segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Caso do Relógio

Amigo internauta,

Segue mais um texto de meu pai. No cordel abaixo, ele narra alguns apuros de uma pessoa que comprou um relógio de um desconhecido.

O Caso do Relógio
Antônio Alves dos Santos

Vou escrever sobre um fato
Que aconteceu no Gama
No qual um colega nosso
Foi vítima de um pilantra

Valdetário muito humilde
Conta que com este
Pilantra encontrou
Sem saber que estava

Sendo enganado. Um
Relógio lhe comprou
Não sabia que o mesmo
De alguém ele roubou.

Fazendo a pior bobagem
Pensando em levar vantagem
Pra casa o relógio levou
Passados não muitos dias
O pilantra foi em cana

Os tiras investigando
Ele disse, o relógio
Vendi a um bacana
Que mora no Novo Gama

Era uma sexta-feira
Ele levantava pensando
Na semana que encerrava
Quando os tiras na porta
De sua casa chegavam.

Em pouco tempo na
Décima quarta DP
Ele se justificava
Na sala do delegado.

Ele se indentificava
Dizendo "Seu doutor,
Não sou receptador,
Nesta fui enganado

Veja, meus documentos
Provam que sou
Funcionário do Senado
E gostaria de ser logo
Pelo senhor liberado."

O delegado disse "você
Daqui só sairá, quando
A sua estória contar.
Valdetário dizia, "doutor

Dê-me licença pra meu
Chefe vou telefonar
Pedindo um advogado
Pra vir aqui me soltar."

Às quatro horas da tarde
Ele foi liberado
E como já era tarde
Não veio mais no Senado.

Segunda feira no Senado
Ainda muito assustado
Ele dizia que temia o pior
Com medo de passar
A noite no xilindró.

Ao sair da sala do delegado
Ele dizia "juro por Deus seu doutor
Que esse caso não se repete
Obrigado por me dispensar
De falar com o gogó das sete"

Brasília, 06/04/1981
Antônio Alves dos Santos (Antônio Biluca)

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