terça-feira, 20 de janeiro de 2009

É hoje!

Amigo internauta,

Em algumas horas iniciará a cerimônia de posse de Barack Obama.

Há 50 anos os EUA tinham políticas de apartheid. Negros não podiam frequentar certos estabelecimentos comerciais, havia assentos no transporte público que eles não podiam se sentar, e em alguns estados era proibido que eles estudassem numa universidade.

Hoje, um negro com o slogan de mudança no início da campanha e do "yes, we can" na reta final tem a responsabilidade de manter acesa a esperança do mundo. Inicia com uma crise complexa pra resolver e guerras que ele não começou mas dificilmente se encerrarão até o fim do seu mandato.

Se por um lado seria positivo acabar o mais rápido possível com essa crise que já diminuiu a bonança que se viveu no Brasil na última década, vejo com muita desconfiança como seria a vida prática dos brasileiros sob seu governo.

Barack Obama é, antes de tudo, presidente dos EUA e seu compromisso maior é melhorar as condições de vida de quem o pôs na presidência dos EUA (empresas de seu país, seu partido, seus eleitores, etc.). Vários dos interesses dessas pessoas entram em conflito com interesses brasileiros. Caso alguma decisão sua seja ótima pro seu país e péssima pra nós, ele não vai ter pena dos pobres e humildes do nosso país.

Quem soprou os últimos bons ventos da economia brasileira foi o agronegócio, especialmente grãos, álcool e carne. Sobre o álcool, ele já declarou publicamente que pretende criar barreiras para o álcool brasileiro para proteger os produtores estadosunidenses de álcool a partir do milho, que é mais caro, menos eficiente e compromete a produção de alimentos, mas é feito por quem votou nele. Presidentes democratas (como ele) costumam ter uma política protecionista e criam barreiras pra a compra de produtos agrícolas feitos fora dos EUA.

Então, amigo internauta, acho que é muito bom aproveitar esse período e festejar com intensidade todo o simbolismo de ver um negro ocupar a presidência dos EUA. Temo que, assim que ele comece a exercer o poder, perceberemos que não faz muita diferença a cor da mão de segura o "big stick", pois as porretadas doem igualmente.

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