segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Equipamentos

Amigo internauta,

A pedido de alguns colegas, vou aproveitar esse espaço para falar um pouco dos equipamentos que uso pra tocar.

O violão que utilizo é feito pelo luthier Jorge Raphael. Luthier é como se chama a pessoa que trabalha fazendo instrumentos musicais. Portanto, é um instrumento construído artesanalmente, à mão. O violão abaixo não é o que utilizo, mas como sou um péssimo fotógrafo, faz mais justiça à qualidade do trabalho dele.


O Jorge Raphael vive em Viçosa, MG, próximo a Juiz de Fora. Ele era violonista profissional, dava aulas na UFV em um curso de extensão, e paulatinamente foi se dedicando à luteria. O considero um dos melhores construtores de violão brasileiros em atividade.

Tenho uma relação com ele bem interessante. Num festival, creio que em 2003, encontrei um colega, Roberto Rozado, que tinha um violão feito pelo Jorge. Era um instrumento muito barato, com algumas qualidades interessantes, e comecei a recomendar para pessoas que buscavam violões artesanais a baixo preço.

Algum tempo depois, comecei a procurar um violão novo pra mim. Na época tocava apenas com um violão 7 cordas feito na Grécia por Alkis (aliás, estou vendendo-o). Queria um violão com seis cordas. Nada que encontrei era exatamente o que buscava. Então, achei que seria melhor priorizar alguns aspectos do instrumento. O que melhor atendesse ao que achasse importante e, ao mesmo tempo, fosse ao menos regular nas demais, seria o violão que compraria.

Coloquei como elemento mais importante um bom equilíbrio e resposta, ou seja, que as notas graves soassem com o timbre parecido das notas agudas, que notas nas primeiras posições soassem parecidas com notas das posições mais altas, e que o estímulo que causasse uma mudança de timbre ou dinâmica numa região do instrumento proporcionasse a mesma mudança, no mesmo nível de intensidade, em outra.

Lembrei que as características que mais me chamaram a atenção no violão do Roberto Rozado foram exatamente essas, mas a potência do violão ainda não era a que eu buscava. De qualquer forma, resolvi ligar para o Jorge e conversar. Ele se propôs a me enviar um violão de teste, sem compromisso, para eu avaliar e, quem sabe, comprar o instrumento.

Recebi um violão que ainda não era exatamente o que queria, mas talvez era o mais potente que tinha conhecido até então. Nova conversa com o Jorge, trocamos ideias, ele iria fazer outro mais adequado e firmei a compra.

Desde então não me imagino usando outro violão feito no Brasil. Nosso intercâmbio continua, e estou para receber mais um violão dele. O que mais me impresssiona nele é que a cada novo instrumento sempre há uma evolução, uma resposta a algum comentário, e uma busca por atender melhor as necessidades de um concertista. E esse processo de melhoria do trabalho dele não parece ter fim.

Para saber mais, em http://www.alvarohenrique.com/entrevistajorgeraphael.html é possível ler uma entrevista do Jorge Raphael.

Estou utilizando tarrachas Graf. Como as tarrachas são fundamentais para manter o violão afinado e, no palco, afinar rapidamente e o mínimo possível é fundamental, estou cada vez mais convencido da importância de boas tarrachas.

Felipe Santos, um luthier carioca, se tornou representante das tarrachas Graf no Brasil, e está possibilitando adquiri-las por um preço mais acessível. Aproveitei essa oportunidade para comprar uma das melhores tarrachas feitas no mundo.

Para mais informações, http://www.graftuners.com/

Quanto a cordas, já usei praticamente de tudo, e noto que em violões diferentes, feitos pela mesma pessoa ou empresa, as cordas se comportam um pouco diferente.

O Franz Halasz me recomendou testar utilizar primas Savarez Alliance Red (tensão normal) combinadas com baixos Hannabach 728 low tension. Gostei, esses encordoamentos me surpreenderam. As primas de carbono dessa marca têm boa sustentação e projeção, sem a estridência agressiva das cordas de carbono que conheci antes.

Os baixos da Hannabach soam bem profundos, gordos e, ao contrário do que imaginei, não são molengas em função da tensão baixa.

Em relação a encordoamentos, ainda não achei um que fosse exatamente o que busco, então estou sempre testando, trocando, mesclando modelos e marcas diferentes, e variando. É possível que em pouco tempo esteja utilizando cordas totalmente diferentes.

Prefiro sempre tocar acústico, então não tenho equipamento de amplificação. Quando há necessidade de amplificar, utilizo o equipamento disponível no teatro ou auditório.

Há alguns meses estou utilizando para tocar a almofadinha de concerto da Matepis. Testei diversas posturas: com banquinho na perna esquerda, um banquinho em cada pé, apoios de todo o tipo. Preferia tocar com apoios, mas não encontrava um que fosse estável e não movesse o violão pra direita em relação ao tronco. Testei uma almofadinha da Matepis e gostei da idéia, só não me sentia à vontade com a estabilidade ainda. Pouco tempo depois recebi em casa uma versão com uma fita de velcro que pode prender a almofada na perna, e estou bem satisfeito com o resultado.

Para mais informações, http://www.matepis.com.br .

Como você deve ter notado, amigo internauta, passei um tempo buscando esse equipamento, procurando coisas que melhor atendessem à minha necessidade. É provável que outro instrumentista, com outras necessidades, preferirá equipamentos diferentes. Espero que essas informações possam guiar a busca de outras pessoas.

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