sábado, 23 de janeiro de 2010

FAQ Violão - Básico

Amigo internauta,

Aproveitando que algumas pessoas compraram instrumentos novos recentemente e estão entrando nesse maravilhoso mundo da música tocando violão, gostaria de contribuir para sanar algumas dúvidas básicas.

- Como devo guardar o violão?

Quando o violão não estiver em uso, ele deve ser acondicionado num estojo (case) adequado ao seu tamanho. Sempre que tampar o estojo, feche-o. Infelizmente vi diversas vezes pessoas levantar rapidamente o estojo com a tampa apenas escostada, e o violão se danificar ao cair bruscamente.

Evite colocar o instrumento próximo de fontes de calor ou frio, incluindo paredes que pegam sol.

Não é necessário alterar a afinação caso o instrumento seja tocado normalmente.

- Como limpar o violão?

Use apenas flanela seca. Qualquer produto de limpeza danifica o verniz do instrumento, principalmente os indicados para uso em móveis e carros.

- Com que frequência devo trocar as cordas?

Mesmo que o instrumento não esteja em uso, em três meses as cordas já estão oxidadas pelo contato com o ar. Além disso, a pressão sobre as cordas de nylon (cerca de 5kg em cada uma) deforma-as e prejudica a sonoridade e a afinação.

Com o uso, a durabilidade diminui ainda mais.

Profissionais costumam trocar de corda no máximo a cada duas semanas. Quem toca cerca de 20 horas por semana deve trocar mensalmente. Quem toca cerca de 10 horas semanais deve trocar, no máximo, a cada dois meses.

- Como devo trocar as cordas?

Nunca tire todas as cordas velhas de uma vez. Tire uma corda, troque-a, e repita a operação. As cordas exercem uma pressão de cerca de 30kg no braço e no cavalete. Retirar essa pressão bruscamente e recolocá-la pode danificar o instrumento, especialmente causando empeno do braço.

- Como amarrar as cordas?

Há várias formas. Uma das mais fáceis é fazer como indicam as imagens abaixo.

No cavalete, enrole as cordas como indicado, com uma volta para os baixos (cordas de metal) e duas ou três voltas para as primas (cordas de nylon).



Na outra ponta, é possível apenas passar a corda pelo buraco da tarracha e enrolá-la ou dar um pequeno nó como indicado.



A vantagem do nó é que ela permite menos voltas da corda no carretel da tarraxa. Quanto menos voltas, mais rápido a corda "segura" a afinação.

- Acabei de trocar cordas e o violão fica desafinando o tempo todo...

Isso é normal. Toda corda de violão cai de afinação após trocada. Podemos usar essa característica ao nosso favor: após colocar uma corda, afine-a um semitom ou um tom acima. Ao desafinar, a corda ficará na afinação normal.

- Pode usar afinador eletrônico?

O melhor aparelho de afinação é o ouvido humano. Os afinadores vendidos nas lojas não têm a precisão do audição humana, portanto com frequência a máquina indica que está afinado, mas nosso ouvido percebe que ainda não está perfeito.

No entanto, pra quem está começando, afinar o violão é uma tarefa que exige muito tempo. Vale a pena, nesses primeiros meses, usar um afinador e checar a cada meia-hora. Mas depois de um ano de estudos já está na hora de largar a dependência do afinador.

- Não consigo encontrar com quem estudar...

Foi por nisso que bolei uma lista com professores de violão que pode ser lida em www.alvarohenrique.com/professores.pdf . Hoje essa lista tem mais de 200 nomes em cerca de 20 estados.

- Não tenho dinheiro pra pagar um professor...

Em diversas cidades a melhor escola pra estudar música é pública e gratuita. As melhores escolas de música do país são públicas e gratuitas. Se informe com músicos da sua cidade ou na secretaria de cultura do seu município.

- Não tenho tempo pra fazer aulas...

Não precisa fazer aulas todo dia, nem toda semana. Faça aulas a cada duas semanas, ou uma por mês.

- Não quero fazer aulas e pronto. Me diz aí aonde baixar alguma coisa.

Já começou errado. É assim que nascem os piores violonistas.

Tocar violão é a execução de tarefa, não é mero acúmulo de informação. Portanto, toda informação que você conseguir, se não vier acompanhada de uma checagem de como você está tocando, não vale muito. Aprender, até dentro de uma caverna no meio do mato é possível, mas o progresso será mais lento, mais penoso e - acredite - mais caro que procurar uma escola ou um professor.

No caso de material na internet, pior ainda. Muito do material didático musical que se encontra de graça na rede são livros de segunda categoria. Fazer um bom livro exige custos.

Espero que esses conselhos e opiniões possam ajudar no seu progresso no violão, amigo internauta. Caso você queira enviar perguntas, favor escrever para alvaroguitar@gmail.com

4 comentários:

  1. Vlw pelas dicas, aindo sou iniciante e as suas dicas me serviram rs ! Obg ;D

    - "Não quero fazer aulas e pronto. Me diz aí aonde baixar alguma coisa.
    Já começou errado. É assim que nascem os piores violonistas".

    gostei disso rs !

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  2. Boa iniciativa meu caro!
    que tdos possam tomar por exemplo suas dicas e nao deixar a musica parar nunca, de geração em geração, espero que meu filho qdo crescer tbm toq violão, bem melhor q eu e com tda humilde de um bom músico. vlw. até...

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  3. Amigo atualmente existem otimos afinadores,muito precisos,creio que voce esta um tanto desatualizado,procure se informar melhor.
    Durante as trocas de corda,não há problema em trocar todas de uma vez,o que não pode é deixar o violão meses sem as cordas,por exemplo.A troca é muito rapida ,não causaria danos ao instrumento,pense bem se fosse assim um luthier nunca tiraria as cordas do violão pra fazer reparos seria impossivel rsrs
    Existem certos mitos,dogmas,que o pessoal mais antigo insiste em difundir,e isso acaba confundindo um pouco,mas procure se manter atualizado e infomado.

    Um aceno de longe!

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    1. Olá amigo,

      Essas ideias que você falou é que são muito antigas. Um luthier retira todas as cordas do violão para reparos, ou seja, condições raras e situações controladas.

      O maior problema dos afinadores é que eles não são o que dizem ser. Nenhum afinador AFINA. Eles são meros medidores de frequência. Como todo aparelho medidor, ele tem uma margem de erro. Medidores de frequência para uso científico ainda tem erros consideráveis, e custam um bom dinheiro - embora estejam mais acessíveis.

      Obrigado pela dica. Fiz cursos na Alemanha, e estou constantemente em festivais de violão, bem como em contato com luthiers, e assino revistas especializadas em três idiomas. O quê você tem feito pra se manter atualizado e informado?

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