com o público carioca.
No último sábado, dia 16 de janeiro, toquei no Museu Parque das Ruínas, no Rio de Janeiro, como parte da série Música no Museu.
O local é um casarão reconstruído no topo do morro de Santa Tereza, próximo ao famoso bondinho. Deste local é possível admirar a beleza natural do Rio, e lamento não ter tido a oportunidade de tirar fotos para relembrar as imagens que vi.
A apresentação começou às 11:30, num dia de muito calor. Ao passar o som na sala, comecei a me sentir mal em função da temperatura e tive de trocar de roupa para aguentar o verão carioca.
O público encheu a sala da apresentação, e diversas pessoas se sentaram no chão. Foi muito bom ver uma platéia variada, e uma honra ter a presença de Airton Soares, presidente da Associação de Violão do Rio (AV-Rio), e outros membros da entidade, além de colegas músicos e amigos, como um ex-aluno que hoje vive na Cidade Maravilhosa.
Estava um pouco nervoso com o programa. Somente a primeira obra do programa era uma peça querida do público, os 5 Prelúdios de Heitor Villa-Lobos. Incluí duas obras de Villa-Lobos recém descobertas, a Valse-Choro e a Valsa de Concerto no 2, que poucos violonistas tocam e uma parte muito pequena da platéia as conhece. Em seguida, estreei duas composições feitas para homenagear os 50 anos de Brasília: A Reconstrução de Brasília, do pernambucano Carlos Alberto da Silva, e os movimentos 1960 a 1969 de Brasília 50 (nome provisório), de Jorge Antunes, carioca radicado na capital federal há 30 anos. Pra encerrar, uma música de vanguarda em duo com o Clayton Vetromilla, professor de violão da Uni-Rio. É muita música contemporânea para um sábado de manhã, para uma platéia totalmente diferente dos festivais de música de vanguarda.
Mas o resultado foi muito positivo. O público compreendeu muito bem as obras, e conseguiu se identificar com elas. A obra do Carlos Alberto da Silva foi provavelmente a mais aplaudida do programa, e a beleza das duas estréias foi bem comentada. Algumas pessoas da platéia se emocionaram em alguns movimentos da obra de Jorge Antunes, e quiseram aplaudir antes do fim da música.
Como nas vezes anteriores, acho que a energia positiva do Rio vai me dar muita sorte nesse projeto das obras inéditas feitas em homenagem aos 50 anos de Brasília, e foi um prazer compartilhar esse repertório com o público carioca.
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
Sonatas para piano de Beethoven para download gratuito
Amigo internauta,
Encontrei no todas as sonatas para piano de Beethoven, em uma boa edição, para download gratuito.
O endereço é http://www.4shared.com/dir/26945261/660b6692/Beethoven_Ludwig_van.html
Como esse material está em domínio público há várias décadas, baixe sem culpa!
Encontrei no todas as sonatas para piano de Beethoven, em uma boa edição, para download gratuito.
O endereço é http://www.4shared.com/dir/26945261/660b6692/Beethoven_Ludwig_van.html
Como esse material está em domínio público há várias décadas, baixe sem culpa!
domingo, 17 de janeiro de 2010
Outras máximas de meu pai
Morrer por uma ideia é muito bonito, mas por que não deixar a ideia morrer antes de você?
Os sonhos e a esperança são dois calmantes que a vida concede ao ser humano.
A leitura torna o ser humano completo, a conversa torna-o ágil, e escrever dá-lhe precisão.
Antônio Alves dos Santos (Antônio Biluca) - (+1951-*2004)
Os sonhos e a esperança são dois calmantes que a vida concede ao ser humano.
A leitura torna o ser humano completo, a conversa torna-o ágil, e escrever dá-lhe precisão.
Antônio Alves dos Santos (Antônio Biluca) - (+1951-*2004)
sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
Sobre concursos de violão no Brasil
Amigo internauta,
Recebi no alvaroguitar@gmail.com a seguinte pergunta do violonista João Oliveira:
"Sou de Recife. Gostaria de participar de um concurso de violão. Só posso ir a um. Você poderia me indicar qual seria mais vantajoso?"
O grande problema é determinar o que é vantajoso. Vamos ver um breve panorama de concursos musicais, em especial dos concursos de violão no Brasil.
Quais são as vantagens em se fazer um concurso? As mais óbvias são a criação de objetivos no estudo, o incentivo a se superar tecnica e musicalmente, a oportunidade de se comparar com músicos que estão na mesma fase da carreira, realizar contatos e explorar composições que, por estímulo próprio, não fariam parte do seu repertório.
E quais são as desvantagens? Nem sempre o repertório exigido é do nosso interesse ou permite mostrar o que fazemos de melhor, os custos (não apenas financeiros, mas de tempo, energia, stress, etc.) só serão recompensados caso consigamos um prêmio, e podem ocorrer frustrações por um resultado inesperado.
No Brasil, a maior parte dos concursos só oferecem prêmios modestos. Além disso, resultados que podem revoltar os participantes acontecem mesmo nos concursos mais idôneos.
Portanto, para decidir qual concurso é o mais vantajoso, é preciso escolher qual exige o menor custo financeiro, menos tempo de preparação, menos composições que não nos interessam, maior possibilidade de um bom resultado e que podem oferecer prêmios mais interessantes.
O país possui, atualmente, apenas cinco concursos de violão perenes. Concursos eventuais também fazem parte do calendário, e anos recentes tiveram cerca de dez concursos realizados. Dos cinco, um é realizado no Nordeste (concurso do FENAVIPI), um no Centro-Oeste (Concurso Eustáquio Grilo) e os demais no Sudeste.
O Concurso do FENAVIPI faz parte do Festival Nacional de Violão do Piauí, e é realizado em fevereiro, na cidade de Teresina. Há premiação em dinheiro para os três colocados, e o vencedor toca na edição seguinte do mesmo festival, com cachê e despesas pagas.
É oferecido ao candidato uma ampla lista de repertório, com a maior parte pertencente ao "cânone" do repertório erudito, que pode escolher livremente composições da lista.
Por ser um concurso que faz parte de um importante festival de violão, pode ser vantajoso aproveitar a oportunidade de fazer aulas e assistir concertos de grandes músicos e voltar com um prêmio pra casa. No entanto, toda essa atividade pode desviar a atenção de quem está buscando oportunidades profissionais pra carreira, e os candidatos frequentemente sobem ao palco sem estar totalmente preparados.
O festival não cobra inscrição, e a primeira seleção é por gravação. Eventualmente é oferecida hospedagem coletiva (o que diminui a chance de se preparar adequadamente). Custos de alimentação e transporte correm pelo candidato. O evento dura uma semana.
O Concurso Eustáquio Grilo é realizado pela Associação Brasiliense de Violão, em julho, em Brasília. Até o presente momento só o primeiro lugar é premiado com uma série de quatro concertos com cachê em cidades distintas. A avaliação é feita por notas em quesitos pré-definidos que lembram a de escolas de samba. As notas são enviadas para os candidatos após o encerramento do certame.
Até a presente edição, numa etapa é cobrada uma composição de autor estrangeiro e na outra uma de compositor brasileiro, com ampla possibilidade de escolher qualquer obra.
O evento também faz parte de um festival, que via de regra apresenta apenas concertos com vencedores de concursos internacionais, sem aulas. Dessa forma, conjuga a oportunidade de conhecer violonistas que foram premiados em concursos no exterior (um passo seguinte na vida de todos que realizam concursos no Brasil), com a possibilidade de se preparar adequadamente.
O concurso cobra taxa de inscrição. Custos de alimentação, hospedagem e transporte são pagos pelo candidato. O evento dura um fim-de-semana.
O Concurso Fred Schneiter é bienal, realizado em ano ímpar, na cidade de Niterói (RJ). Os três primeiros candidatos são premiados em dinheiro. O vencedor ganha um recital. O repertório exigido varia bastante, mas inclui composições do homenageado e de outros autores cariocas de expressão local. Houve edições em que quase todas as obras exigidas eram composições populares.
O concurso cobra taxa de inscrição. A primeira etapa da avaliação é por gravação. Custos de alimentação, hospedagem e transporte são pagos pelo candidato. O evento dura cerca de quatro dias.
O Concurso Souza Lima é organizado pelo Henrique Pinto, em São Paulo. Via de regra, apenas o vencedor é premiado com um concerto sem cachê e sem os custos pagos. É um dos concursos mais controversos em atividade, e frequentemente seus resultados são questionados. Alunos do organizador concorrem com os demais candidatos, e são levantadas dúvidas sobre a igualdade de condições dos concorrentes.
O concurso cobra taxa de inscrição. Todos os custos são pagos pelo candidato. O evento dura um fim-de-semana.
O Concurso Musicalis foi organizado durante muitos anos por Gilson Antunes, e agora o Fábio Bartoloni está à frente. Também realizado em São Paulo, costuma acontecer em data próxima ao Souza Lima, e com frequência têm os mesmos participantes. A premiação é bastante irregular, e pode variar de apenas brindes (CDs e cordas) a instrumentos novos, recitais e dinheiro.
O concurso cobra taxa de inscrição. Todos os custos são pagos pelo candidato. O evento dura um fim-de-semana.
No Espírito Santo, Santa Catarina, São Paulo e Minas Gerais eventualmente surgem concursos extras. Visite sites especializados como o violaomandriao.com.br para estar atento a essas novidades.
Creio que essas informações já são o suficiente pro João avaliar qual concurso pode ser o mais vantajoso. Se ele estiver seguro que vencerá, pode ser interessante ir no concurso com o maior prêmio, independente do que é oferecido pros demais candidatos. Caso queira acima de tudo ter motivação para estudar, um concurso que exige o mesmo repertório que ele deseja se aperfeiçoar é melhor. Caso os custos financeiros sejam um problema, o concurso que exigir menor deslocamento e menos dias de hospedagem é o mais interessante. Caso ele não queira lidar com uma frustração, um concurso com maiores chances de idoneidade seria o ideal.
Se me permite um conselho mais direto, baseado nas informações que o João forneceu (nunca o ouvi tocar), creio que o concurso do FENAVIPI e o Concurso Eustáquio Grilo seriam os melhores. Provavelmente as inscrições para o FENAVIPI 2010 já tenham se encerrado, portanto o Concurso Eustáquio Grilo parece ser a melhor opção disponível. Caso os custos financeiros não sejam um problema e o resultado é menos importante que o preparo para o concurso em si, pode ser muito bom ir a São Paulo e emendar o concurso Souza Lima e o Musicalis, que costumam ser em fins-de-semana vizinhos.
Boa sorte, João, espero que essas dicas e conselhos te auxiliem. Converse sobre esse assunto com outros violonistas também. E não se esqueça: há mais a ganhar num concurso musical que o primeiro lugar.
Caso você tenha alguma pergunta sobre música e violão, amigo internauta, envie para alvaroguitar@gmail.com e responderemos aqui.
Recebi no alvaroguitar@gmail.com a seguinte pergunta do violonista João Oliveira:
"Sou de Recife. Gostaria de participar de um concurso de violão. Só posso ir a um. Você poderia me indicar qual seria mais vantajoso?"
O grande problema é determinar o que é vantajoso. Vamos ver um breve panorama de concursos musicais, em especial dos concursos de violão no Brasil.
Quais são as vantagens em se fazer um concurso? As mais óbvias são a criação de objetivos no estudo, o incentivo a se superar tecnica e musicalmente, a oportunidade de se comparar com músicos que estão na mesma fase da carreira, realizar contatos e explorar composições que, por estímulo próprio, não fariam parte do seu repertório.
E quais são as desvantagens? Nem sempre o repertório exigido é do nosso interesse ou permite mostrar o que fazemos de melhor, os custos (não apenas financeiros, mas de tempo, energia, stress, etc.) só serão recompensados caso consigamos um prêmio, e podem ocorrer frustrações por um resultado inesperado.
No Brasil, a maior parte dos concursos só oferecem prêmios modestos. Além disso, resultados que podem revoltar os participantes acontecem mesmo nos concursos mais idôneos.
Portanto, para decidir qual concurso é o mais vantajoso, é preciso escolher qual exige o menor custo financeiro, menos tempo de preparação, menos composições que não nos interessam, maior possibilidade de um bom resultado e que podem oferecer prêmios mais interessantes.
O país possui, atualmente, apenas cinco concursos de violão perenes. Concursos eventuais também fazem parte do calendário, e anos recentes tiveram cerca de dez concursos realizados. Dos cinco, um é realizado no Nordeste (concurso do FENAVIPI), um no Centro-Oeste (Concurso Eustáquio Grilo) e os demais no Sudeste.
O Concurso do FENAVIPI faz parte do Festival Nacional de Violão do Piauí, e é realizado em fevereiro, na cidade de Teresina. Há premiação em dinheiro para os três colocados, e o vencedor toca na edição seguinte do mesmo festival, com cachê e despesas pagas.
É oferecido ao candidato uma ampla lista de repertório, com a maior parte pertencente ao "cânone" do repertório erudito, que pode escolher livremente composições da lista.
Por ser um concurso que faz parte de um importante festival de violão, pode ser vantajoso aproveitar a oportunidade de fazer aulas e assistir concertos de grandes músicos e voltar com um prêmio pra casa. No entanto, toda essa atividade pode desviar a atenção de quem está buscando oportunidades profissionais pra carreira, e os candidatos frequentemente sobem ao palco sem estar totalmente preparados.
O festival não cobra inscrição, e a primeira seleção é por gravação. Eventualmente é oferecida hospedagem coletiva (o que diminui a chance de se preparar adequadamente). Custos de alimentação e transporte correm pelo candidato. O evento dura uma semana.
O Concurso Eustáquio Grilo é realizado pela Associação Brasiliense de Violão, em julho, em Brasília. Até o presente momento só o primeiro lugar é premiado com uma série de quatro concertos com cachê em cidades distintas. A avaliação é feita por notas em quesitos pré-definidos que lembram a de escolas de samba. As notas são enviadas para os candidatos após o encerramento do certame.
Até a presente edição, numa etapa é cobrada uma composição de autor estrangeiro e na outra uma de compositor brasileiro, com ampla possibilidade de escolher qualquer obra.
O evento também faz parte de um festival, que via de regra apresenta apenas concertos com vencedores de concursos internacionais, sem aulas. Dessa forma, conjuga a oportunidade de conhecer violonistas que foram premiados em concursos no exterior (um passo seguinte na vida de todos que realizam concursos no Brasil), com a possibilidade de se preparar adequadamente.
O concurso cobra taxa de inscrição. Custos de alimentação, hospedagem e transporte são pagos pelo candidato. O evento dura um fim-de-semana.
O Concurso Fred Schneiter é bienal, realizado em ano ímpar, na cidade de Niterói (RJ). Os três primeiros candidatos são premiados em dinheiro. O vencedor ganha um recital. O repertório exigido varia bastante, mas inclui composições do homenageado e de outros autores cariocas de expressão local. Houve edições em que quase todas as obras exigidas eram composições populares.
O concurso cobra taxa de inscrição. A primeira etapa da avaliação é por gravação. Custos de alimentação, hospedagem e transporte são pagos pelo candidato. O evento dura cerca de quatro dias.
O Concurso Souza Lima é organizado pelo Henrique Pinto, em São Paulo. Via de regra, apenas o vencedor é premiado com um concerto sem cachê e sem os custos pagos. É um dos concursos mais controversos em atividade, e frequentemente seus resultados são questionados. Alunos do organizador concorrem com os demais candidatos, e são levantadas dúvidas sobre a igualdade de condições dos concorrentes.
O concurso cobra taxa de inscrição. Todos os custos são pagos pelo candidato. O evento dura um fim-de-semana.
O Concurso Musicalis foi organizado durante muitos anos por Gilson Antunes, e agora o Fábio Bartoloni está à frente. Também realizado em São Paulo, costuma acontecer em data próxima ao Souza Lima, e com frequência têm os mesmos participantes. A premiação é bastante irregular, e pode variar de apenas brindes (CDs e cordas) a instrumentos novos, recitais e dinheiro.
O concurso cobra taxa de inscrição. Todos os custos são pagos pelo candidato. O evento dura um fim-de-semana.
No Espírito Santo, Santa Catarina, São Paulo e Minas Gerais eventualmente surgem concursos extras. Visite sites especializados como o violaomandriao.com.br para estar atento a essas novidades.
Creio que essas informações já são o suficiente pro João avaliar qual concurso pode ser o mais vantajoso. Se ele estiver seguro que vencerá, pode ser interessante ir no concurso com o maior prêmio, independente do que é oferecido pros demais candidatos. Caso queira acima de tudo ter motivação para estudar, um concurso que exige o mesmo repertório que ele deseja se aperfeiçoar é melhor. Caso os custos financeiros sejam um problema, o concurso que exigir menor deslocamento e menos dias de hospedagem é o mais interessante. Caso ele não queira lidar com uma frustração, um concurso com maiores chances de idoneidade seria o ideal.
Se me permite um conselho mais direto, baseado nas informações que o João forneceu (nunca o ouvi tocar), creio que o concurso do FENAVIPI e o Concurso Eustáquio Grilo seriam os melhores. Provavelmente as inscrições para o FENAVIPI 2010 já tenham se encerrado, portanto o Concurso Eustáquio Grilo parece ser a melhor opção disponível. Caso os custos financeiros não sejam um problema e o resultado é menos importante que o preparo para o concurso em si, pode ser muito bom ir a São Paulo e emendar o concurso Souza Lima e o Musicalis, que costumam ser em fins-de-semana vizinhos.
Boa sorte, João, espero que essas dicas e conselhos te auxiliem. Converse sobre esse assunto com outros violonistas também. E não se esqueça: há mais a ganhar num concurso musical que o primeiro lugar.
Caso você tenha alguma pergunta sobre música e violão, amigo internauta, envie para alvaroguitar@gmail.com e responderemos aqui.
quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
História da Música Ocidental, de Grout e Palisca
Amigo internauta,
Provavelmente o livro que mais li e reli é o História da Música Ocidental, de Donald Grout e Claude Palisca. Originalmente escrito em inglês, a editora portuguesa Gradiva fez um bom trabalho na tradução.
É um livro muito rico, com cerca de 750 páginas que traça um panorama da música desde a antiguidade clássica (Grécia e Roma antiga) até o século XX. Além de citar compositores e obras, faz um panorama da sociedade e cultura de cada época, apresenta relações com outras manifestações artísticas e culturais, e todos os principais temas ligados à música são esmiuçados.
Apesar de ser um livro caro, vale a pena. Poucos livros sobre o tema são tão completos e repletos de tanta informação que a cada releitura a compreensão sobre o assunto é aumentada.
Para comprar o livro e apoiar esse blog, siga o link para comprá-lo no Submarino.
Provavelmente o livro que mais li e reli é o História da Música Ocidental, de Donald Grout e Claude Palisca. Originalmente escrito em inglês, a editora portuguesa Gradiva fez um bom trabalho na tradução.
É um livro muito rico, com cerca de 750 páginas que traça um panorama da música desde a antiguidade clássica (Grécia e Roma antiga) até o século XX. Além de citar compositores e obras, faz um panorama da sociedade e cultura de cada época, apresenta relações com outras manifestações artísticas e culturais, e todos os principais temas ligados à música são esmiuçados.
Apesar de ser um livro caro, vale a pena. Poucos livros sobre o tema são tão completos e repletos de tanta informação que a cada releitura a compreensão sobre o assunto é aumentada.
Para comprar o livro e apoiar esse blog, siga o link para comprá-lo no Submarino.
segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
Homenagem ao Rio e a Brasília na série Música no Museu
Amigo internauta,
Nesse dia 16, sábado, às 11:30 faço uma apresentação no Museu Parque das Ruínas, no Rio de Janeiro, dentro da série Música no Museu.
No repertório, uma homenagem ao Rio de Janeiro e aos 50 anos de inauguração de Brasília. Tocarei composições feitas por Villa-Lobos quando o Rio era a capital, incluindo obras recém-descobertas para violão solo, e composições inéditas de Carlos Alberto da Silva e Jorge Antunes dedicadas a mim e feitas para homenagear os 50 anos de Brasília, que são celebrados em 2010.
Como um brasiliense nato, é um prazer poder homenagear minha cidade, e melhor ainda estrear esse projeto numa cidade fantástica e que me deu muita sorte, o Rio de Janeiro - por isso fiz questão de homenagear não só a "Capital da Esperança", mas também a "Cidade Maravilhosa".
O professor de violão da Uni-Rio Clayton Vetromilla fará uma participação especial. É muito bacana ir a outra cidade e poder dividir o palco com um amigo que vive lá. Nesse ano gostaria de fazer isso mais vezes, e fiquei muito feliz do Clayton ter aceito o convite.
A entrada é gratuita e espero (re)ver alguns de vocês, amigos internautas!
HOMENAGEM AO RIO E AOS 50 ANOS DE BRASÍLIA
Alvaro Henrique, violão
Participação especial: Clayton Vetromilla
Dia 16 – sábado – 11h30
MUSEU PARQUE DAS RUÍNAS
Rua Murtinho Nobre, 169 – Santa Tereza
Composições de Heitor Villa-Lobos, Carlos Alberto Silva, Jorge Antunes e Paulo Bellinatti.
Nesse dia 16, sábado, às 11:30 faço uma apresentação no Museu Parque das Ruínas, no Rio de Janeiro, dentro da série Música no Museu.
No repertório, uma homenagem ao Rio de Janeiro e aos 50 anos de inauguração de Brasília. Tocarei composições feitas por Villa-Lobos quando o Rio era a capital, incluindo obras recém-descobertas para violão solo, e composições inéditas de Carlos Alberto da Silva e Jorge Antunes dedicadas a mim e feitas para homenagear os 50 anos de Brasília, que são celebrados em 2010.
Como um brasiliense nato, é um prazer poder homenagear minha cidade, e melhor ainda estrear esse projeto numa cidade fantástica e que me deu muita sorte, o Rio de Janeiro - por isso fiz questão de homenagear não só a "Capital da Esperança", mas também a "Cidade Maravilhosa".
O professor de violão da Uni-Rio Clayton Vetromilla fará uma participação especial. É muito bacana ir a outra cidade e poder dividir o palco com um amigo que vive lá. Nesse ano gostaria de fazer isso mais vezes, e fiquei muito feliz do Clayton ter aceito o convite.
A entrada é gratuita e espero (re)ver alguns de vocês, amigos internautas!
HOMENAGEM AO RIO E AOS 50 ANOS DE BRASÍLIA
Alvaro Henrique, violão
Participação especial: Clayton Vetromilla
Dia 16 – sábado – 11h30
MUSEU PARQUE DAS RUÍNAS
Rua Murtinho Nobre, 169 – Santa Tereza
Composições de Heitor Villa-Lobos, Carlos Alberto Silva, Jorge Antunes e Paulo Bellinatti.
sábado, 9 de janeiro de 2010
Muleke Doido em Sampa
E aí, véi?
Aqui é o Muleke Doido da 7. 107. Cem vezes melhor que 007!
Terça passada estava lá no Teatro Garagem, vendo um show do Marambaia. Bicho cara véi, os caras são o bicho!! Mutcho loko, véi cara bicho! Aí eles foram tocar em São Paulo, e como o pessoal da banda é tudo chegado meu, os caras me convidaram pra camelar lá em São Paulo com eles.
Logo na saída tomamos uns djorous pra ficar legalzão. Véi, chapei o côco e fiquei só o pó da rabiola! Só fui acordar lá no entorno de São Paulo, lá em Osasco, Barueri, Francisco Morato, esses lugar aí.
Cara, a gente entrou em São Paulo e já caímos no eixo Tietê. Véi, os caras são louco! Toda hora parece seis da tarde, véi! Bicho, e as tesourinhas são tudo mutcho loka, véi! Tem lugar que a tesourinha da ponte é no eixinho, tem hora que é no eixão, e tem hora que nem tesourinha tem, cara! Os caras viajaram na maionese!
Véi, mas fica pior. Os caras que fizeram São Paulo fumaram um do bom. E não era orégano, não! Bicho cara véi, os caras colocaram nome nas ruas, véi!! Mó fumo do bom! Cara véi bicho, e tem cada nome mutcho loko, véi!! Rua Te-o-do-ro Sam-pa-io. Os caras fumaram legal pra pôr nome de gente, véi! Tem rua até com nome de data, bicho, mó viagem! Rua vin-te e cin-co de mar-ço. Vixi, mó piração! Pior que tem umas ruinhas, mó peidin de véia, com uns nomão, véi! A rua parece que se acha, né? E véi cara bicho, lembrei de uma parada!! Olha só, véi, esses negócio de nome de rua já é mó ruim, não é a tôa que os caras de São Paulo tão sempre com uma cara de bunda dirigindo, mas a confusão é ainda pior, bicho. Tem uma rua Bu-tan-tã, mas fica em Pinheiros, não no Butantã, véi! Mó Bob Marley! Os caras fumaram do grossão, véi!
Deu pra dar um pá-pum no plano-piloto de São Paulo, lá na Sé, São Bento, mas tava mó muvuca, parecia a Feira do Paraguai, e já me enpirulitei de lá em dois palitos. Fiquei mais em algumas cidades-satélites: Pinheiros, Vila Madalena, Butantã, mais na Asa Oeste. Só que, sei lá, parece que o avião de São Paulo bateu e se espatifou todo, né?
Aí rolou o show lá do Marambaia, né. Tinha um cara lá montando o som que só falava água, véi. A gente chegou e ele já mandou um "E aí, M E U?". Meu o quê, véi? Tá achando o quê pra dizer que sou seu, carái. Aí depois foi "Firrrrrrrrmeza?" Deu vontade de responder "quer pegar pra ver se tá firme?" Só falava água. Aí o cara chegou pro pessoal com o cabo de som na mão e perguntou quem tinha buraquinho. Bicho cara véi, mó CAESB o cara, só falando água!! Aí o pessoal do Marambaia chegou pra mim e disse: "E aí, Muleke Doido? Seguinte, véi: o cara aqui tá curtindo uma com a gente, vamos pôr o cara pra fora e cê monta o som pra gente, belez?" Aí eu falei "Sem perhaps" Na hora rolou a responsa, pô, montar som pro Marambaia não é qualquer merda não, véi, é penico cheio! Achei que eu ia me funegs, mas fui lá, tranquilex, montei as paradex na boa, e não é que ficou belezex? Cara véi bicho, ficou tão duca que os CAESB lá queriam que eu fizesse mais isso aí pra eles, véi!
Aí depois do showzasso a gente saiu da comemorar, mas véi, cê acredita que nenhum lugar tinha codorna frita com farofa de ovo? Aí fomos comer pizza. Véi, que pizza esquisita! Pedi uma pizza de atum e veio um cabelinho de massa só com atum em cima, sem queijo, sem molho, só atum e hóstia. Pô, saí pra tomar cerveja, não pra fazer a primeira comunhão, cara! Sou mais um duplo na Dom Bosco. Ainda bem que tinha um Giraffa's. Pô, se não fosse um Tri Possante pra matar minha fome eu ia 'tar no sal, cara.
Mas é isso aí, pessoal. Rolou mais umas paradex lá em São Paulo, mas depois conto aí, belez? Tá rolando um churrascão com acarajé na casa do Pijama e ele me falou que a tia Marli levou a sopa paraguaia dela, e não posso ficar fora dessa, véi!
Falô! Beijo na bunda, até segunda!
Aqui é o Muleke Doido da 7. 107. Cem vezes melhor que 007!
Terça passada estava lá no Teatro Garagem, vendo um show do Marambaia. Bicho cara véi, os caras são o bicho!! Mutcho loko, véi cara bicho! Aí eles foram tocar em São Paulo, e como o pessoal da banda é tudo chegado meu, os caras me convidaram pra camelar lá em São Paulo com eles.
Logo na saída tomamos uns djorous pra ficar legalzão. Véi, chapei o côco e fiquei só o pó da rabiola! Só fui acordar lá no entorno de São Paulo, lá em Osasco, Barueri, Francisco Morato, esses lugar aí.
Cara, a gente entrou em São Paulo e já caímos no eixo Tietê. Véi, os caras são louco! Toda hora parece seis da tarde, véi! Bicho, e as tesourinhas são tudo mutcho loka, véi! Tem lugar que a tesourinha da ponte é no eixinho, tem hora que é no eixão, e tem hora que nem tesourinha tem, cara! Os caras viajaram na maionese!
Véi, mas fica pior. Os caras que fizeram São Paulo fumaram um do bom. E não era orégano, não! Bicho cara véi, os caras colocaram nome nas ruas, véi!! Mó fumo do bom! Cara véi bicho, e tem cada nome mutcho loko, véi!! Rua Te-o-do-ro Sam-pa-io. Os caras fumaram legal pra pôr nome de gente, véi! Tem rua até com nome de data, bicho, mó viagem! Rua vin-te e cin-co de mar-ço. Vixi, mó piração! Pior que tem umas ruinhas, mó peidin de véia, com uns nomão, véi! A rua parece que se acha, né? E véi cara bicho, lembrei de uma parada!! Olha só, véi, esses negócio de nome de rua já é mó ruim, não é a tôa que os caras de São Paulo tão sempre com uma cara de bunda dirigindo, mas a confusão é ainda pior, bicho. Tem uma rua Bu-tan-tã, mas fica em Pinheiros, não no Butantã, véi! Mó Bob Marley! Os caras fumaram do grossão, véi!
Deu pra dar um pá-pum no plano-piloto de São Paulo, lá na Sé, São Bento, mas tava mó muvuca, parecia a Feira do Paraguai, e já me enpirulitei de lá em dois palitos. Fiquei mais em algumas cidades-satélites: Pinheiros, Vila Madalena, Butantã, mais na Asa Oeste. Só que, sei lá, parece que o avião de São Paulo bateu e se espatifou todo, né?
Aí rolou o show lá do Marambaia, né. Tinha um cara lá montando o som que só falava água, véi. A gente chegou e ele já mandou um "E aí, M E U?". Meu o quê, véi? Tá achando o quê pra dizer que sou seu, carái. Aí depois foi "Firrrrrrrrmeza?" Deu vontade de responder "quer pegar pra ver se tá firme?" Só falava água. Aí o cara chegou pro pessoal com o cabo de som na mão e perguntou quem tinha buraquinho. Bicho cara véi, mó CAESB o cara, só falando água!! Aí o pessoal do Marambaia chegou pra mim e disse: "E aí, Muleke Doido? Seguinte, véi: o cara aqui tá curtindo uma com a gente, vamos pôr o cara pra fora e cê monta o som pra gente, belez?" Aí eu falei "Sem perhaps" Na hora rolou a responsa, pô, montar som pro Marambaia não é qualquer merda não, véi, é penico cheio! Achei que eu ia me funegs, mas fui lá, tranquilex, montei as paradex na boa, e não é que ficou belezex? Cara véi bicho, ficou tão duca que os CAESB lá queriam que eu fizesse mais isso aí pra eles, véi!
Aí depois do showzasso a gente saiu da comemorar, mas véi, cê acredita que nenhum lugar tinha codorna frita com farofa de ovo? Aí fomos comer pizza. Véi, que pizza esquisita! Pedi uma pizza de atum e veio um cabelinho de massa só com atum em cima, sem queijo, sem molho, só atum e hóstia. Pô, saí pra tomar cerveja, não pra fazer a primeira comunhão, cara! Sou mais um duplo na Dom Bosco. Ainda bem que tinha um Giraffa's. Pô, se não fosse um Tri Possante pra matar minha fome eu ia 'tar no sal, cara.
Mas é isso aí, pessoal. Rolou mais umas paradex lá em São Paulo, mas depois conto aí, belez? Tá rolando um churrascão com acarajé na casa do Pijama e ele me falou que a tia Marli levou a sopa paraguaia dela, e não posso ficar fora dessa, véi!
Falô! Beijo na bunda, até segunda!
sexta-feira, 8 de janeiro de 2010
Projeto para compra de avião para a Câmara dos Deputados
Amigo internauta,
Segundo reportagem da TV UOL, o Deputado Ernandes Amorim apresentou um projeto de lei que visa comprar um avião para a Câmara dos Deputados. Confira no vídeo abaixo:
Para comunicar ao Dep. Ernandes Amorim sua opinião sobre o projeto, amigo internauta, mande um e-mail para dep.ernandesamorim@camara.gov.br .
Lembre-se que participação política não é só votar, é cobrar e manifestar sua opinião.
Segundo reportagem da TV UOL, o Deputado Ernandes Amorim apresentou um projeto de lei que visa comprar um avião para a Câmara dos Deputados. Confira no vídeo abaixo:
Para comunicar ao Dep. Ernandes Amorim sua opinião sobre o projeto, amigo internauta, mande um e-mail para dep.ernandesamorim@camara.gov.br .
Lembre-se que participação política não é só votar, é cobrar e manifestar sua opinião.
quinta-feira, 7 de janeiro de 2010
Estudando música no exterior: EUA
Amigo internauta,
Algumas informações sobre o destino mais comum para estudantes de música no Brasil, os EUA.
Cenário musical
Os EUA é um dos maiores centros de produção e consumo de entretenimento do mundo. As oportunidades para trabalhar nessa área são ilimitadas. O cenário da música de concerto também é muito bom, com centenas de orquestras e algumas dezenas de casas de ópera com programação regular, além de uma intensa atividade de música de câmera. Toda a cadeia produtiva funciona muito bem, e proporciona ótimas oportunidades para iniciar uma carreira.
Cenário acadêmico
Os Estados Unidos da América tem de tudo. Apesar das infra-estrutura das universidades ter um padrão acima da média do Brasil, há desde verdadeiras "lojas de diplomas" às mais importantes escolas de música do mundo.
Portanto, saber escolher bem é fundamental. Imaginar que qualquer lugar dos EUA é melhor que qualquer lugar do Brasil é um mito, e é possível que um brasileiro que aceite ir no primeiro lugar que aparecer encare uma grande roubada.
Sistema educacional
O sistema educacional do Brasil é praticamente igual ao dos EUA, com cursos com a mesma duração, portanto a validação de diplomas entre os dois países é relativamente simples.
Mesmo as escolas públicas cobram taxas dos alunos, e é normal que estrangeiros paguem valores mais elevados. Embora a desvalorização do dólar tenha tornado o valor mais acessível, o custo anual do curso e despesas gira em torno de um carro popular zero km.
Naturalmente, viver em Nova York custa mais que numa cidade do interior da Virgínia, portanto o custo das despesas pode variar muito. Por outro lado, as oportunidades profissionais são maiores nas grandes cidades.
Indo ao país
Embora várias universidades aceitem vídeos como prova de admissão, recomenda-se a qualquer aluno que busca ajuda financeira fazer uma audição. Algumas escolas fazem audições fora do país, e com frequência tocar para um professor de universidade estadosunidense vale como uma audição, portanto, se alguém que você queira fazer aulas venha ao Brasil, pode ser muito bom fazer de tudo para tocar pra seu potencial professor.
Um bom domínio do inglês é fundamental, e faz parte dos documentos a serem enviados o resultado de algum teste de proficiência, como o TOEFL. Diversos bons músicos, mesmo com bolsa, foram impedidos de estudar por não conseguir a nota mínima nesses testes de inglês.
O que nós chamamos de bolsa de estudos costuma ser desconto (parcial ou total) do preço do curso, e não cobre todas as despesas. Em algumas circunstâncias, é possível que esteja incluída moradia no campus da faculdade. Ainda assim, todo gasto com alimentação, transporte, seguro saúde, material de estudo tem de ser pago pelo estudante.
É possível trabalhar legalmente durante o período de estudo, com muitas restrições. Várias dessas regras são determinadas pela escola.
A Embaixada dos EUA mantém escritórios em diversas cidades brasileiras que dão orientação gratuita ou a preços baixos para qualquer pessoa que queira estudar nos EUA, os Education Advising Offices. Contacte esses centros para mais informações, e evitar conselheiros que cobram taxas altas.
Para obter o visto, toda a tramitação tem de ser feita no Brasil, pessoalmente. Recomenda-se iniciar a burocracia com um ano de antecedência. O calendário escolar estadosunidense inicia em agosto / setembro.
Vivendo no país
É comum que as universidades tenham moradia estudantil no campus. Exceto em casos excepcionais, é preciso pagar aluguel para morar nessas residências, e o custo nem sempre é inferior a alugar um imóvel comum. No entanto, pode haver vantagens extras com a redução de custos de transporte ou de outros serviços (internet, lavanderia, etc.).
Como comentado acima, é possível trabalhar durante o período de estudo, mas é preciso seguir normas restritas, das quais várias delas são determinadas pela instituição de ensino.
Ficando no país permanentemente
Ao final dos estudos, o aluno precisa sair do país. Caso ele tenha um visto de trabalho, então ele pode permanecer. Portanto, estudantes de música que pretendem continuar nos EUA devem procurar uma colocação no mercado de trabalho ao longo do curso.
É melhor ficar no Brasil se...
O maior empecilho para brasileiros manterem seus estudos nos EUA é o custo de vida, embora esteja mais acessível.
Especialmente em se tratando de graduação, há poucas universidades nos EUA que são realmente superiores aos melhores centros de ensino do Brasil. É um melhor investimento deixar para fazer uma pós-graduação por lá.
Algumas informações sobre o destino mais comum para estudantes de música no Brasil, os EUA.
Cenário musical
Os EUA é um dos maiores centros de produção e consumo de entretenimento do mundo. As oportunidades para trabalhar nessa área são ilimitadas. O cenário da música de concerto também é muito bom, com centenas de orquestras e algumas dezenas de casas de ópera com programação regular, além de uma intensa atividade de música de câmera. Toda a cadeia produtiva funciona muito bem, e proporciona ótimas oportunidades para iniciar uma carreira.
Cenário acadêmico
Os Estados Unidos da América tem de tudo. Apesar das infra-estrutura das universidades ter um padrão acima da média do Brasil, há desde verdadeiras "lojas de diplomas" às mais importantes escolas de música do mundo.
Portanto, saber escolher bem é fundamental. Imaginar que qualquer lugar dos EUA é melhor que qualquer lugar do Brasil é um mito, e é possível que um brasileiro que aceite ir no primeiro lugar que aparecer encare uma grande roubada.
Sistema educacional
O sistema educacional do Brasil é praticamente igual ao dos EUA, com cursos com a mesma duração, portanto a validação de diplomas entre os dois países é relativamente simples.
Mesmo as escolas públicas cobram taxas dos alunos, e é normal que estrangeiros paguem valores mais elevados. Embora a desvalorização do dólar tenha tornado o valor mais acessível, o custo anual do curso e despesas gira em torno de um carro popular zero km.
Naturalmente, viver em Nova York custa mais que numa cidade do interior da Virgínia, portanto o custo das despesas pode variar muito. Por outro lado, as oportunidades profissionais são maiores nas grandes cidades.
Indo ao país
Embora várias universidades aceitem vídeos como prova de admissão, recomenda-se a qualquer aluno que busca ajuda financeira fazer uma audição. Algumas escolas fazem audições fora do país, e com frequência tocar para um professor de universidade estadosunidense vale como uma audição, portanto, se alguém que você queira fazer aulas venha ao Brasil, pode ser muito bom fazer de tudo para tocar pra seu potencial professor.
Um bom domínio do inglês é fundamental, e faz parte dos documentos a serem enviados o resultado de algum teste de proficiência, como o TOEFL. Diversos bons músicos, mesmo com bolsa, foram impedidos de estudar por não conseguir a nota mínima nesses testes de inglês.
O que nós chamamos de bolsa de estudos costuma ser desconto (parcial ou total) do preço do curso, e não cobre todas as despesas. Em algumas circunstâncias, é possível que esteja incluída moradia no campus da faculdade. Ainda assim, todo gasto com alimentação, transporte, seguro saúde, material de estudo tem de ser pago pelo estudante.
É possível trabalhar legalmente durante o período de estudo, com muitas restrições. Várias dessas regras são determinadas pela escola.
A Embaixada dos EUA mantém escritórios em diversas cidades brasileiras que dão orientação gratuita ou a preços baixos para qualquer pessoa que queira estudar nos EUA, os Education Advising Offices. Contacte esses centros para mais informações, e evitar conselheiros que cobram taxas altas.
Para obter o visto, toda a tramitação tem de ser feita no Brasil, pessoalmente. Recomenda-se iniciar a burocracia com um ano de antecedência. O calendário escolar estadosunidense inicia em agosto / setembro.
Vivendo no país
É comum que as universidades tenham moradia estudantil no campus. Exceto em casos excepcionais, é preciso pagar aluguel para morar nessas residências, e o custo nem sempre é inferior a alugar um imóvel comum. No entanto, pode haver vantagens extras com a redução de custos de transporte ou de outros serviços (internet, lavanderia, etc.).
Como comentado acima, é possível trabalhar durante o período de estudo, mas é preciso seguir normas restritas, das quais várias delas são determinadas pela instituição de ensino.
Ficando no país permanentemente
Ao final dos estudos, o aluno precisa sair do país. Caso ele tenha um visto de trabalho, então ele pode permanecer. Portanto, estudantes de música que pretendem continuar nos EUA devem procurar uma colocação no mercado de trabalho ao longo do curso.
É melhor ficar no Brasil se...
O maior empecilho para brasileiros manterem seus estudos nos EUA é o custo de vida, embora esteja mais acessível.
Especialmente em se tratando de graduação, há poucas universidades nos EUA que são realmente superiores aos melhores centros de ensino do Brasil. É um melhor investimento deixar para fazer uma pós-graduação por lá.
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