quarta-feira, 24 de junho de 2009

Confusões da semana

Amigo internauta,

Nessa semana três confusões têm dominado o noticiário: a briga na F-1, a corrupção generalizada no Senado, e as eleições no Irã.

São assuntos que suscitaram vários textos, e fiquei tentado a escrever sobre eles nesse blog, mas a verdade é que não há nada pra escrever em profundidade sobre eles. Não há informação suficiente.

Não é possível que o negócio bilionário da Fórmula 1 se desfaça apenas por uma regra no regulamento que já foi alterada. Não é motivo suficiente pra se jogar tanto pela janela, mesmo pra quem já tem bastante. Querem mudar a "cartolagem"? O próprio esporte?

E a pergunta mais importante: há um lado "certo" e um lado "errado" na estória? Será que o modelo das construtoras é melhor e o Mosley é o carrasco que todos estão supondo?

Lembro que teve um tempo - eu era criança - em que a fórmula 1 era um esporte de pilotos. Agora é uma corrida de carros. Definido qual carro é melhor, o domingo não passa de um carrossel. O único arremedo de emoção é no treino do sábado, na largada, quando há chuva, ou num acidente. A última vez que vi a fórmula 1 ser dominada pelos pilotos foi quando o Michael Schumacher ganhou o campeonato jogando o Damon Hill pra fora da pista, a primeira de uma série de atitudes anti-desportivas que viraram a norma no esporte.

Será que dá pra confiar que sempre vem coisa boa das equipes? Da turma que manda o vencedor por direito ceder a vitória pro companheiro? Que orienta piloto a mentir? Da turma que mais teria interesse que a fórmula 1 permaneça previsível?

Do Mosley também não sei nada. Seus cinco anos na presidência da FIA foram os cinco anos mais chatos de acompanhar o esporte. Algumas mudanças no regulamento deram uma apimentada, é verdade. Mas o que dizer contra centenas de especialistas, jornalistas, e tantos -istas apontando que ele seria o responsável por todo o problema?

No Senado, idem. A falcatrua envolve tantos servidores e senadores de tantos partidos, que não há ninguém que possa subir na tribuna com as mãos limpas. Mesmo o Artur Vigílio, que rompeu com o silêncio retumbante pra exigir algum grau de moralidade deve estar em algum esquema. Só não foi tornado público ainda. Ainda.

O Congresso Nacional é fundamental para a democracia, mas não dá mais. É menos danoso pra sociedade brasileira fechar logo aquele troço. No mínimo, reconvocar novas eleições. Até porque de democrático não há nada ali. Especialmente desde o início do governo Lula, o congresso tomou diversas decisões contrárias ao desejo da população.

E no Irã, alguém tem alguma ideia da plataforma do Moussavi? Alguma vez ele deixou claro que diverge do Ahmadinejad no ponto que mais atemoriza o ocidente, a bomba atômica iraniana? Alguma mudança pode ser esperada dele, já que o chefe de estado continua o mesmo, o aiatolá Khamenei?

E a mídia não parece sequer se fazer essas perguntas. Todos esses temas são tratados como uma daquelas brigas de vizinho que ninguém nem lembra mais como começou, e só interessa saber qual foi o teor do bate-boca mais recente.

O resumo é a decisão do STF em não exigir diploma para jornalista. Um único traço de sanidade num mundo que tem twitteiro por aí que consegue escrever em 140 caracteres algo mais inteligente que meia página de jornal.

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